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    Olho de peixe: entenda o que é, como se pega e formas de prevenir

    Condição que afeta a pele é causada por um subtipo do HPV

    Por Raquel RibeiroPublicado em 24/11/2023, às 16:53 - Atualizado em 11/04/2024, às 18:27

    Olho de peixe

    O olho de peixe, também conhecido como verruga plantar, é uma condição cutânea comum, que pode causar desconforto e preocupação.   

    Por isso, compreender sua natureza, como ela é transmitida e, o mais importante, como preveni-la, é fundamental para manter uma pele saudável e evitar possíveis complicações. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto. 

     

    O que é olho de peixe? 

    O olho de peixe é uma verruga plantar que ocorre devido à infecção por alguns subtipos do papilomavírus humano, conhecido como HPV. Clinicamente, essa condição se manifesta como uma calosidade ou protuberância rígida e endurecida na região da sola do pé, ou seja, na região plantar.  

    Essas verrugas podem aparecer de forma isolada ou em múltiplas lesões e, frequentemente, são acompanhadas de dor. 

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    Como se pega olho de peixe? 

    Em primeiro lugar, é preciso entender que o HPV é um vírus com mais de 200 subtipos. Os subtipos causadores da verruga plantar (olho de peixe) são diferentes do HPV causadores do câncer de colo de útero, por exemplo.  

    O HPV causador do olho de peixe não é transmitido sexualmente, e sim por contato da pele com a superfície ou lesão contaminada. Além disso, essa pele muitas vezes precisa estar vulnerável a esta invasão viral, ou seja, com alguma ferida, fissura ou rachadura.  

    Nesse sentido, é importante considerar os seguintes pontos quando falamos sobre “pegar olho de peixe”:  

    • Contato com superfícies contaminadas: o olho de peixe é transmitido por meio do contato da pele com uma superfície ou ambiente contaminado pelo vírus HPV. Isso pode ocorrer em ambientes úmidos, como chuveiros e banheiros de academia, além de creches, escolas e outras áreas coletivas onde o vírus pode se instalar.  
    • Andar descalço em locais contaminados: tal atitude, especialmente se a pele estiver propensa à invasão do vírus, traz um risco de contágio. A pele infectada geralmente apresenta pequenos ferimentos, rachaduras ou lesões que facilitam a entrada do vírus.  
    • Contato direto com verrugas: pode ocorrer por meio do contato direto da pele saudável com uma lesão de verruga plantar. Isso pode acontecer, por exemplo, ao tocar ou esfregar a verruga de outra pessoa.  
    • Compartilhamento de utensílios contaminados: o HPV pode ser transmitido ao compartilhar determinados utensílios contaminados, como aparelhos de academia, meias, toalhas e calçados de pessoas infectadas pelo vírus. O contato com esses objetos pode facilitar a transferência do vírus para a pele.  
    • Ambientes úmidos: o vírus HPV tende a se desenvolver em ambientes úmidos. Portanto, é importante ter cuidado ao frequentar lugares onde o vírus possa estar presente, especialmente se a pele estiver suscetível à infecção.  

    Quais são os sintomas de olho de peixe? 

    Os sintomas do olho de peixe variam, podendo incluir: 

    • Verruga: clinicamente, surge como uma verruga na pele que pode ser áspera ao toque. 
    • Pequena lesão: em alguns casos, a lesão pode ser pequena e parecer apenas um ponto preto na pele, pois a pressão do pé não permite que a verruga se destaque significativamente. 
    • Dor ou incômodo: algumas pessoas podem sentir desconforto ao pisar, caminhar ou usar sapatos apertados devido à presença do olho de peixe. A dor pode ser intensa. 
    • Sensibilidade: a área ao redor ou sob a lesão pode ser sensível ao toque em alguns pacientes, causando desconforto ou dor quando pressionada. 
    • Aspereza ou formigamento: alguns indivíduos relatam sentir uma sensação de aspereza na região afetada ou uma leve sensação de formigamento.

    Contudo, vale ressaltar que nem todos os pacientes apresentam sintomas perceptíveis. Algumas pessoas podem ser completamente assintomáticas, sendo a lesão detectada apenas durante um exame dermatológico minucioso. 

    Qual é o tratamento para olho de peixe? 

    O tratamento para o olho de peixe envolve a destruição do vírus HPV que causa a verruga. Existem diferentes abordagens terapêuticas disponíveis, dependendo das características da lesão e das necessidades do paciente. Entre eles estão:  

    Métodos cáusticos e químicos: ácidos em concentrações adequadas são frequentemente utilizados. Alguns deles podem ser aplicados em casa sob orientação cuidadosa de um dermatologista, visando tratar apenas a área da verruga e preservar a pele saudável ao redor.  

    Cauterização química em consultório: em algumas situações, é necessário um tratamento mais intensivo com a aplicação de métodos destrutivos, como a cauterização química em consultório dermatológico. Isso pode envolver a aplicação de ácidos em concentrações maiores, seguida de curetagem (raspagem) da lesão.  

    Crioterapia com nitrogênio líquido: a crioterapia envolve o uso de nitrogênio líquido para congelar a verruga. Esse procedimento é eficaz na destruição do vírus.  

    Curetagem ou desbastamento mecânico: ambos procedimentos podem ser suficientes para tratar a lesão. Na curetagem da verruga, é feita a remoção das lesões com um instrumento chamado cureta, semelhante a uma colher. Já o desbastamento mecânico consiste na raspagem da superfície da pele afetada com um bisturi para remover a verruga.  

    Além disso, vale lembrar que o tratamento é individualizado e depende de fatores como: 

    • Extensão da lesão; 
    • Se há uma ou várias verrugas; 
    • A tolerância do paciente ao tratamento; 
    • Se houve tratamentos anteriores malsucedidos.

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    Pode tirar o olho de peixe do pé? 

    Sim, é possível remover o olho de peixe do pé. A remoção da lesão é uma das formas de tratamento e pode ser realizada de maneira cuidadosa e segura para o paciente. Vale lembrar que o procedimento deve ser feito por um médico.

    Geralmente, é feita a curetagem, que envolve a raspagem da lesão usando um instrumento chamado cureta. Esse processo é realizado de maneira cuidadosa para garantir a segurança do paciente, especialmente porque a região plantar é sensível.  

    Além da curetagem mecânica, em muitos casos, é realizada uma destruição química da verruga. Isso é feito usando um ácido apropriado para garantir que todo o vírus seja completamente destruído. 

    Como prevenir? 

    A prevenção do olho de peixe pode ser realizada adotando algumas medidas, considerando que o vírus HPV, responsável pela verruga plantar, é comum em ambientes coletivos e úmidos. Alguns exemplos são:  

    Usar calçados em ambientes coletivos: nesse sentido, evite andar descalço em locais onde o vírus pode estar presente, como academias, escolas, creches, banheiros públicos e vestuários. Usar calçados adequados ajuda a reduzir o risco de contato com o vírus.  

    Evitar compartilhar utensílios como sapatos, meias, tênis ou outros itens que possam estar contaminados com o vírus HPV. Isso inclui também toalhas e objetos de uso pessoal.  

    Higienização de aparelhos de academia: se você frequenta uma academia, é importante higienizar os aparelhos e superfícies que você utiliza.  

    Cuidar da saúde dos pés: mantenha os pés bem cuidados. Afinal, o vírus HPV precisa de uma “porta de entrada”, como feridas, rachaduras ou ressecamento intenso da pele, para penetrar. Por isso, manter a pele hidratada e livre de lesões pode ajudar a prevenir a infecção.  

    Boa higiene pessoal: lave bem as mãos e os pés regularmente, especialmente após entrar em contato com superfícies potencialmente contaminadas. Isso ajuda a minimizar a probabilidade de transmissão do vírus.

    A importância do diagnóstico do olho de peixe 

    É de suma importância o diagnóstico preciso do olho de peixe (verruga plantar), até porque outros tipos de lesões de pele, como o melanoma amelanótico, podem apresentar características semelhantes. Portanto, é crucial:  

    Busca por diagnóstico correto: quando uma verruga na região plantar não apresenta melhora e persiste por um longo período, é fundamental ser submetida a uma avaliação detalhada por um dermatologista.  

    Exame clínico e dermatoscópico: o dermatologista realizará um exame clínico minucioso e, quando necessário, também um exame dermatoscópico, que permite uma análise mais profunda das características da lesão.  

    Confirmação antes do tratamento: os métodos de tratamento mencionados anteriormente não devem ser empregados sem a devida confirmação de que se trata de uma verruga plantar causada pelo HPV. Isso ocorre porque é possível que essas “verrugas” sejam confundidas com outras lesões de pele, incluindo o melanoma amelanótico e o carcinoma espinocelular. 

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    Fonte: Dra. Maria das Graças Leto, dermatologista da Clínica Amo Saúde da Mulher

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