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    Micose: causas, sintomas, prevenção e tratamentos

    Infecção pode afetar a pele, o couro cabeludo, as unhas e áreas mais úmidas do corpo

    Por Raquel RibeiroPublicado em 07/12/2022, às 14:17 - Atualizado em 25/05/2023, às 14:31
    Foto: Shutterstock

    Caracterizada por uma infecção causada por fungos, a micose é uma doença que se manifesta após encontrar meios favoráveis para sua proliferação como calor, umidade e áreas cobertas sem muita ventilação, como pés com calçados. 

    Pode atingir regiões como a pele, couro cabeludo ou unhas. A boa notícia é que atitudes simples, como manter medidas de higiene, ajudam a prevenir a micose.

    Além disso, quando infectado, para que a infecção não se agrave, é necessário realizar o tratamento adequado. Assim, a condição tem menos chance de se expandir, tornar-se uma infecção bacteriana e levar o indivíduo a uma internação hospitalar. 

    A seguir, veja mais informações sobre o assunto.

    O que causa micose?

    As micoses podem ser causadas por fungos que coexistem no organismo do hospedeiro. Nesse sentido, ocorrem por algum desequilíbrio interno.

    Também podem ser adquiridas pelo contato com outros indivíduos infectados ou ainda via contato em ambientes onde esses fungos existem.

    Tipos de micose

    As micoses podem ser classificadas em: superficiais, cutâneas, subcutâneas, sistêmicas e oportunistas. 

    Superficiais: são provocadas por fungos que parasitam a camada mais superficial da pele, porém sem deflagrar uma resposta inflamatória significativa no hospedeiro. 

    Um exemplo é a pitiríase versicolor, que causa manchas de pele mais claras ou escuras do que a pele ao redor da região afetada. 

    Cutâneas: ocasionada por fungos que igualmente parasitam a camada córnea, mas capazes de deflagrar resposta inflamatória no hospedeiro. 

    É o caso das dermatofitoses, causada por fungos ou cogumelos chamados dermatófitos. É transmitida pelo contato direto ou ao tocar um animal ou objeto infectado.

    Subcutâneas: são aquelas provocadas por fungos presentes em fontes ambientais, que são inoculados no hospedeiro por consequência de um traumatismo envolvendo matéria orgânica, terra, plantas, ou animais contaminados. Esses microorganismos causam doenças um pouco mais profundas que os relacionados às micoses cutâneas. 

    A principal micose subcutânea é a esporotricose, transmitida quando o fungo do gênero Sporothrix entra no organismo, por meio de uma ferida na pele. 

    Sistêmicas: ocasionada por fungos com potencial patogênico, podem estar presentes no solo, por exemplo. Também podem ser adquiridas em atividades ilegais de caça. É transmitida para o organismo por inalação, podendo disseminar para diversos órgãos.

    Um exemplo é a paracoccidioidomicose causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis. Comumente tem sua maioria dos casos diagnosticados nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil. É considerada incapacitante pela quantidade de mortes prematuras que ocasiona, se não diagnosticada e tratada oportunamente.

    Oportunistas: são causadas por fungos com baixo poder patogênico primário, mas capazes de provocar doenças em hospedeiros imunodeprimidos.

    É o caso da candidíase, transmitida pelo fungo Cândida albicans, que pode ocorrer na região oral, vaginal, peniana e intestinal.

    Sintomas da micose

    Os sintomas podem ser desde lesões na unha, couro cabeludo e pele, além de inflamação do órgão atingido que incluem:

    • Coceira;
    • Descamação;
    • Vermelhidão ou outra alteração de cor e textura;
    • Rachaduras ou aberturas na pele;
    • Unhas deformadas e amareladas ou brancas 

    Vale ressaltar que o quadro irá depender da gravidade em que o caso se encontra, bem como de fatores como o tipo de micose, qual tecido ou órgão estão envolvidos, chances de causar doenças pelo agente fúngico e o status imunológico do hospedeiro. 

    Prevenção

    A forma de prevenção irá depender do tipo de micose que o indivíduo possui. De forma geral, recomenda-se cuidados gerais para manter o equilíbrio e barreira da pele e mucosas. Além disso, adotar medidas de higiene e de cuidados à saúde geral. Entre eles estão:

    • Evitar compartilhar objetos de uso pessoal como roupas, toalhas, bonés e escovas;
    • Evitar roupas sintéticas sem ventilação;
    • Evitar ficar muito tempo com um calçado fechado.
    • Utilizar calçados em ambientes públicos e no solo; 
    • Manejar terra, plantas e animais doentes com luvas; 
    • Usar máscaras apropriadas para atividades rurais e em locais com aves e morcegos, tais como sótãos e cavernas;
    • Evitar caçar animais silvestres.

    Tratamento

    O tratamento pode ser feito com antifúngicos em comprimido, cremes, spray ou esmaltes. Os casos mais graves podem ser tratados com medicações endovenosas. No entanto, o método a ser escolhido irá depender do tipo de micose e de seu grau de gravidade.

    Deverão ser levadas em conta ainda possíveis contraindicações para indivíduos e ainda o tipo de população acometida, tais como gestantes, idosos, crianças e pacientes imunodeprimidos, cujos mecanismos de defesa (sistema imunológico) estão comprometidos. 

    Outras medidas terapêuticas não farmacológicas podem ser associadas ou mesmo serem feitas isoladamente, dependendo do tipo de micose ou caso o paciente não possa receber o tratamento farmacológico.

    Contudo, vale ressaltar que, independentemente de qual seja a via de tratamento, deve ser conduzido sob supervisão médica. 

    Fontes: Priscila Marques de Macedo, assessora do Departamento de Micologia da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e também, pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz); Luciana Brotto, dermatologista clínica e cirúrgica do hospital Adventista Silvestre do Rio de Janeiro.

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