nav-logo
Compartilhe

Câncer de próstata: tudo que você precisa saber

A detecção precoce durante exames de rotina aumenta a chance de cura

Por Samantha CerquetaniPublicado em 10/11/2022, às 12:34 - Atualizado em 08/04/2024, às 14:26

Câncer de Próstata

Com a chegada da Campanha Novembro Azul, ganham destaque a importância da detecção precoce do câncer de próstata e as formas de  tratamento da doença.

Mas você sabia que, no Brasil, ele é o segundo tipo de tumor mais comum entre os homens? Por isso, precisamos falar sobre o assunto o ano todo, e não apenas em novembro.

“Um dos grandes desafios do  câncer de próstata é o fato de ser assintomático em sua fase inicial. Com a detecção precoce, as chances de cura da doença ainda são bastante elevadas, chegando a 90%. Já na fase avançada, quando a doença não está mais restrita à próstata, pode se tornar incurável. Por isso, é fundamental o diagnóstico logo no início”, destaca Rafael Coelho, urologista especializado em uroncologia e cirurgia robótica do Hospital Nove de Julho.

O que é próstata?

A próstata é uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino e tem o tamanho de uma noz, pesando cerca de 25 g. Ela fica localizada na frente do reto e embaixo da bexiga. Entre as suas principais funções estão produzir o líquido seminal, que protege e nutre os espermatozoides no sêmen.

A seguir, você confere detalhes sobre o que causa o câncer de próstata, formas de tratamento e a importância do diagnóstico precoce.

Agendar consulta online

O que causa e como ocorre o câncer de próstata?

A doença acontece quando há uma multiplicação desordenada das células da próstata. Com o tempo, e sem tratamento, elas se espalham para outras partes do corpo, provocando metástase e aumentando o risco de morte.

Fatores que aumentam o risco do câncer de próstata

Idade

O câncer de próstata costuma atingir homens mais velhos, acima de 50 anos. É possível surgir antes dessa faixa etária, mas são casos mais raros.

Hereditariedade e histórico familiar

Homens com algum parente de primeiro grau (como pais ou irmãos) que tiveram câncer de próstata estão mais suscetíveis ao problema.

Predisposição genética

Aproximadamente 12% das pessoas com câncer de próstata metastático e 6% das que têm a doença localizada na próstata (de alto risco) têm uma predisposição genética identificada.

“No caso do câncer de próstata, dois importantes genes, BRCA1 e BRCA2, foram descobertos como os causadores dos tumores, quando sofrem mutação. Uma forma da detecção da mutação nesses genes é feita por meio de uma amostra de DNA, que pode ser de sangue ou saliva, para posterior análise em laboratório”, explica Cristovam Scapulatempo Neto, diretor médico de patologia e genética da Dasa.

Raça

Homens negros e afrodescendentes correm mais risco pelo fator genético e tendem a desenvolver tumores mais agressivos.

Obesidade, tabagismo e consumo de álcool

O consumo de álcool e tabagismo está associado a maior risco da doença. Além disso, homens obesos também têm mais chances de desenvolver câncer de próstata.

Alimentação inadequada

A alimentação também é um fator que pode contribuir para o surgimento da doença. Consumir itens pouco saudáveis (como gorduras em excesso) aumentam o risco do problema.

Alguns nutrientes (como licopeno, presente no tomate, vitamina E e selênio) podem ter fator protetivo contra o câncer de próstata. No entanto, faltam estudos que comprovem o benefício.

A recomendação dos especialistas é manter uma alimentação saudável e balanceada para prevenir qualquer tipo de câncer.

Quais são os sintomas do câncer de mama?

Na maioria das vezes, o câncer de próstata é assintomático na fase inicial. Conforme ele avança, podem surgir alguns sintomas que devem ser avaliados. Entre eles, estão:

  • Necessidade de urinar com mais frequência, principalmente à noite;
  • Fluxo urinário fraco e demorado;
  • Sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga;
  • Dificuldade em começar a urinar;
  • Dor nas costas (em caso de câncer metastático);
  • Sangue na urina ou sêmen;
  • Ardência ou dor ao urinar;
  • Problemas de ereção;
  • Dor ao ejacular.

Agendar consulta online

Diagnóstico precoce salva vidas

Um dos maiores desafios no combate e prevenção ao câncer de próstata é cultural: geralmente, os homens vão menos ao médico e muitos têm preconceito em relação aos exames de rastreamento.

Mas, ao detectar o câncer nos estágios iniciais, as chances de cura são mais altas e os tratamentos menos agressivos.

“Homens a partir de 45 anos (sem fatores de risco) devem procurar um urologista para realização de toque retal e dosagem de PSA (antígeno prostático específico). Para aqueles que possuem casos de câncer na família (ou que apresentem processos inflamatórios na próstata), a consulta com urologista deve iniciar ainda mais cedo, aos 40 anos de idade”, explica Natalia Moreno Perez Fraile, oncologista do Hospital Santa Paula.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, a frequência do exame é bastante variável, podendo ser anual ou mesmo a cada 4 anos. O urologista é quem determina a periodicidade de acordo com o histórico do paciente.

A seguir, veja detalhes dos exames que identificam o câncer de próstata:

Toque retal

Durante a consulta com o urologista, o homem realiza o exame de toque retal para avaliar alguma alteração na próstata. Com luva e lubrificante, o especialista introduz o dedo indicador no ânus do indivíduo para analisar a presença de alterações no formato e consistência da glândula.

“O exame preventivo é o toque retal, que é rápido e indolor, demora cerca de 10 segundos. Na palpação da próstata, é possível sentir 70% dela e se houver uma área endurecida e irregular é preciso avaliar”, destaca Ubirajara Ferreira, chefe do Departamento de Uro-oncologia da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia).

PSA

Além do toque retal, é importante realizar um exame chamado de antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês), que é um marcador valioso para o câncer de próstata.

Trata-se de uma proteína produzida pelo tecido prostático. Se o homem tem tecido prostático, tanto benigno quanto maligno, será detectado no exame de sangue.

À medida que o tamanho da próstata aumenta, a concentração de PSA também cresce. Mas vale destacar que nem sempre uma alteração no PSA indica câncer. A confirmação do diagnóstico de câncer de próstata necessita de um estudo anatomopatológico de fragmentos da glândula, conhecida como biópsia.

Biópsia

Após a alteração nos exames de rastreamento, o urologista pode solicitar uma biópsia da próstata para confirmar o diagnóstico. Trata-se da retirada de uma amostra do tecido da glândula com anestesia por meio de uma agulha. Em seguida, esse material é encaminhado para análise laboratorial.

Caso o resultado for positivo, também é possível determinar se o câncer de próstata é mais agressivo e qual é a melhor forma de tratamento.

Exames de imagens

O especialista pode solicitar exames de imagem para definir o tratamento mais adequado. Entre eles, destacam-se o ultrassom transretal, ressonância magnética, cintilografia óssea e tomografia computadorizada.

Quais são os tratamentos para o câncer de próstata?

Após o diagnóstico, é fundamental que o homem com câncer de próstata inicie o tratamento o quanto antes. As medidas terapêuticas variam de acordo com o estágio da doença.

“Os tratamentos se dividem em cirurgias, quando se extirpa toda a glândula, ou irradiação na próstata, radioterapia localizada e, por último, quando o câncer está mais disseminado, pode ser indicada a hormonioterapia com quimioterapia”, resume Alex Meller, urologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Em casos de tumores de baixa agressividade, há a opção da vigilância ativa, na qual se faz o monitoramento da evolução da doença, intervindo se houver progressão.

A seguir, veja detalhes dos tratamentos para o câncer de próstata:

Cirurgia

A prostatectomia radical é uma cirurgia de remoção da próstata e vesículas seminais e linfonodos regionais, em alguns casos.  A próstata deve ser retirada completamente. O maior risco da cirurgia é a disfunção erétil, que atinge de 30 a 60% dos casos, além de incontinência urinária grave.

Atualmente, a prostatectomia radical tem sido realizada por meio de cirurgia robótica, que oferece maior precisão e menos complicações no pós-operatório.

Radioterapia

Pode ser externa ou interna (braquiterapia). No primeiro caso, o foco é o tumor de próstata, que é enquadrado no campo de radiação, com ajuda de exames de imagem e de cálculos matemáticos.

Já a braquiterapia é uma técnica que consiste na aplicação de “sementes radioativas” no interior da próstata, no reto, sob anestesia.

Hormonioterapia

O objetivo dessa medida terapêutica é controlar o câncer (e não curar). É indicada para pacientes em que a doença não está mais apenas localizada e envolve outros órgãos.

Nesses casos, o intuito é privar o organismo da testosterona (hormônio masculino, que “alimenta” o câncer de próstata). Geralmente, esse bloqueio ocorre com o uso de medicamentos injetáveis.

Entre os efeitos colaterais, estão: perda da ereção, diminuição da libido, da massa muscular e óssea e aumento do risco de doenças cardiovasculares.

Quimioterapia

Geralmente, é usada em pessoas que não tiveram a resposta ao tratamento hormonal. São aplicados medicamentos quimioterápicos via endovenosa (na veia) para reduzir a massa tumoral e com o objetivo de controlar a doença.

Câncer de próstata tem cura?

Sim! É assustador receber o diagnóstico da doença. Mas ao ser detectada precocemente, as chances de cura são altas.

Vale a pena saber que o estágio em que o câncer está faz a diferença tanto na chances de sobreviver quanto na opção de tratamento.

Estádios do câncer de próstata

Abaixo, veja detalhes do estadiamento (localização e a extensão) do câncer de próstata:

  • Estádios I e II:  a doença está restrita à próstata e não invade outros órgãos.
  • Estádios III e IVA: o tumor infiltra os tecidos ao redor da próstata, como vesícula seminal, reto, bexiga ou atinge os linfonodos pélvicos.
  • Estádio IVB: quando o câncer atinge os ossos ou outros órgãos (metástase).

O que é recidiva do câncer de próstata?

É importante destacar que, mesmo depois da cura, há casos de tumores da próstata que podem voltar a aparecer após o tratamento inicial. Essa situação é conhecida como recidiva do câncer. O risco é maior em tumores que já são inicialmente mais avançados.

“Todos os homens que receberam um diagnóstico de câncer de próstata devem fazer exames e acompanhamento regular. Muitas vezes, o paciente deve se consultar com o especialista por vários anos para garantir que não há risco que o câncer volte”, diz Meller.

Formas de prevenção

De maneira geral, a melhor forma de prevenir o câncer de próstata é manter hábitos saudáveis por toda vida. Entre as medidas recomendadas, estão:

Manter uma alimentação saudável

É importante ter uma dieta balanceada, com baixo teor de gordura e boa oferta de frutas, verduras, legumes e alimentos integrais.

Abandonar o sedentarismo

Praticar atividade física regular ajuda a melhorar a saúde de forma geral. Um organismo saudável tem menos riscos de sofrer alterações nas células, o que pode desencadear o aparecimento do câncer, além de contribuir com o peso.

Evitar a obesidade

Ninguém escolhe estar acima do peso. Mas por ser uma doença multifatorial, as pessoas com sobrepeso e obesidade devem buscar ajuda profissional para emagrecer. Sabe-se que o excesso de peso é um fator que contribui com a doença.

Não fumar e nem beber

O consumo de bebida alcoólica em excesso e o tabagismo danificam o DNA e as suas proteínas, aumentando o risco para o surgimento do câncer de próstata.

Realizar consultas de rotina

É importante colocar na agenda a consulta anual com o urologista! Por meio de exames, é possível detectar qualquer alteração no corpo e prevenir casos de câncer de próstata mais agressivos.

Sabia que você pode consultar um urologista online por meio do Nav Dasa? Faça seu cadastro para saber mais.

Agendar consulta online

Fontes: Inca, Ministério da Saúde e American Cancer Society.

Encontrou a informação que procurava?
nav-banner

Veja também