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Setembro Verde: por que (e como) doar órgãos

Se você pretende ser um doador de órgãos após a morte, é fundamental avisar a família

Por Tiemi OsatoPublicado em 01/09/2022, às 16:44 - Atualizado em 01/09/2022, às 16:44
Foto: Shutterstock

Em certas situações, a melhor forma de tratar uma doença é realizando um transplante. Sendo um pouco mais exata, esse é o caso de cerca de 49.355 pessoas no Brasil – a quantidade de pacientes que estava na lista de espera por um órgão até março de 2022, de acordo com Registro Brasileiro de Transplante.

E é por isso que se promove, anualmente, o Setembro Verde. A campanha, que tem como objetivo incentivar a doação de órgãos, ganha uma importância ainda maior em tempos pandêmicos: por causa da Covid-19, as taxas de doação e transplante caíram no país.

A expectativa da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) era retornar aos níveis pré-pandemia em 2022. Mas os números continuaram caindo nos primeiros três meses do ano: o Registro Brasileiro de Transplante mostra que houve uma diminuição de 8,6% de doadores e de 6,9% de transplantes, na comparação com 2021.

Como funciona a doação de órgãos

O processo de doação e transplante de órgãos fica a cargo do Sistema Nacional de Transplante (SNT), do governo federal. Esse mecanismo é apoiado pelos estados, por meio das Centrais Nacionais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDOs).

As CNCDOs mantêm um diálogo constante com hospitais e instituições de saúde para identificar possíveis doadores e pacientes que aguardam algum transplante.

E o que pode ser doado? Bom, bastante coisa. Doadores vivos podem doar rim, medula óssea, parte do fígado e, em situações mais raras, parte do pulmão.

+LEIA MAIS: Como é feito o transplante de medula óssea

Após a morte, é possível doar coração, pulmão, fígado, rins, pâncreas, intestino, córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas, músculos, tendões, veias e artérias. Tudo isso pode ajudar a salvar não apenas um, mas vários pacientes.

Como ser um doador de órgãos

A legislação brasileira estabelece que a doação de órgãos e tecidos só pode ser autorizada por familiares (até segundo grau de parentesco). Por isso, é fundamental conversar com a família e deixar clara a sua intenção de doação.

Vale esclarecer que a doação depois da morte é possível nos casos de morte encefálica ou óbito por parada cardiorrespiratória. A doação não ocorre, por exemplo, em situações de coma, já que esse é um quadro reversível.

E, como falamos antes, também existe a doação em vida. O doador deve ter mais de 18 anos, ser juridicamente capaz e apresentar boas condições de saúde, que são avaliadas em consulta médica.

A doação em vida é permitida entre familiares (parentes até o quarto grau e cônjuges). Se o receptor não for aparentado, é preciso obter uma autorização judicial.

De forma geral, não podem ser doadores indivíduos com doenças infectocontagiosas, doenças degenerativas crônicas ou tumores malignos.

Além disso, pacientes que sofram sepse ou insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas (IMOS) também não estão aptos a doar órgãos ou tecidos.

Referências: Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (ADOTE); Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO); Ministério da Saúde.

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