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    Osteoporose: o que é e como tratar

    Mais comum em idosos e mulheres na pós-menopausa, doença é silenciosa e aumenta o risco de fraturas

    Por Tiemi OsatoPublicado em 16/11/2022, às 17:14 - Atualizado em 16/11/2022, às 17:14
    Imagem: Shutterstock

    A gente costuma pensar que as doenças sempre trazem consigo uma série de sintomas. E isso faz sentido. Só que não funciona assim para todas as condições. A osteoporose, por exemplo, é considerada uma doença silenciosa.

    Tão silenciosa que um paciente pode estar aparentemente saudável quando, de repente, um osso quebra. A fratura pode ser resultado de uma pequena queda, uma pancada, um movimento súbito e até um espirro. O impacto não precisa ser muito grande para gerar complicações.

    Isso acontece porque a osteoporose é marcada pela fragilidade óssea. Imagina o seguinte: normalmente, a parte interna do osso parece um favo de mel. Em pacientes com osteoporose, por causa da perda acentuada de cálcio e minerais, os espaços do “favo” são maiores do que o adequado.

    Assim, os ossos ficam mais porosos e fracos. “Ocorre diminuição da massa óssea e alteração da microestrutura do osso (somente vista ao microscópio), aumentando o risco de fraturas”, afirma Rosita Fontes, assessora médica do Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, endocrinologista do IEDE/RJ (Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia) e membro titulada da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

    A Fundação Internacional de Osteoporose estima que, na população mundial acima de 50 anos, uma a cada três mulheres e um a cada cinco homens irão sofrer uma fratura osteoporótica em algum momento.

    Geralmente, os locais mais afetados são a coluna, o fêmur, o punho e o braço. Ossos quebrados, além de causarem dor, estão relacionados a incapacidade, menor independência, perda da qualidade de vida e, em casos mais graves, mortalidade.

    O que causa osteoporose

    O tecido ósseo passa por renovações ao longo da nossa vida. Na infância e na adolescência, a formação óssea é maior que a reabsorção (ou perda) óssea. Depois, a massa óssea tende a estabilizar e, mais para frente, começa a declinar aos poucos.

    “Depois dos 40 anos, nós perdemos muita massa óssea a cada década”, explica Jamilly Drago, endocrinologista do Hospital Brasília. E isso é normal. No entanto, a perda acelerada vista na osteoporose não.

    Como a osteoporose é uma doença óssea metabólica muito relacionada ao envelhecimento, é mais comum encontrá-la em idosos. Mas o quadro também pode atingir pessoas mais novas.

    Além disso, a condição pode acometer tanto homens quanto mulheres, só que o risco é maior para mulheres na pós-menopausa que não fazem tratamento de reposição hormonal.

    O motivo é simples: depois da última menstruação, os níveis de estrogênio no organismo diminuem expressivamente – e esse é um hormônio capaz de proteger contra a perda de massa óssea.

    Outros fatores de risco que podem predispor à osteoporose são:

    • Uso crônico de medicamentos como glicocorticoides e anticonvulsivantes
    • História de osteoporose na família
    • Alimentação com pouco cálcio e vitamina D desde a infância
    • IMC (Índice de Massa Corporal) baixo
    • Descendência europeia ou asiática
    • Baixa exposição ao sol
    • Longos períodos de inatividade
    • Tabagismo
    • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas

    Sintomas de osteoporose

    Como falamos, a osteoporose é uma doença silenciosa. Muitas vezes o diagnóstico só é feito após a primeira fratura óssea ou por meio de exame de rastreio.

    “É importante esclarecer que, às vezes, quem tem osteoporose pode ter também reumatismo. Deste modo, as dores nas juntas que a pessoa sente são por causa do reumatismo, e não por causa da osteoporose”, destaca Fontes. Outra condição que pode causar confusão é a osteoartrite.

    Mas existe um sinal específico que pode indicar osteoporose, de acordo com a Fundação Internacional de Osteoporose: perder mais de 3 centímetros de altura. Esse pode ser um indício de fratura nas vértebras, que resulta em curvaturas na coluna ou postura corcunda.

    Qual exame detecta a osteoporose?

    A densitometria óssea. Trata-se de um exame de imagem simples, rápido e capaz de avaliar a massa óssea.

    “É um mecanismo com fonte de raios X, mas que tem menos radiação do que um raio X comum”, diz Drago. “Quanto ao resultado, apresentar um índice menor do que -2,5 é o que define a osteoporose”, complementa.

    A densitometria também pode revelar a presença de osteopenia, caso o índice fique entre -1,1 e -2,4.

    A osteopenia é uma condição caracterizada por perda de massa óssea, mas em um estágio anterior à osteoporose. Se detectada e tratada, a osteopenia pode não evoluir para osteoporose.

    “Além da densitometria óssea, exames de sangue, de urina e outros exames de imagem complementam o diagnóstico da osteoporose e suas causas”, acrescenta Fontes.

    Tratamento para osteoporose

    Não há cura para osteoporose. De forma geral, os médicos buscam tratar os ossos quebrados, prevenir novas fraturas e fortalecer os ossos.

    A estratégia adotada depende bastante das individualidades do paciente e da causa da osteoporose. “Nós chamamos de osteoporose primária se ela não está associada a outras doenças, medicamentos e outros fatores; e osteoporose secundária, se há uma causa subjacente predispondo à perda de massa óssea”, esclarece Fontes.

    Para osteoporose primária, o tratamento pode incluir suplementos de cálcio, vitamina D, medicações que reduzem a perda de massa óssea e remédios que estimulem a reconstituição da massa óssea.

    Para osteoporose secundária, esses recursos também podem ser utilizados, mas é fundamental tratar o fator (outra doença, por exemplo) que gerou a osteoporose.

    Além de intervenções farmacológicas, vale a pena fazer adaptações em casa para diminuir as chances de queda. “O mais importante na osteoporose é evitar a fratura”, afirma Drago. Algumas dicas para isso são:

    • Isolar fios de telefone e televisão para que não fiquem expostos no chão
    • Não deixar tapetes soltos, especialmente perto de escadas
    • Não encerar o assoalho
    • Não guardar objetos em prateleiras altas, que não possam ser alcançadas facilmente
    • Ter um banco de plástico dentro do box para tomar banho sentado e utilizar a ducha móvel
    • Colocar barra de segurança no banheiro e ao lado da cama
    • Preferir pisos antiderrapantes na cozinha e no banheiro
    • Deixar uma lanterna ou luz indireta no móvel próximo da cama
    • Se acordar à noite, esperar alguns minutos antes de levantar da cama (principalmente se estiver usando algum remédio para sono ou que provoque tontura)

    Prevenção da osteoporose

    “A prevenção da osteoporose se dá pela atividade física resistida e, principalmente para pessoas mais deficientes, suplementação proteica”, comenta Drago.

    Veja mais detalhes sobre como prevenir a osteoporose abaixo:

    Arte: Andrea Petkevicius
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