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    Ponte de safena: cirurgia melhora o fluxo de sangue para o coração

    Procedimento pode ser feito com vasos sanguíneos da perna, do peito ou do braço

    Fonte: Dr. Rodrigo Bellio de Mattos BarretoCoordenador da Ecocardiografia na DasaPublicado em 06/06/2025, às 13:52 - Atualizado em 12/06/2025, às 11:17

    ponte de safena

    A cirurgia cardíaca de ponte de safena é uma intervenção capaz de oferecer melhor qualidade e quantidade de vida a pacientes com determinadas condições cardiovasculares. Essa é uma abordagem que tem como objetivo garantir que o coração receba uma quantidade adequada de sangue rico em oxigênio, ajudando a manter o bom funcionamento do órgão.

    Ponte de safena: o que é?

    Ponte de safena é o nome popular da cirurgia de revascularização do miocárdio. Essa operação costuma ser feita em pessoas com doença arterial coronariana, com o intuito melhorar o fluxo sanguíneo para o tecido muscular do coração (miocárdio). 

    Para que ela seja realizada, é preciso retirar um vaso sanguíneo de outra parte do corpo e enxertá-lo no coração, construindo uma espécie de ponte que desvia da obstrução presente na artéria coronária. A veia safena, da perna, é uma das opções para o procedimento. Mas também podem ser utilizadas a artéria mamária interna, do peito, e a artéria radial, do braço.

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    O que é ponte mamária?

    Ponte mamária se refere à cirurgia de revascularização do miocárdio feita com a artéria mamária interna (tecnicamente denominada artéria torácica interna). Preferida na cirurgia, essa artéria tende a durar mais de 10 anos e apresenta menor risco de se estreitar – enquanto a veia safena e a artéria radial geralmente duram, em média, 10 anos e têm maior risco de entupir. 

    Quando a ponte de safena é indicada? 

    A principal indicação da cirurgia de revascularização do miocárdio é a doença arterial coronariana. Essa é uma condição em que as artérias coronárias já não conseguem fornecer sangue rico em oxigênio de maneira adequada ao coração. Isso ocorre devido ao acúmulo de gordura nas paredes desses vasos, que os torna mais estreitos e obstrui o fluxo sanguíneo. 

    O tratamento da doença arterial coronariana envolve mudanças no estilo de vida e a administração de medicamentos. Em casos mais complexos, pode haver a recomendação de cirurgia. Em geral, a cirurgia de revascularização do miocárdio é destinada a indivíduos com doença arterial coronariana e que apresentam: 

    • Angina (dor no peito que surge quando o coração não está recebendo quantidades suficientes de sangue rico em oxigênio) refratária ao tratamento medicamentoso; 
    • Artérias coronárias com múltiplas e graves obstruções. 

    Além disso, tal intervenção pode ser feita em caráter de emergência, para atender casos de infarto do miocárdio (ataque cardíaco, que acontece quando uma parte do coração deixa de receber sangue). 

    A quantidade de enxertos necessários e a escolha pela ponte de safena, ponte mamária ou ponte radial variam conforme as características particulares de cada paciente. É possível, inclusive, que essas alternativas sejam combinadas: um dos enxertos pode ser feito com a artéria mamária interna e o outro, com a veia safena, por exemplo. 

    Como é feito o procedimento?

    A cirurgia de revascularização do miocárdio é conduzida com o paciente sob anestesia geral. Também são empregados medicamentos para que o coração pare de bater temporariamente e fique mais estável ao longo do procedimento.  

    Durante a operação, o paciente permanece conectado a uma máquina responsável por oxigenar o sangue e bombeá-lo para o organismo, enquanto os sinais vitais são monitorados. Assim, este equipamento faz as vezes do coração (bombeando o sangue para o corpo), enquanto o coração está parado e sendo submetido ao procedimento cirúrgico. 

    O cirurgião cardiovascular realiza uma incisão na região torácica do indivíduo e também no local de onde será retirado um segmento do vaso sanguíneo escolhido. Depois, é feito o enxerto: o vaso sanguíneo saudável é ligado à artéria aorta (principal artéria do corpo), antes da obstrução, e à artéria coronária, depois da obstrução. Dessa maneira, desvia do acúmulo de gordura e cria um novo caminho para o sangue, como uma ponte. Na maioria das vezes, essa cirurgia dura entre 4 e 6 horas. 

    Exames indicados antes de uma cirurgia de ponte de safena

    Antes da cirurgia, é fundamental que o paciente seja avaliado por um cardiologista. Essencialmente, o cardiologista e o cirurgião devem analisar a cinecoronariografia, o exame que permite avaliar com acurácia a anatomia das artérias coronárias, avaliando a existência de obstruções e outros aspectos locais. 

    Além deste, há a necessidade de outros exames pré-operatórios, dentre os quais: ecocardiograma (gera imagens do coração), eletrocardiograma (mede o ritmo dos batimentos cardíacos e a atividade elétrica do órgão) e exames de sangue (como hemograma e perfil lipídico). 

    Os resultados são importantes para que se conheça o estado geral de saúde do paciente, bem como a extensão da doença arterial coronariana e a função do coração, para um melhor planejamento da cirurgia. 

    Outros exames complementares podem ser necessários a depender de determinadas condições clínicas do paciente. 

    Recuperação após uma ponte de safena

    Após a cirurgia, o paciente permanece internado por cerca de uma semana, sendo as primeiras 24h ou 48h em unidade de terapia intensiva (UTI) para que sejam monitorados os sinais vitais e o ritmo dos batimentos cardíacos.  

    Também podem ser administrados medicamentos para amenizar a dor, evitar complicações (como batimentos cardíacos irregulares e formação de coágulos sanguíneos) e controlar o colesterol. 

    Posteriormente, o indivíduo retorna para casa, sendo aconselhado a não fazer grandes esforços nas semanas seguintes. É comum que o paciente sinta cansaço pouco depois da cirurgia, podendo haver também incômodo na região torácica e inchaço na região de onde foi retirada a veia para o enxerto. 

    É essencial que o indivíduo siga as orientações médicas quanto ao pós-operatório e esclareça qualquer dúvida com o profissional responsável pela cirurgia. Em geral, a recuperação total demora cerca de 8 semanas. 

    Também é importante que haja aderência aos medicamentos recomendados e se adote um estilo de vida saudável para evitar que a doença arterial coronariana se agrave – pois a cirurgia melhora o fluxo sanguíneo para o coração e controla a dor no peito, mas não cura o quadro e não impede que novas obstruções se formem nas artérias.

    Nesse sentido, recomenda-se manter um peso adequado, praticar atividades físicas com frequência, ter uma alimentação baseada em alimentos preferencialmente in natura ou minimamente processados e não fumar.

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    Fonte: Dr. Rodrigo Barreto – Cardiologista 

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