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    Neuropatia periférica pode afetar sensibilidade, movimentação e funções involuntárias

    Os nervos periféricos são aqueles que conectam o sistema nervoso central (o cérebro e a medula espinhal) ao restante do corpo (nervos periféricos em braços, pernas, mãos e pés). Eles contribuem para a percepção sensorial, a capacidade motora e o […]

    Por Tiemi OsatoPublicado em 22/05/2025, às 09:52 - Atualizado em 22/05/2025, às 09:53

    Neuropatia Periférica

    Os nervos periféricos são aqueles que conectam o sistema nervoso central (o cérebro e a medula espinhal) ao restante do corpo (nervos periféricos em braços, pernas, mãos e pés). Eles contribuem para a percepção sensorial, a capacidade motora e o controle de processos vitais. A presença de danos nesses nervos pode configurar um quadro de neuropatia periférica.

    Neuropatia periférica: o que é? 

    Neuropatia periférica é um termo genérico que abrange diversas condições caracterizadas por danos aos nervos periféricos. Tal problema pode atingir os nervos motores, os sensoriais e/ou os autônomos. 

    Os nervos motores enviam mensagens aos músculos, sendo importantes para caminhar, pegar objetos e falar.  Já os nervos sensoriais são responsáveis por transmitir informações sobre temperatura e dor, por exemplo. Por fim, os nervos autônomos estão envolvidos no controle de funções involuntárias, como respiração, digestão e frequência cardíaca.

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    Possíveis causas para a neuropatia periférica 

    A neuropatia periférica pode ser hereditária (causada por aspectos genéticos) ou adquirida (sendo consequência de fatores variados). 

    Neuropatias periféricas hereditárias 

    Entre as principais neuropatias periféricas hereditárias, que ocorrem em função de mutações genéticas, estão: 

    • Doença de Charcot-Marie-Tooth (atinge a sensibilidade e a movimentação); 
    • Ataxia de Friedreich (afeta a movimentação); 
    • Neuropatia axonal gigante (doença rara e progressiva que prejudica a movimentação e a sensibilidade). 

    Neuropatias periféricas adquiridas 

    Uma das causas mais comuns da neuropatia periférica adquirida é o diabetes não controlado, mas existem outras condições que podem danificar os nervos periféricos – incluindo alcoolismo, insuficiência renal, deficiência de vitamina B12, infecções (como infecção por HIV, hanseníase e doença de Lyme) e distúrbios autoimunes. 

    A neuropatia periférica adquirida também pode ser desencadeada pela compressão de nervos (que pode resultar de um traumatismo, por exemplo) e pelo contato com substâncias tóxicas (mercúrio e chumbo). 

    Alguns exemplos desse tipo de neuropatia são: 

    • Neuropatia diabética (pode danificar nervos motores, sensoriais e autônomos); 
    • Neuropatia periférica induzida por quimioterapia (pode danificar nervos motores, sensoriais e autônomos); 
    • Síndrome de Guillain-Barré (distúrbio autoimune raro que costuma afetar nervos motores e sensoriais); 
    • Polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica (distúrbio autoimune que costuma afetar nervos motores e sensoriais); 
    • Meralgia parestésica (compressão de um nervo sensorial na região da coxa); 
    • Neuropatia motora multifocal (distúrbio autoimune raro que costuma afetar nervos motores). 

    Sintomas 

    Os sintomas da neuropatia periférica variam de acordo com os nervos acometidos. A intensidade também pode ser diferente de paciente para paciente, conforme o grau de comprometimento dos nervos. 

    Se os nervos motores forem atingidos, pode haver fraqueza muscular, câimbras e dificuldade de equilíbrio e coordenação. Já se os nervos sensoriais forem prejudicados, é comum que os indivíduos apresentem dor, formigamento e perda de sensibilidade (geralmente nas mãos e/ou nos pés). Por fim, nos casos em que os nervos autônomos são danificados, podem surgir sintomas como aumento ou diminuição anormal de suor, diarreia, vômitos, constipação e alterações na frequência cardíaca. 

    Quando procurar por um médico? 

    É recomendável procurar atendimento médico se surgirem sintomas suspeitos, como os mencionados anteriormente. Em geral, pacientes com neuropatia periférica são acompanhados por um neurologista – mas, a depender das características do quadro, pode haver participação de outros especialistas (a exemplo do endocrinologista, se houver diagnóstico de diabetes). 

    Exames utilizados no diagnóstico da neuropatia periférica 

    Para diagnosticar a neuropatia periférica, o médico reúne informações sobre o paciente (como sintomas, histórico de saúde e possível exposição a fatores de risco) e conduz um exame físico. O profissional também pode solicitar exames complementares, como: 

    Ressonância magnética (RM) 

    A ressonância magnética mostra imagens dos nervos e dos ventres musculares, o que permite ver se há compressões, inflamações ou tumores afetando os nervos. Por meio desse exame, também é possível avaliar padrões de denervação de grupos musculares, que poderia sugerir alguma doença genética. 

    Ultrassom de alta resolução (USG) 

    O ultrassom de alta resolução avalia diretamente o nervo periférico, como o do punho ou braço. Assim, é possível observar se o nervo está inchado, com rotura ou preso. 

    Eletroneuromiografia (ENMG) 

    A eletroneuromiografia mede a atividade elétrica dos nervos e músculos, permitindo avaliar se o nervo está funcionando bem ou se está com falhas de condução. Ela também é útil pois mostra se há uma lesão recente ou antiga e qual o grau de comprometimento. 

    Exames de sangue 

    Os exames de sangue auxiliam na busca por causas da neuropatia, como diabetes, falta de vitaminas, infecções ou doenças autoimunes. Podem ser solicitados: glicemia, vitamina B12, função renal, teste de tireoide, entre outros. 

    Painel NGS para neuropatia periférica hereditária 

    Se houver suspeita de causa genética, pode ser realizado um exame chamado painel NGS para neuropatia periférica hereditária, cujo intuito é pesquisar mutações em genes associados às neuropatias periféricas. O resultado auxilia no diagnóstico e no prognóstico da doença, além de direcionar o tratamento e esclarecer o risco para os membros da família. 

    Formas de tratamento para a neuropatia periférica 

    A abordagem terapêutica mais adequada varia de acordo com as particularidades de cada situação. De forma geral, podem ser recomendados medicamentos, terapias físicas e alterações no estilo de vida. Nos casos em que há uma condição subjacente (por exemplo, diabetes), é fundamental tratá-la. 

    Entre as opções de medicamentos para a dor da neuropatia periférica, estão alguns analgésicos, anticonvulsivantes e antidepressivos. Quanto às terapias, podem ser indicadas a fisioterapia (para fortalecer os músculos e melhorar a coordenação motora) e a terapia ocupacional (para auxiliar pacientes que tenham alguma limitação a realizar tarefas diárias). 

    No âmbito do estilo de vida, orienta-se manter uma alimentação equilibrada e diversificada, praticar atividades físicas com frequência e evitar o consumo de álcool e tabaco.

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    Fonte: Dr. Patrick Catricala – Radiologista e ultrassonografista 

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