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    Acolher profissionais da saúde é lição da pandemia

    Equilíbrio entre necessidades do paciente e da equipe ajuda a criar boas experiências

    Por Danielle SanchesPublicado em 01/07/2022, às 17:39 - Atualizado em 25/05/2023, às 14:28
    Foto: Divulgação

    Nem só de máquinas de alta tecnologia e especialistas gabaritados é feito um hospital. No dia a dia, quem movimenta essa verdadeira cidade voltada para o cuidado com o outro são as pessoas. E, para acolher bem, essas pessoas também precisam de acolhimento.

    Isso só é possível por meio de uma gestão detalhada e minuciosa, o que exige muita dedicação e amor pela tarefa. “É uma verdadeira arte”, disse Paulo Chapchap, Conselheiro Estratégico do Negócio de Hospitais e Oncologia de Dasa e um profundo conhecedor da área da saúde.

    Chapchap, que é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, acredita que é necessário um olhar atento para os profissionais da linha de frente para apoiá-los em suas tarefas e, assim, garantir um atendimento que atenda às expectativas dos pacientes.

    Neste mês em que se comemora o Dia do Hospital, celebrado no dia 2 de julho, o especialista conversou conosco sobre os principais desafios no trabalho de gestão de hospitais. Confira a seguir.

    Atender às expectativas dos pacientes é, sem dúvida, muito importante. Como deve ser a gestão de pessoas para garantir que os profissionais da linha de frente estejam em condições de prestar um atendimento mais acolhedor?

    Na maior parte das vezes, as jornadas dos profissionais de saúde são muito gratificantes pelos excelentes resultados alcançados no tratamento e pela satisfação das expectativas dos pacientes e de seus familiares.

    Entretanto, esses profissionais têm uma propensão maior a problemas como estresse e burnout por se sentirem pressionados ao vivenciar jornadas longas e estafantes, trabalhando em finais de semana e durante algumas noites, convivendo com o sofrimento, a desesperança e a morte.

    Durante a pandemia, isso ficou muito claro. Percebemos que, além de todos esses fatores, essas pessoas experimentaram uma carga de trabalho maior e vivenciaram casos dramáticos e mortes com mais frequência.

    Também utilizamos as pesquisas de clima para monitorar quais áreas precisam de uma atenção maior no que diz respeito à liderança, que deve ser acolhedora e justa. Com isso, vamos detectando eventuais problemas e atuando de forma precoce para sanar as condições de trabalho quando não estiverem adequadas.

    Na sua opinião, atualmente, quais são os principais desafios da gestão hospitalar?

    O primeiro desafio é o da sustentabilidade. A medicina está incorporando cada vez mais tecnologias novas e importantes, porém custosas; e, por outro lado, temos uma população envelhecendo e que precisa cada vez mais de atendimento.

    Nesse sentido, precisamos atender mais pessoas com a mesma infraestrutura. Para isso, é fundamental sermos mais eficientes e prestar um serviço de alta qualidade, evitando complicações e retrabalhos.

    O segundo desafio é reduzir o número de falhas em nossa atuação. Do ponto de vista da gestão, isso pode ser monitorado por meio de processos com alta confiabilidade e que nos forneçam dados para entender onde precisamos melhorar.

    Já do ponto de vista profissional, isso implica em um constante aperfeiçoamento do nosso quadro de profissionais. Um hospital realiza procedimentos e usa medicações de alta complexidade que podem ter efeitos adversos. É preciso, portanto, que os profissionais estejam sempre atentos para seguir os procedimentos corretos, usar muito bem suas competências e evitar falhas, garantindo um tratamento mais efetivo.

    Falando em novas tecnologias, qual a importância delas para um melhor atendimento nos hospitais?

    As novas tecnologias permitem não apenas melhorar a experiência do paciente, atendendo às suas expectativas, como facilitar o trabalho dos profissionais. A telemedicina, por exemplo, nos ajuda a otimizar nossos recursos, distribuindo o atendimento para áreas e unidades menos pressionadas para determinado serviço.

    O paciente também pode, atualmente, fornecer seus dados antes de chegar à unidade de atendimento, agilizando seu fluxo de entrada. Tudo isso é importante para melhorar a vivência que eles têm do serviço prestado por nós.

    Especificamente sobre a Dasa, quais são os próximos passos para o segundo semestre de 2022?

    Estamos no momento de olhar para a nossa proposta de valor e reafirmar quais ações devemos implementar para realizar a visão que temos: de uma jornada mais integrada, com o paciente no centro dos nossos cuidados, entendendo e atendendo as suas expectativas nos pontos de contato, garantindo a incorporação, o fluxo e a análise dos dados, de forma a cuidarmos da saúde e tratarmos adequadamente da doença o mais precocemente possível.

    Também estamos atuando fortemente no trabalho preventivo e na saúde diagnóstica, descobrindo riscos que o paciente teria antes dele ter qualquer problema de saúde ou intervindo antes que a doença se agrave, como acontece com frequência nos pacientes cardíacos e nos portadores de neoplasias.

    É um momento de olhar com atenção para nossas forças, avaliar onde precisamos melhorar e garantir que seja possível entregar o valor que prometemos para a sociedade.

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