Como saber se o nódulo na mama é câncer?
Veja alguns tipos de nódulos mamários e o que pode ser feito em cada situação
Pode ser bastante assustador realizar o autoexame da mama e encontrar um nódulo. Quase que instantaneamente a mulher pode associar o problema ao câncer de mama. Não é para menos: de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), estima-se que ocorrerão mais de 66 mil novos casos da doença em 2022. No entanto, é importante saber que nem todo nódulo na mama é câncer.
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Mesmo assim, logo que você perceber qualquer alteração na mama, é fundamental buscar a orientação de um ginecologista ou mastologista. Isso porque o diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta as chances de cura, e garante tratamentos menos invasivos.
Nódulo na mama: o que pode ser?
A seguir, veja alguns tipos de alguns nódulos mamários e o que pode ser feito em cada situação.
Cistos mamários
São bolsas cheias de líquido que aparecem no tecido mamário. Geralmente, os cistos são ovais ou redondos, e podem ser moles ou mais duros ao toque. Podem surgir secreções nos mamilos e sensibilidade ou dor nas mamas. Eles costumam aumentar de tamanho logo após o período menstrual.
Os especialistas não sabem exatamente a causa dos cistos mamários. No entanto, seu surgimento está relacionado a questões hormonais. Muitas vezes, não precisam de tratamento, mas o líquido pode ser drenado, em caso de dores ou desconfortos.
Fibroadenoma
Trata-se de um tumor mamário benigno, sendo comum em mulheres com menos de 35 anos. Na maioria das vezes, é indolor, bem delimitado, arredondado, se move e tem crescimento lento. Pode surgir em apenas uma das mamas, ou nas duas ao mesmo tempo. O tamanho pode variar, mas raramente ultrapassam os 3 cm.
Geralmente, ocorre devido a questões hormonais durante a idade reprodutiva da mulher. Pode aumentar o risco durante a gestação ou quando é realizada a terapia de reposição hormonal para controlar sintomas de menopausa.
Raramente esse tipo de nódulo se torna um tumor maligno. Pode ser necessária uma cirurgia, principalmente se a mulher sentir desconforto.
Lipomas
Ocorre quando há acúmulo de tecido gorduroso na mama. Por conta disso, não é considerada uma condição grave e pode ser retirada por meio de uma cirurgia.
Geralmente são moles, pequenos (menos de um centímetro) e também conseguem se mover pela mama.
Ainda não está claro a razão pela qual eles aparecem, mas algumas vezes surgem após algum tipo de trauma na região.
Inflamações
É bastante comum que mulheres que tenham mastite apresentem nódulos nos seios. Trata-se de um tipo de inflamação nas mamas, comum principalmente após o parto. Nesses casos, a mulher pode ter dor na mama e vermelhidão no local.
O tratamento da mastite envolve desde o uso de antibióticos a pequenas intervenções cirúrgicas. Se não for tratada adequadamente, é comum que apareça pus na mama afetada.
Mastopatia diabética
Mulheres com diabetes podem ter uma complicação chamada mastopatia diabética. Surgem nódulos duros nas mamas, que geralmente não causam dor, e também podem aparecer bolhas na pele e pus.
Acredita-se que os níveis elevados de glicose no sangue que ocorre de forma constante possam influenciar o desenvolvimento da condição. O tratamento também envolve a retirada do nódulo por meio de cirurgia.
Quais são os sintomas de câncer de mama?
Além do nódulo, que geralmente é indolor, o câncer de mama pode ser diagnosticado após outros sintomas como:
- Pele da mama avermelhada, retraída ou semelhante a uma casca de laranja;
- Alterações nos mamilos;
- Pequenos nódulos nas axilas ou pescoço;
- Assimetria das mamas;
- Secreções pelos mamilos.
Após a consulta médica, a mulher deve ser encaminhada para exames específicos para análise do nódulo. Além do exame clínico, são solicitados exames de imagens como mamografia, ultrassom e ressonância magnética.
O especialista pode realizar uma biópsia, ou seja, a retirada de um fragmento ou lesão suspeita por meio de uma agulha ou cirurgia. Em seguida, esse material é analisado para definir o diagnóstico e indicar o melhor tratamento.
Fontes: Aneska Ferrari, oncologista e mastologista do Hospital Santa Paula e Artur Malzyner, oncologista e membro da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica).
Referência: INCA