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    O valor da sua saúde

    A prática da boa medicina integra tecnologia com toque, e razão com emoção

    Por Rafael CanineuPublicado em 11/07/2022, às 11:13 - Atualizado em 25/05/2023, às 14:09
    Foto: Shutterstock

    De tempos em tempos faço uma reflexão pessoal e profunda do que tenho feito da minha vida.

    De um lado da balança, coloco todos os talentos que acho que Deus me deu. Do outro, tudo o que tenho feito no campo pessoal, profissional ou espiritual. A partir daí olho e peso o quanto fiz ou deveria ter feito com tudo isso.

    Nesse momento, eu me recordo de todas as lideranças, parceiros, pares e liderados que tenho e tive, e o quanto deveria ter dado em troca e devolvido à sociedade de tudo que aprendi nesse período.

    Falando apenas do meu campo de atuação profissional, há muitos anos tenho me dedicado a estudar e aprender o significado e aplicabilidade no dia a dia de Value Based, ou seja, Valor em Saúde.

    Tive a grande oportunidade de ir a inúmeras escolas dentro e fora do Brasil, pude aprender o que há de mais moderno no assunto. O que fazer, como aplicar, como medir…

    Dentro e fora da Dasa, eu pude conhecer muita gente comprometida de corpo e alma a aplicar isso em um contexto de saúde dentro do nosso país totalmente adverso à expressão “valor”.

    A razão me mostra um conceito de valor em saúde traduzido em gráficos, ciclos e processos, que matematicamente transformam doenças e doentes em questionários, que mostram melhores ou piores resultados ou “desfechos” e que, no final, significam mais ou menos “valor” em saúde.

    A prática da medicina nesses 18 anos me mostra um outro lado. O lado do toque, da escolha do exame que traga menos sofrimento e mais informação. E também a dor da perda de um paciente que não era seu parente, mas que era tudo pra você.

    Perdi meu pai há dois meses para a medicina, para as doenças. Não, eu não perdi para a vida. A doença é que foi mais forte que todos nós. Mas ele teve amor, cuidado, pertinência e “valor” até o último respiro.

    Meu pai descansou cercado de 12 filhos, esposa e com um terço sendo rezado no terceiro mistério, no exato momento do seu último suspiro.

    Não faltou diagnóstico, exames, biópsias, remédios ou terapias. Podíamos ter dado muito mais para ter meu pai vivo, mas não presente. Optamos por respeitar o que em vida ele desejou, cercado de “valor” em medicina.

    O “valor” em saúde não é uma fórmula, é o reflexo natural de uma medicina praticada com a alma e o coração. Não é preciso muito! Pense nos seus, o que você quer, o que você espera que eles tenham em seus últimos momentos. O que de fato a medicina pode nos dar – não em números ou quantidade, mas em qualidade e tempo.

    Agradeço aos grandes exemplos que tenho e tive durante essa caminhada.

    Colunista Rafael Canineu

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