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Hipocondria: condição pode prejudicar atividades cotidianas

Diagnóstico e tratamento são feitos por médicos psiquiatras

Fonte: Dr. Nikolas HeineMédico psiquiatraPublicado em 19/01/2024, às 17:52 - Atualizado em 11/04/2024, às 17:59

Hipocondria

Estar atento aos sinais do corpo e ir a consultas médicas regularmente é considerado algo normal. Algo desejável, na verdade: essas são medidas importantes para cuidar da saúde. No entanto, a preocupação excessiva com sintomas e doenças pode ser um indício de um quadro popularmente chamado de hipocondria. 

O que é hipocondria?  

A hipocondria pode ser entendida como uma condição psiquiátrica caracterizada, sobretudo, por uma preocupação frequente com o possível desenvolvimento de doenças. Pessoas com esse quadro têm uma grande sensação de insegurança relacionada à saúde. 

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A preocupação e a insegurança são tão intensas que chegam a causar sofrimento aos indivíduos, motivando-os a procurar assistência médica constantemente para investigar eventuais doenças.  

É comum que os pacientes desconfiem das avaliações médicas ou fiquem ainda mais preocupados com as informações obtidas a partir de exames e, assim, busquem outros profissionais além dos já consultados. 

Vale dizer que o termo hipocondria, apesar de ainda ser utilizado pelo público leigo, não é mais empregado por especialistas. 

A condição que antes era chamada de hipocondria se enquadra, atualmente, no grupo de “transtorno de sintomas somáticos e transtornos relacionados”, de acordo com a classificação do DSM-5 (5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais). 

Quais são os sintomas de hipocondria?  

Essa condição psiquiátrica é marcada pela preocupação excessiva com sintomas do corpo e pela consequente perturbação da vida diária. 

Os pacientes podem apresentar, por exemplo: 

  • Pensamentos desproporcionais e catastróficos acerca da gravidade de sintomas; 
  • Ansiedade; 
  • Preocupação em ter ou contrair uma doença mesmo quando não há sintomas; 
  • Aversão ao contato com pessoas doentes ou à proximidade com hospitais; 
  • Necessidade de procurar atendimento médico frequentemente para afastar possíveis doenças. 

O que pode tornar uma pessoa hipocondríaca?  

Normalmente, transtornos de sintomas somáticos e transtornos relacionados se desenvolvem de maneira gradual e lenta, não havendo um único fator responsável pelo seu surgimento. 

Porém, é possível que determinadas situações contribuam para desencadear esses quadros psiquiátricos. Casos de familiares doentes, por exemplo, podem despertar uma preocupação excessiva com sintomas em algumas pessoas. 

Quando procurar ajuda?  

É fundamental procurar ajuda especializada nos casos em que a preocupação com sintomas gera disfunções nas atividades cotidianas. Ou seja, quando surgem prejuízos na vida da pessoa. 

Esses problemas podem aparecer em diferentes áreas: laboral, social, familiar, conjugal, de autocuidado, entre outras. Não conseguir ir ao trabalho e deixar de encontrar amigos são exemplos de disfunções apresentadas pelos pacientes. 

Como é feito o diagnóstico?  

O diagnóstico de transtornos de sintomas somáticos e transtornos relacionados é realizado por um psiquiatra, com o auxílio de outros médicos. 

Por exemplo, se um paciente apresenta queixas relativas ao coração, é preciso que haja a avaliação de um cardiologista. Assim, pode-se descartar a presença de alguma doença neste órgão. Se necessário, o procedimento também é feito com mais especialidades médicas. 

Uma vez afastadas as doenças de outras áreas, o psiquiatra conduz uma análise criteriosa, geralmente com base nas diretrizes do DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). 

Qual especialista pode tratar a hipocondria?  

O especialista responsável por tratar transtornos de sintomas somáticos e transtornos relacionados é o psiquiatra. 

Esse profissional pode fornecer orientações comportamentais ao paciente e também aconselhar familiares e outros médicos quanto à maneira mais adequada de lidar com o indivíduo. 

Além disso, o psiquiatra pode introduzir medicações e recomendar o acompanhamento psicoterápico (que, em vários casos, se dá pela terapia cognitivo-comportamental). 

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