Marcadores tumorais: o que são e como identificá-los
Eles são importantes para sinalizar a presença de tumores em pacientes já em tratamento ou que ainda precisem de diagnóstico
Marcadores tumorais são moléculas produzidas por células normais do nosso organismo, mas também pelas células de um tumor. Por isso, são substâncias que podem aparecer em quantidades acima do normal quando há um câncer se desenvolvendo.
Continue a leitura para entender mais sobre eles e quais são os principais marcadores oncológicos conhecidos atualmente.
Neste artigo, você vai ler:
O que são marcadores tumorais?
Marcadores tumorais são proteínas ou outras moléculas produzidas tanto por células normais como por células cancerígenas.
No entanto, elas são produzidas em maior quantidade pelas células tumorais e, por isso, podem ser encontradas no sangue, na urina, nas fezes e em outros tecidos e fluidos corporais dos pacientes com câncer.
Quais são os principais marcadores tumorais?
Existem dois tipos de marcadores tumorais:
- Circulantes: podem ser avaliados por meio de amostras de sangue analisadas em laboratório. É importante dizer que algumas substâncias ingeridas podem alterar o valor destas proteínas, como é o caso do cigarro de nicotina, maconha e suplementos com biotina.
- Nos tumores: neste caso, os exames são feitos por meio de biópsia ou na peça tumoral.
Entre os marcadores circulantes, os tipos mais comuns são:
- CEA: o antígeno carcinoembrionário é um marcador para câncer de cólon;
- CA-125: marcador de tumor de ovário;
- Alfa-fetoproteína: tumores de fígado e germinativos;
- CA 15-3: tumor de mama;
- PSA: tumor de próstata;
- B-HCG: tumores germinativos ou doença trofoblástica gestacional;
- Cromogranina: tumores neuroendócrinos;
- CA 19-9: pâncreas e vias biliares.
Já entre os marcadores retirados do próprio tumor, os mais importantes são:
- Rearranjo do ALK e mutação de EGFR: importante para definição do tratamento dos tumores de pulmão não pequenas células;
- Instabilidade de microssatélite (MSI): determina adjuvância (ou seja, a sequência de tratamento para evitar que o câncer volte) e uso de imunoterapia em tumor colorretal;
- PD-L1: determina uso de imunoterapia para diversos tipos de tumores;
- Amplificação do gene HER2: determina o tratamento do câncer de mama;
- Mutação gene BRCA 1 ou BRCA2: determina a escolha do tratamento nos tumores de ovário e mama.
CA 125
O marcador chamado CA125 é conhecido por estar aumentado em cânceres de ovário do tipo seroso, carcinomas de endométrio também do tipo seroso e ainda de tumores que possam acometer o peritônio (membrana presente na cavidade abdominal e que envolve os órgãos internos como estômago, intestinos e fígado).
No entanto, algumas mulheres com endometriose também podem ter esse marcador aumentado.
CA 19-9
O CA 19-9 é um marcador que surge principalmente em câncer de pâncreas –mas também pode ser encontrado em qualquer tumor que acometa o trato gastrointestinal.
CEA
O antígeno carcinoembrionário, ou simplesmente CEA, é uma proteína produzida em níveis acima do normal em casos de tumor colorretal e também da tireoide.
No entanto, ela também pode aparecer em quantidade alterada em portadores de doenças como diabetes e gastrite.
PSA
É o principal marcador tumoral para o câncer de próstata. É utilizado tanto para o diagnóstico da doença como para o seguimento para doenças localizadas e ainda no acompanhamento do tratamento oncológico no caso de pacientes com câncer de próstata metastático (ou seja, que já tenha se espalhado para outras partes do corpo).
Exame de marcadores tumorais: como é feito?
A grande maioria dos exames é feita por meio de uma amostra de sangue retirada em coleta única. Mas também é possível avaliar marcadores tumorais com amostras de urina e também na análise feita diretamente nos tecidos do tumor.
Qual é a importância dos marcadores tumorais durante o tratamento oncológico?
Para o oncologista, os marcadores tumorais são uma forma de acompanhar a evolução ou a regressão da doença durante o tratamento.
Os marcadores ainda podem ser um sinal de que mais exames são necessários para averiguar se houve ou não recidiva do câncer.
Por fim, os marcadores tumorais moleculares também auxiliam no desenvolvimento de novos remédios e tratamentos de alta especificidade para tumores.