7 mitos e verdades sobre a mamografia
Saiba mais sobre esse importante exame de rastreamento do câncer de mama
Todo ano, especialmente no mês de outubro, ouvimos falar bastante sobre a importância da mamografia para prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. E não é à toa: trata-se do único exame que contribui, comprovadamente, para a redução da mortalidade por essa doença, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Neste artigo, você vai ler:
O Ministério da Saúde recomenda que mulheres de 50 a 69 anos façam a mamografia uma vez a cada dois anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia orienta a realização anual a partir dos 40 anos.
Além de ter em mente a importância do exame e a periodicidade indicada, vale esclarecer dúvidas comuns sobre o assunto. Por isso, conversamos com especialistas para entender alguns mitos e verdades acerca da mamografia.
1. Mamografia pode doer: verdade
Para que a mamografia seja bem realizada e o resultado obtido seja adequado, é necessário comprimir as mamas. Isso é feito de cima para baixo e lateralmente, podendo doer conforme a percepção de dor da mulher.
Embora possa incomodar, a compressão é suportável e rápida — em aproximadamente cinco minutos é possível realizar as quatro incidências necessárias, sendo duas em cada mama.
2. A mulher não pode fazer mamografia se estiver menstruada: Mito
A menstruação não interfere na imagem ou no resultado da mamografia. A diferença é que, por estar menstruada, a mulher pode estar com as mamas mais sensíveis e sentir um incômodo maior durante o exame. Por isso, recomenda-se evitar a mamografia durante o período pré-menstrual e menstrual.
3. Mamografia, por ser um exame de raio X, pode fazer mal para a saúde: Mito
A mamografia funciona com base na emissão de raios X. Atualmente, sabe-se que a radiação acumulada pode prejudicar a saúde a longo prazo. Mas isso não significa que a mamografia seja perigosa.
É seguro realizar a mamografia, seguindo recomendações médicas, porque a dose de radiação envolvida é bem baixa. E a radiação, se utilizada de forma controlada e correta, não vai causar danos à saúde.
4. Prótese de silicone pode atrapalhar a mamografia: Verdade
A prótese mamária pode se sobrepor a lesões na mamografia e, assim, interferir na qualidade do resultado.
Nesses casos, os médicos radiologistas buscam utilizar uma incidência extra em cada mama (além das quatro tradicionais). Chamada Eklund, trata-se de uma manobra para melhor visualização da mama sem interferência do implante.
5. Lactantes não podem fazer mamografia: Mito
Se a lactante apresentar algum sintoma ou alteração em exame que torne necessária a mamografia, não há problema em realizá-la. Entende-se que a mamografia é segura, não causando danos ou prejuízos à paciente ou à lactação.
Por outro lado, as mamas ficam mais densas nessa fase, o que pode prejudicar a avaliação de alguns tipos de lesão. Como a sensibilidade do exame fica menor, não é recomendada a realização de mamografia de rotina ou de prevenção durante a lactação.
6. Autoexame pode substituir a mamografia: Mito
Embora o autoexame seja importante para que as mulheres conheçam o próprio corpo e notem eventuais lesões, esse não é um método que pode substituir técnicas especializadas de rastreamento como a mamografia.
Nem todas as alterações nas mamas podem ser detectadas pelo autoexame. É mais difícil identificar, por exemplo, alterações iniciais. Já a mamografia oferece mais detalhes e consegue captar calcificações e microcalcificações, lesões, nódulos e assimetrias.
Vale lembrar que o diagnóstico de lesões em estágios iniciais aumenta a chance de cura no tratamento do câncer de mama.
7. Mamografia pode ter efeitos colaterais: Mito
Depois que o exame é realizado, a paciente não deve ter qualquer tipo de efeito colateral. As mulheres que estiverem com as mamas mais sensíveis podem sentir um incômodo maior, mas não há efeito colateral associado à mamografia.
Fontes: Fernanda Philadelpho, coordenadora e médica radiologista especialista na área de mama da Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDPI) e do Alta Excelência Diagnóstica do Rio de Janeiro; Patrícia Kajikawa, mastologista do Hospital 9 de Julho.