nav-logo
Compartilhe

    Colesterol: o que é e como controlar

    Entenda quais são as funções do colesterol e por que ele faz mal quando está em excesso

    Por Tiemi OsatoPublicado em 08/08/2022, às 13:12 - Atualizado em 25/05/2023, às 15:18
    Foto: Shutterstock

    Nosso corpo é como uma grande máquina. Tem uma série de engrenagens e precisa de vários componentes para funcionar. Um deles é o colesterol, que estabiliza a membrana de todas as células e contribui para a produção de ácidos biliares (úteis para a digestão), vitaminas (sobretudo a D) e hormônios sexuais.

    Para desempenhar boa parte dessas funções, o colesterol precisa de um transporte que o leve a diferentes partes do nosso organismo. Isso fica a cargo de duas lipoproteínas: a de alta densidade, chamada de HDL, e a de baixa densidade, chamada de LDL.

    Como o HDL e o LDL funcionam?

    Talvez você já tenha ouvido falar que HDL é o colesterol bom, enquanto LDL é o colesterol ruim. E, de fato, essa lógica está correta. Mas os adjetivos fazem mais referência ao tipo de lipoproteína do que ao colesterol em si.

    O LDL serve para levar o colesterol às células. Até aqui, tudo bem. Só que, quando está em excesso, uma fração desse colesterol acaba se acumulando nas paredes das artérias. Esse processo pode levar à formação de placas, em um processo chamado de aterosclerose.

    Esse acúmulo indevido de gordura na parede dos vasos sanguíneos, por sua vez, representa um risco à saúde cardiovascular. Quando uma dessas placas se rompe, por exemplo, o corpo reage provocando um coágulo, que pode gerar uma obstrução ao fluxo de sangue naquele vaso.

    Se o vaso em questão for uma artéria no coração, temos então um infarto, que pode ser mais ou menos grave de acordo com o tempo de obstrução e o vaso sanguíneo acometido.

    Por esse motivo, altos índices de LDL estão atrelados a um maior risco de AVC, ataques cardíacos e doenças arteriais.

    +LEIA MAIS: O que são doenças isquêmicas do coração?

    Já o HDL é o responsável por retirar o excesso de colesterol do organismo, levando-o para o fígado, onde é metabolizado para depois ser eliminado. Mas é importante lembrar que HDL em excesso também pode favorecer o acúmulo de colesterol nos vasos sanguíneos e se tornar prejudicial à saúde.

    Daí a necessidade de ficarmos atentos aos níveis de colesterol, que são medidos por exames de sangue. O valor adequado acaba variando conforme o risco cardiovascular de cada pessoa, então o mais indicado é procurar um médico para fazer uma avaliação individualizada e calcular as melhores taxas para você.

    Se for preciso, esse profissional também pode analisar a qualidade do colesterol pedindo exames adicionais. No caso do LDL, o ideal é que as partículas sejam menos densas e maiores. Já no caso do HDL, a qualidade está relacionada a sua eficiência em realizar o transporte do colesterol para o fígado.

    Como controlar o colesterol?

    Ainda que a individualização seja fundamental, existem hábitos saudáveis que podem ajudar no controle do colesterol de qualquer pessoa.

    +LEIA MAIS: 3 pilares para uma vida mais saudável

    Antes, só precisamos deixar claro que a maior parte do colesterol e das lipoproteínas são produzidas pelo fígado. Apenas uma parcela vem da alimentação. Isso quer dizer que, embora a mudança na dieta possa contribuir para o controle do colesterol, ela não faz milagres.

    Também é bom esclarecer que, para pacientes que já sofreram infarto ou AVC, ou têm alguma doença cardíaca estabelecida, somente uma mudança no estilo de vida pode não ser suficiente. Nesses casos, é preciso usar medicações com acompanhamento profissional especializado para obter esse controle das taxas.

    Dito isto, vamos às dicas:

    1. Praticar atividades físicas

    A prática regular de exercícios físicos é bastante útil para o aumento do HDL e para a redução dos triglicérides – termo que se refere à fração de pequenas partículas do colesterol que permanecem no corpo ao final do metabolismo.

    Além disso, sabe-se que, apesar de as atividades físicas não terem um impacto significativo na redução dos níveis de LDL, elas são ótimas para melhorar a qualidade do LDL (que é tão relevante quanto a quantidade).

    2. Restringir o consumo de açúcar

    Diminuir a ingestão de carboidratos simples – como pão, bolo e biscoito – ajuda a reduzir a taxa de triglicérides que, quando muito elevadas, podem estar associadas à aterosclerose.

    3. Evitar gorduras saturadas de origem animal

    Gordura animal, sobretudo saturada, pode favorecer o aumento de LDL. Por isso, recomenda-se evitar o consumo em excesso de alguns alimentos, como carne vermelha muito gordurosa, pele de frango e ovo (mais de dois ou três por dia). As orientações médicas incluem também evitar gorduras trans.

    4. Preferir gorduras monoinsaturadas e insaturadas

    Uma alternativa à gordura animal saturada são as gorduras monoinsaturadas e insaturadas. Estamos falando de azeite de oliva, castanhas, amêndoas e pistache, por exemplo. Essas gorduras vegetais de qualidade aumentam principalmente o HDL.

    A dieta mediterrânea, inclusive, é associada à redução do risco vascular justamente porque segue algumas dessas diretrizes. Ela contribui para aumentar o HDL e diminuir tanto o LDL como os triglicérides.

    Nesse modelo de alimentação, o consumo semanal de carne é limitado, existe uma ingestão diária de carboidratos complexos (como grãos),  as oleaginosas são a principal fonte de gordura e o hábito de comer açúcar simples (como doces e sorvete) é reduzido.

    Fontes: Carlos Eduardo Suaide Silva, cardiologista do Delboni Auriemo e coordenador médico da Cardiologia da Dasa – SP; Eduardo Gomes Lima, head da Cardiologia do Hospital Nove de Julho, gerente de Ensino e Pesquisa da Dasa – H9J e professor colaborador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

    Encontrou a informação que procurava?
    nav-banner

    Veja também