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    FIB-4: um marcador não invasivo para avaliar risco de fibrose do fígado

    Escore é feito a partir de um cálculo simples que contempla idade do paciente, TGO, TGP e plaquetas

    Por Equipe Nav DasaPublicado em 29/05/2024, às 11:32 - Atualizado em 29/05/2024, às 11:56

    fib-4

    Neste artigo, você vai ler:

    O que é FIB-4

    A doença hepática crônica tem várias causas, que variam desde as hepatites por vírus, até a chamada esteatose hepática, ou doença hepática gordurosa metabólica, causada por síndrome metabólica (frequentemente relacionada a diabetes, excesso de peso e alteração do colesterol). Independente da causa, todas essas condições podem evoluir para fibrose hepática.

    A biópsia hepática tem sido, até hoje, o método padrão-ouro para o estadiamento da fibrose hepática, sendo largamente utilizada em todo o mundo. Entretanto, por ser um procedimento invasivo, não é isenta de riscos 1. Esse procedimento pode apresentar desvantagem com relação à amostra de tecido coletada, que nem sempre é suficiente. Tais fatores impedem a sua repetição sistemática para avaliação da progressão ou da regressão da fibrose, fazendo com que a biópsia hepática seja um método de avaliação estática1.

    A fim de suprir as deficiências da biópsia hepática, surgiram, nos últimos anos, métodos não invasivos para a avaliação da fibrose hepática como biomarcadores séricos (diretos e indiretos). Dentre eles, o FIB-4 (Fibrosis-4 score, biomarcador indireto) é um escore feito a partir de um cálculo simples que contempla idade do paciente, TGO, TGP e plaquetas. Esses são exames realizados na avaliação de rotina laboratorial do paciente, o que facilita a avaliação frequente do paciente o que o torna recomendado como avaliação de primeira linha para médicos que lidam com a esteatose hepática, especialmente médicos generalistas, endocrinologistas e gastroenterologistas. Auxilia na avaliação, portanto, do risco de fibrose hepática.

    Por outro lado, o FIB-4 tem baixa precisão em menores de 35 anos; portanto, a avaliação deve ser considerada apenas naqueles indivíduos com mais de 35 anos com risco metabólico aumentado ou bioquímica hepática alterada (alteração dos exames de sangue relacionados ao fígado). Os valores para interpretação do FIB-4 devem ser interpretados levando-se em conta a idade do paciente, e estão dispostos abaixo. Além disso, o FIB-4 não deve ser utilizado em pacientes gravemente enfermos3. 

    Como se calcula o FIB-4

    O score é calculado a partir da fórmula2:

    FIB-4: idade (anos) × AST (U/L) / plaquetas (µL) x √ALT (U/L)

    Interpretação do cálculo do FIB-4

    Para pacientes entre 35 e 65 anos

    Resultado           Significado

    <1,3.                    Ausência de fibrose avançada

    1,3 – 2,67            Indeterminado*

    >2,67                  Presença de fibrose avançada


    Para pacientes com mais de 65 anos:

    2,0                    Ausência de fibrose avançada

    2,0 – 2,67         Indeterminado*

    >2,67               Presença de fibrose avançada

     

    *Pacientes no grupo intermediário devem ter a fibrose avaliada por outros métodos não invasivos, como a elastografia.

     

    Se você é profissional de saúde os links abaixo com conteúdos da nossa biblioteca Dasa Educa para informações mais aprofundadas no tema:

     

    Referências

    1. https://dasaeducaeventos.com.br/biblioteca-cientifica/artigos/fibrose-hepatica
    2. Sterling RK, Lissen E, Clumeck N, Sola R, Correa MC, Montaner J, et al. Development of a simple noninvasive index to predict significant fibrosis in patients with HIV/HCV coinfection. Hepatology. 2006;43(6):1317–25.
    3. Rinella ME, Neuschwander-Tetri BA, Siddiqui MS, Abdelmalek MF, Caldwell S, Barb D, Kleiner DE, Loomba R. AASLD Practice Guidance on the clinical assessment and management of nonalcoholic fatty liver disease. 2023 May 1;77(5):1797-1835. doi: 10.1097/HEP.0000000000000323. Epub 2023 Mar 17. PMID: 36727674; PMCID: PMC10735173.
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