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    Histerectomia: quando a cirurgia de retirada do útero é indicada?

    Conheça os tipos de procedimento, os exames necessários e como é o pós-operatório

    Fonte: Dra. Adriana Bittencourt CampanerGinecologistaPublicado em 24/09/2025, às 17:24 - Atualizado em 29/10/2025, às 16:22

    histerectomia

    A cirurgia de histerectomia consiste na retirada do útero. Ela pode ser indicada em diversas situações, quando o tratamento convencional para alguns tipos de doenças não obtém sucesso. Entre elas estão quadros de dores pélvicas intensas, miomas que causam grandes desconfortos ou até mesmo o tratamento de um câncer.  

    Hoje, técnicas minimamente invasivas permitem uma recuperação mais rápida e com menos dor. Para saber mais sobre o tema, siga a leitura.

    Histerectomia: o que é? 

    A histerectomia é um procedimento cirúrgico que remove o útero, órgão do sistema reprodutor feminino responsável por abrigar o feto durante a gestação. A cirurgia é definitiva e, depois dela, a mulher não pode mais engravidar. 

    A decisão por essa cirurgia acontece depois de uma avaliação médica bastante criteriosa. Geralmente, ela é recomendada quando outras formas de tratamento para alguns determinados tipos de doenças não apresentaram resultados. Falamos aqui de doenças que afetam o útero e órgãos próximos. 

    O procedimento é realizado por um ginecologista especializado em cirurgias. É ele quem avalia o quadro de saúde da mulher, discute as opções de tratamento e, se necessário, indica e realiza a histerectomia. 

    Tipos de Histerectomia 

    As diferenças entre os tipos de histerectomia estão tanto na extensão da retirada dos órgãos quanto na maneira como o cirurgião acessa a região pélvica. 

    Extensão da remoção 

    A classificação principal da histerectomia se baseia no quanto é removido durante a cirurgia. A decisão depende diretamente do problema que está sendo tratado. De modo geral as tubas uterinas são retiradas e os ovários são preservados; estes apenas são retirados se houver algum problema ou a mulher já estiver na menopausa. 

    • Histerectomia parcial: remove apenas o corpo do útero. O colo do útero, parte que conecta o órgão à vagina, é preservado. 
    • Histerectomia total: é o tipo mais comum e retira completamente o útero e o colo do útero. 
    • Histerectomia radical: é um procedimento mais extenso. Além do útero e do colo do útero, remove também a parte superior da vagina, os gânglios pélvicos e tecidos próximos. É indicada principalmente para tratar casos de câncer ginecológico.

    Via de acesso cirúrgico 

    A forma como o cirurgião acessa o útero para removê-lo também define o tipo de cirurgia. As técnicas modernas são menos invasivas e aceleram a recuperação. 

    • Abdominal: a via mais tradicional. O médico faz um corte no abdômen, semelhante ao de uma cesárea, para remover o útero. 
    • Vaginal: o útero é retirado através de um corte dentro do canal vaginal. Não deixa cicatrizes externas visíveis. 
    • Laparoscópica: procedimento feito por pequenas incisões no abdômen. Uma microcâmera e instrumentos cirúrgicos finos são inseridos por esses furos, permitindo que o médico realize a cirurgia com a ajuda de um monitor. 
    • Robótica: uma evolução da laparoscopia. O cirurgião comanda um robô de alta precisão, que executa os movimentos dentro do abdômen da paciente.

    Quando a histerectomia é indicada? 

    A histerectomia é indicada principalmente quando outras terapias não funcionaram. E as principais indicações para a cirurgia são: 

    • Mioma uterino: nódulo benigno que cresce na parede do útero. Dependendo do tamanho e da localização, pode causar sangramento intenso, dor, anemia e outros desconfortos. 
    • Endometriose: acontece quando o tecido que reveste o útero (endométrio) cresce fora dele, causando dor pélvica crônica e inflamação. 
    • Sangramento uterino intenso e prolongado: em casos que não respondem a tratamentos com medicamentos, a cirurgia pode ser a solução. 
    • Prolapso genital: é o deslocamento de órgãos como o útero e a bexiga para baixo, em direção à vagina, devido à fraqueza dos músculos pélvicos. 
    • Câncer de útero, colo do útero ou ovários. 
    • Dor pélvica crônica e sem outra causa identificável ou tratável. 

    Em emergências, como um sangramento grave e incontrolável após o parto causado pela atonia uterina, a histerectomia pode ser necessária para salvar a vida da mulher. 

    Exames indicados antes da histerectomia 

    A solicitação de exames pré-operatórios não segue uma lista fixa e rotineira. A decisão é baseada em uma avaliação médica individualizada. E depende do porte da cirurgia, da idade e do estado de saúde da paciente. 

    A histerectomia é considerada uma cirurgia de porte maior (grau 3). Com base nisso, o médico avalia o risco cirúrgico da paciente, usando a escala da Sociedade Americana de Anestesiologistas (ASA), para definir o que é realmente necessário. 

    Para uma paciente jovem e saudável (ASA 1), pode ser solicitado apenas um hemograma, com a consideração de exames de função renal e glicemia. 

    Já para uma paciente acima de 60 anos e com alguma doença cardiovascular (ASA 2 ou 3), a lista pode incluir hemograma, eletrocardiograma (ECG), função renal, radiografia de tórax e coagulograma. 

    O exame de β-HCG, para descartar uma gravidez, é sempre realizado quando pertinente. 

    Outros exames como ultrassonografia pélvica e Papanicolau podem fazer parte da avaliação ginecológica inicial, que investiga a causa do problema.

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    Como é a recuperação após o procedimento? 

    O tempo de recuperação varia conforme o tipo de cirurgia e as condições de saúde da mulher. Procedimentos minimamente invasivos, como a laparoscopia, geralmente permitem uma recuperação mais rápida. 

    O período de internação hospitalar costuma ser curto. Mas, depois da alta, atividades que exigem esforço físico, como levantar peso, devem ser evitadas.  

    O retorno às atividades diárias, como trabalho e exercícios leves, acontece de forma gradual e sob orientação médica. O tempo total para a recuperação completa pode variar de duas a seis semanas. 

    Possíveis complicações 

    Além dos riscos inerentes a qualquer cirurgia – como infecções, sangramentos e formação de coágulos – a histerectomia pode trazer algumas consequências, 

    Por exemplo, se os ovários forem removidos junto com o útero, a mulher entrará na menopausa imediatamente, com eventuais sintomas como ondas de calor e alterações de humor. 

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