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    Histerectomia: o que é e como é feita a cirurgia

    Retirada do útero, recomendada para doenças benignas ou malignas, pode ser feita de diversas formas

    Por Tiemi OsatoPublicado em 31/10/2022, às 14:36 - Atualizado em 29/06/2023, às 14:06
    histerectomiaImagem: Shutterstock

    Você já ouviu falar em histerectomia? É o nome dado à cirurgia de remoção do útero. Pode até parecer um procedimento drástico, realizado em situações raras. Mas, na verdade, a histerectomia é bem comum e pode ajudar no tratamento de várias doenças.

    A intervenção pode ser indicada para condições benignas ou malignas, como:

    • Miomas uterinos
    • Adenomiose
    • Endometriose
    • Prolapso de órgão pélvico
    • Menorragia (sangramento menstrual intenso ou prolongado)
    • Cânceres ginecológicos (de útero, colo do útero, ovário ou endométrio)
    • Reafirmação de gênero de homens trans ou pessoas não binárias

    Quando falamos de doenças benignas, a histerectomia costuma ser recomendada principalmente no caso daquelas que causam muito sangramento e hemorragia ou cólicas menstruais.

    Também vale dizer que essa cirurgia geralmente é tida como opção quando tratamentos mais conservadores não são uma alternativa para a pessoa.

    Tipos de histerectomia

    A cirurgia pode ser feita de três formas: total, subtotal ou radical. A histerectomia radical retira o útero, os ligamentos uterinos e parte da vagina. Esse tipo de procedimento é mais utilizado no tratamento de câncer do colo de útero.

    No caso das doenças benignas e também do câncer de endométrio, os ginecologistas costumam optar pela histerectomia total, que consiste na remoção completa do útero (o corpo e o colo).

    Já a histerectomia subtotal remove somente o corpo uterino, mantendo o colo. Ela pode ser recomendada para doenças benignas.

    Como a histerectomia pode ser feita

    A histerectomia pode ser conduzida por via abdominal ou via vaginal, a depender de fatores como anatomia pélvica e presença de outras doenças em órgãos da região. Os procedimentos levam, em média, de 2 a 3 horas.

    Quando a via escolhida é a abdominal, pode ser feita uma laparotomia (técnica invasiva, com incisão no abdômen) ou uma laparoscopia (técnica minimamente invasiva, na qual insere-se um laparoscópio por pequenas incisões no abdômen).

    As complicações possíveis da cirurgia incluem lesão de órgãos próximos ao útero (bexiga, ureteres e intestino), infecção no local da cirurgia e hemorragia.

    No entanto, vale ressaltar que a histerectomia é segura e de baixo risco. A hemorragia, que seria o cenário mais grave, ocorre entre 0,2% e 2% dos casos.

    Período pós-operatório

    A recuperação da histerectomia varia conforme a pessoa e o tipo de procedimento. No geral, pode levar de 14 a 40 dias.

    Os médicos costumam recomendar 15 dias de repouso antes de retornar às atividades do dia a dia. Já para exercícios físicos e relação sexual com penetração vaginal, orienta-se aguardar entre 45 e 60 dias.

    Quanto às implicações da histerectomia, a principal consiste em não poder engravidar.

    Também é possível que ocorra uma diminuição da lubrificação vaginal – mas que pode melhorar com o tempo.

    Outro evento que pode suceder a histerectomia é a incontinência urinária, por causa do enfraquecimento do assoalho pélvico. Esses músculos, porém, podem ser fortalecidos com exercícios específicos.

    É importante esclarecer que, embora essas ocorrências possam surgir depois da cirurgia, o funcionamento urinário e a lubrificação não são dependentes do útero. O mesmo vale para outros aspectos, como funcionamento intestinal, prazer sexual, desejo e produção hormonal.

    Fontes: Danielle Imperador, ginecologista do Hospital Nove de Julho e do Hospital Leforte especializada em endoscopia ginecológica e cirurgia laparoscópica para endometriose; Mariano Tamura Vieira Gomes, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Endoscopia Ginecológica da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e chefe do Setor de Doenças do Útero e Sangramento Uterino Anormal da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

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