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Otite externa: o que é, sintomas e como tratar

Mais frequente no verão, a otite externa gera dor de ouvido e é causada por bactérias ou fungos

Por Tiemi OsatoPublicado em 20/12/2022, às 12:14 - Atualizado em 24/05/2023, às 18:59
Imagem: Shutterstock

A dor de ouvido pode ser causada por uma série de motivos e atingir diferentes partes desse órgão, que é dividido em orelha externa, orelha média e orelha interna. No verão, é bem comum que o desconforto seja um sintoma de otite externa.

Toda otite é uma inflamação ou infecção no ouvido. A otite externa é o processo inflamatório, geralmente infeccioso, que acomete a pele da orelha externa. Essa região é formada pelo pavilhão auricular (a parte visível do ouvido) e o canal auditivo externo (onde há acúmulo de cera).

Se a inflamação da pele que reveste o canal auditivo externo for mais limitada, pode ser um caso de furúnculo, por exemplo. Já se a inflamação for mais difusa, fica caracterizado um quadro de otite externa.

Sintomas

A orelha externa é uma região pequena, muito enervada e que não conta com uma camada de gordura entre a pele e o osso. Então, quando há uma inflamação, os receptores nervosos dessa área são bastante pressionados, o que causa dor.

É esse o principal sintoma da otite externa: dor de ouvido (ou otalgia). Geralmente, o desconforto é intenso, mas, em alguns pacientes, pode ser leve.

Também pode haver a sensação de abafamento do ouvido, coceira e presença tanto de secreção como de umidade.

Nos estágios iniciais da otite externa, a audição costuma estar preservada. Mas, conforme o quadro se desenvolve, há a possibilidade de ocorrer uma perda auditiva em função do tamanho do edema ou do acúmulo de secreção.

Vale dizer que pacientes com otite externa, na maioria das vezes, não têm febre – o que ajuda a diferenciar a condição de outras otites, como a otite média aguda.

O que causa otite externa?

A causa mais frequente da otite externa é a contaminação por bactérias ou fungos, que acaba ocorrendo com maior frequência no verão.

Nessa época do ano, é comum médicos atenderem pacientes que se expõem à água e, depois de algumas horas ou poucos dias, começam a ter dor de ouvido.

Banhos de mar, piscina e lago podem gerar um excesso de umidade dentro da orelha e, assim, favorecer tanto a proliferação de microrganismos como a remoção da cera que protege o canal auditivo. E, nessas situações, a água pode não estar muito límpida.

Além disso, a manipulação do canal auditivo externo (com hastes e grampos, por exemplo) pode resultar em lesões na pele, o que propicia o surgimento de uma infecção bacteriana ou fúngica.

Como tratar otite externa

Primeiro, o otorrinolaringologista faz um exame clínico para estabelecer o diagnóstico. Concluída essa etapa, o médico limpa o canal auditivo e recomenda o uso de antibióticos ou antifúngicos. Se necessário, analgésicos e corticoides também podem ser utilizados.

Em casa, para aliviar sintomaticamente a dor, o paciente pode recorrer a compressas mornas e secas. Importante dizer que outras medidas caseiras, como pingar gotas de azeite ou vinagre no ouvido, são contraindicadas e podem trazer riscos permanentes à saúde desse órgão.

Na maioria dos casos, a otite externa é um quadro com resolução simples. Há alguns pacientes, porém, que precisam ficar mais atentos, especialmente idosos imunocomprometidos com alterações do metabolismo da glicose.

Essas pessoas podem desenvolver a otite externa necrotizante ou maligna, uma condição bem mais grave que oferece riscos maiores ao indivíduo.

Como prevenir a otite externa

A prevenção da otite externa passa por dois pontos principais: evitar fissuras na pele e evitar o excesso de umidade na orelha.

Veja algumas dicas para preveni-la:

  • Não manipular o canal auditivo externo
  • Utilizar a ponta da toalha para enxugar a orelha
  • Evitar o uso hastes de algodão, porque elas podem retirar a cera que protege o ouvido
  • Se for limpar ou coçar o ouvido, tomar cuidado e não introduzir na orelha objetos capazes de ferir a pele
  • Para nadar, pode ser interessante utilizar protetores auriculares (sobretudo no caso de crianças)

Fontes: Rafael Raposo, coordenador do setor de Otorrinolaringologia do Hospital Santa Paula; Sady Selaimen, especialista da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico- Facial) e professor do Departamento de Otorrinolaringologia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

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