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    Câncer colorretal: como prevenir, identificar e tratar a doença

    Dores abdominais e sangue nas fezes são sinais de alerta

    Por Gislene PereiraPublicado em 08/06/2022, às 18:58 - Atualizado em 25/05/2023, às 19:42
    Câncer colorretalFoto: Shutterstock

    Câncer colorretal ou, se preferir, do intestino grosso. O termo assusta, é verdade. E muitas vezes nos afastamos daquilo que causa medo. Mas, quando falamos de câncer, a informação é nossa maior aliada. 

    Você sabia que esse tipo da doença é considerado o terceiro que mais mata no país, superando a marca de 40.000 brasileiros por ano? São dados do Instituto Nacional de Câncer, o INCA. 

    Mas, a doença pode ser evitada ou melhor controlada com o diagnóstico precoce. Se identificada nos estágios iniciais, a chance de cura é de 90 a 95%. 

    Sinais do câncer colorretal

    A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) orienta que toda pessoa que apresentar perda de peso sem razão aparente, diagnóstico de anemia, alteração do hábito intestinal (prisão de ventre ou diarreia constantes e/ou alternados) e sangue nas fezes de qualquer coloração deve procurar um especialista.  

    “Ainda que não sejam os únicos sintomas, eles podem ser sinais iniciais da doença e devem ser observados com atenção”, diz o médico Ricardo Anuar Dib, presidente da SOBED. Outros sinais de alerta: 

    • Sensação de que o intestino não foi completamente esvaziado após ir ao banheiro; 
    • Dor abdominal (como cólica) persistente
    • Sensação de inchaço abdominal
    • Cansaço e fadiga sem causa aparente

    Fatores de risco para o câncer colorretal

    Entre os fatores de risco para o câncer colorretal, podem ser citados:

    • Obesidade 
    • Sedentarismo 
    • Alimentação rica em carnes vermelhas e processadas 
    • Tabagismo 
    • Alcoolismo 
    • Idade superior a 50 anos 
    • História familiar de câncer colorretal 
    • História pessoal de câncer colorretal ou pólipos adenomatosos e ainda doença inflamatória intestinal (doença de Cronh e retocolite ulcerativa) 
    • Síndromes hereditárias como sídrome de Lynch (câncer colorretal hereditário sem polipose) 

    Detecção precoce

    A maioria dos tumores se inicia com pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso e levar de 10 a 15 anos para se tornarem malignas. Por isso, é tão importante a detecção precoce destes pólipos para que sejam removidos. 

    Se você apresentar sintomas sugestivos de câncer colorretal ou pertencer a um grupo de maior risco, inclua ao menos dois exames na sua rotina anual: pesquisa de sangue oculto nas fezes e algum tipo de endoscopia, como a colonoscopia.  

    +LEIA MAIS: Quais são as doenças inflamatórias intestinais

    “A colonoscopia é recomendada a partir dos 45 anos. Mas, quando há histórico de tumor intestinal na família, o rastreamento deve ser iniciado antes, de acordo com orientação do coloproctologista”, explica o médico Eduardo Vieira, presidente da  Sociedade Brasileira de Coloproctologia.  

    Investigações complementares podem ser necessárias para fechar o diagnóstico. Entre elas, podemos citar o exame imunoquímico fecal (FIT), o DNA em fezes e a sigmoidoscopia flexível (que examina apenas parte do cólon).  

    “Novos equipamentos de endoscopia com alta definição e o uso da inteligência artificial são aliados para a detecção de pequenas lesões”, diz o médico cirurgião e colonoscopista Marcelo Averbach, presidente da Comissão de Ações Sociais da Sobed. 

    Tratamentos disponíveis

    O tratamento para o câncer colorretal vai depender das características do tumor.  

    Leva-se em consideração:  

    1. Se a doença é localizada ou já está avançada, inclusive acometendo outros órgãos (metástases) como fígado, linfonodos e pulmões
    2. Localização: os tumores de reto médio e baixo podem ser tratados com radioterapia
    3. Presença ou não de sintomas

    A cirurgia é o principal tratamento para o câncer colorretal e é responsável por cerca de 70% das chances de cura dos pacientes. A estratégia utilizada na cirurgia dependerá da localização e do tamanho do tumor. Geralmente é feita a ressecção do intestino, onde é retirada a parte afetada do intestino e dos gânglios linfáticos próximos para avaliar a presença de células cancerosas. A radioterapia e a quimioterapia também fazem parte do tratamento desse tipo de câncer e visam principalmente reduzir a chance do tumor voltar. 

    No caso do câncer de reto, se houver a necessidade de remoção total da região e do ânus, o paciente vai precisar de uma colostomia permanente, que se trata de uma bolsa na abertura do abdome feita para eliminar as fezes e gases. 

    Atualmente a ciência já evoluiu e disponibiliza testes moleculares e genéticos que auxiliam a condução do paciente, como a avaliação de risco de recorrência do tumor e a detecção precoce dessas recidivas. 

    Hábitos para adotar

    Colocar o corpo em movimento com frequência, escolher alimentos saudáveis para o prato e manter os exames em dias são atitudes que ajudam a proteger seu corpo de diversos tipos de câncer, inclusive o colorretal.  Confira abaixo algumas orientações para manter a saúde do intestino.

    O que fazer:

    • Ter uma alimentação rica em fibras (com porções diárias de frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos e sementes)
    • Praticar uma atividade física regularmente (pelo menos 30 minutos por dia)
    • Manter um peso saudável
    • Exames preventivos, uma vez por ano, para detectar sangue oculto nas fezes
    • Limitar o consumo de gordura

    O que evitar:

    • Consumo de bebidas alcoólicas
    • Dieta rica em alimentos processados e ultraprocessados (enlatados, biscoitos, recheados, refrigerantes, etc)
    • Fontes de carboidratos refinados como bolos, doces e pão branco
    • Comer mais de 300 gramas de carne vermelha cozida por semana ou que passou por um processo de calor intenso (como em churrasco)
    • Tabagismo
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