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Puerpério: o que é, duração e como lidar  

Puerpério é o período após o parto em que o corpo da mulher volta ao normal e que provoca mudanças físicas e emocionais importantes para a mãe

Fonte: Dra. Adriana Bittencourt CampanerMédica ginecologistaPublicado em 26/06/2023, às 17:01 - Atualizado em 12/04/2024, às 12:14

puerpério

Puerpério é o nome dado ao período após o parto em que o corpo da mulher trabalha para voltar ao estado que estava antes da gravidez.  O puerpério se inicia com a saída da placenta do corpo da mulher e dura cerca de 45 a 60 dias – mas pode se estender quando a mulher amamenta por longos períodos.  

Durante esse período, o corpo da mulher passa por mudanças significativas que afetam não apenas o aspecto físico, como também o lado emocional. 

Continue a leitura para entender mais sobre o puerpério e como lidar com essa fase tão delicada da maternidade.  

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O que é puerpério?  

Puerpério é o período pelo qual o corpo da mulher passa por diversas transformações fisiológicas para voltar ao que era antes da gestação.  

Ele se inicia logo após a saída da placenta, durante o parto, e dura entre 45 e 60 dias. O puerpério termina quando o corpo da mulher volta a ovular, fase seguida da menstruação.  

 

O que acontece e quais sintomas do puerpério?  

Durante o puerpério, o corpo da mulher passa por alterações anatômicas, fisiológicas e endocrinológicas importantes com o objetivo de voltar ao que era antes da gravidez. As mudanças também ocorrem para preparar o corpo para a amamentação. 

Algumas das mudanças mais importantes são:  

  • Barriga inchada: após o nascimento do bebê, é comum que o abdômen continue inchado por um tempo – já que o útero volta ao normal aos poucos. 
  • Flacidez: a pele da barriga também pode mudar após esticar para acomodar o crescimento do bebê. Com isso, é possível notar mudança na textura da pele, que pode apresentar flacidez. 
  • Sangramento vaginal: a liberação de sangue pela vagina ocorre porque o corpo expele os restos de placenta e secreções do útero durante a recuperação do parto. O sangramento costuma ser mais intenso nos primeiros dias e diminui com o tempo. No entanto, se ele persistir e apresentar mau cheiro e coloração mais clara, é importante conversar com o médico para avaliar se há alguma infecção.  
  • Cólicas: são causadas pelas contrações uterinas – um processo totalmente normal pelo qual o útero passa para voltar ao normal após a gestação. A dor pode ser mais intensa durante a amamentação porque a ocitocina, liberada durante a atividade, é um dos hormônios que estimula essas contrações.  
  • Mamas endurecidas: são causadas pela produção de leite que ocorre após o parto. Costumam ficar mais leves após amamentar e se enchem de novo na hora de alimentar o bebê.  

Quanto tempo dura o puerpério?  

Em média, o puerpério dura entre 45 e 60 dias. Mulheres que amamentam por mais de 6 meses podem experimentar sintomas mais duradouros, justamente pelos efeitos da amamentação no corpo.    

Fases do puerpério  

O puerpério pode ser dividido em três fases:  

  • Imediato (do 1º ao 10º dia pós-parto); 
  • Tardio (do 11º ao 42º dia); 
  • Remoto (a partir do 43º dia). 

Puerpério imediato  

Se inicia no primeiro dia e termina no 10º dia após o parto. São os dias imediatamente após o nascimento do bebê.  

Esse é o período em que a mulher tem o sangramento após o parto para expelir restos de placenta e secreções do útero; e também quando o órgão passa a se contrair para voltar ao tamanho que tinha antes da gestação, provocando cólicas.  

É também o momento em que ocorre a cicatrização da vagina (caso o parto tenha sido normal) ou o início da cicatrização dos pontos para quem passou por uma cesárea.  

Puerpério tardio  

A fase puerpério tardio começa no 11º dia após o parto e dura até o 42º dia. O corpo da mulher ainda está se recuperando do parto: o útero apresenta contrações que ainda provocam cólicas e a vagina também segue em recuperação.  

O endométrio, camada que recobre o útero, também está em processo de cicatrização e vai, aos poucos, retomando sua espessura normal.  

Estima-se que a primeira ovulação após o parto ocorra entre 30 e 42 dias após o nascimento do bebê. Com isso, virá também a menstruação. As relações sexuais também podem ser retomadas após esse período. No entanto, se a mulher estiver em amamentação exclusiva, a ovulação pode demorar entre 3 e 4 meses para retornar, bem como a menstruação. 

Puerpério remoto  

O puerpério remoto ocorre a partir do 43º dia após o parto e tem duração incerta. A mulher provavelmente já pode ter ovulações e, por isso, esse é o momento ideal para falar sobre métodos anticoncepcionais, se for o desejo da paciente.  

Além disso, é importante seguir com as consultas de rotina para checar o estado emocional da paciente, que pode sofrer com mudanças significativas durante esse período.  

Puerpério emocional  

O puerpério é descrito como o período em que o corpo da mulher se recupera da gestação. Mas precisamos falar também sobre as mudanças psicológicas e emocionais pelas quais a mulher passa durante essa fase.  

Assim, o puerpério emocional é o termo que usamos para falar sobre as necessidades emocionais que a mulher tem durante esse período pós-parto.  

São sintomas comuns durante o puerpério emocional:  

  • Insônia; 
  • Ansiedade; 
  • Cansaço ou exaustão (física e mental); 
  • Medo de não dar conta das novas responsabilidades; 
  • Redução da libido; 
  • Oscilações de humor. 

É durante o puerpério que a mulher pode apresentar sinais de Baby Blues (sentimento de tristeza que costuma estar ligado às alterações hormonais próprias dessa fase) e depressão pós-parto.  

Por isso, é fundamental que a mulher siga as consultas médicas de rotina após o parto para que o especialista possa avaliar o estado emocional dessa paciente e, se necessário, orientar o tratamento adequado para essas questões.  

Como lidar com o puerpério?  

O puerpério é uma fase em que a mulher se sente muito vulnerável por viver profundas mudanças físicas e emocionais. Por isso, é natural que se sinta angustiada, ansiosa e muitas vezes triste.  

À medida em que a rotina com o bebê vai se estabelecendo e as mudanças corporais se estabilizam, a tendência é que essa angústia diminua.  

O auxílio de pessoas queridas e uma rede de apoio – com pessoas da família e também especialistas, como obstetra e pediatra – de confiança também são importantes para que a mulher possa passar por essa fase de maneira mais tranquila.  

Por fim, tanto a mulher como a rede de apoio devem estar atentas a qualquer sinal de que a saúde e o estado emocional da nova mamãe não estão bem. Nesse caso, é importante buscar auxílio médico especializado.  

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