Síndrome do túnel do carpo: o que é, sintomas e tratamento

Formigamento e dormência, além da sensação de agulhas no polegar, indicador ou dedo médio são só alguns dos sintomas da síndrome do túnel do carpo.

Uma condição muito comum em pessoas ativas e que se tornou um dos principais problemas de saúde que afastaram trabalhadores de suas atividades nos últimos anos, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência. Só em 2020, foram mais de 17 mil trabalhadores afastados.

Apesar de não ser uma causa confirmada, as lesões por esforço repetitivo, ou seja, aquelas presentes em pessoas que passam muito tempo exercendo uma mesma atividade manual, podem piorar os sintomas. Um exemplo são os indivíduos que trabalham o dia inteiro digitando no computador.

Mas a boa notícia é que a condição tem cura. A seguir, você confere mais detalhes sobre a síndrome. Acompanhe!

O que é síndrome do túnel do carpo?

Em primeiro lugar, é importante que você entenda o que é o nervo mediano. Trata-se de um dos três nervos principais do punho e da mão,  responsável pela sensibilidade do território do polegar ao dedo médio. O nervo passa pelo punho sob o ligamento carpal e por uma estrutura conhecida como túnel do carpo, palavra grega para pulso. (Conforme ilustração abaixo).

A síndrome do túnel do carpo ocorre quando o nervo mediano sofre uma compressão no seu trajeto do punho em direção a mão, causando, assim, desconfortos ao indivíduo.

O que causa a síndrome do túnel do carpo?

Na maioria das situações, a causa é idiopática, ou seja, não tem um fator específico. No entanto, para aqueles que ficam na frente do computador digitando, a incidência da síndrome pode ser maior. 

Além disso, pessoas com doenças autoimunes (aquelas onde o sistema imunológico ataca o próprio corpo), diabetes, hipotireoidismo (queda na produção dos hormônios da tireoide) e obesidade estão mais suscetíveis a desenvolverem a síndrome.

A mulher gestante, sobretudo no último trimestre de gestação, também tem maior incidência.

Sintomas de síndrome do túnel do carpo

O sintoma mais comum da síndrome é a dor, que pode ser referida ao nível do punho com irradiação no braço e no ombro. Ainda podem aparecer sintomas como:

• Dormência: podendo ser no dedo indicador ou perda de tato do polegar; 
• Formigamento nos dedos;
• Dor associada a dormência dos dedos: principalmente durante a noite;
• Perda de força nas mãos: seja para abrir a maçaneta de uma porta ou até mesmo um recipiente de cozinha;
• Inchaço nos dedos e/ou na mão.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico é principalmente clínico, baseado nas queixas e exame físico do indivíduo, que consiste em uma abordagem adequada do histórico clínico associado ao exame que tem alto grau de confiabilidade no diagnóstico.

Embora não exista um exame específico para confirmar o diagnóstico de síndrome do túnel do carpo, a radiografia e a ultrassonografia podem ser úteis para auxiliar em diagnósticos diferenciais, pois, às vezes, são capazes de indicar a presença de tumores que possam estar comprimindo o carpo.

Além disso, existe a eletroneuromiografia, um exame que pode ser feito como método complementar ao diagnóstico. Com ele, estuda-se a resposta muscular aos estímulos elétricos do membro durante determinado movimento para avaliação diagnóstica e de desenvolvimento futuro de lesões. No entanto, por ser uma análise dolorosa, requer a colaboração do paciente, da expertise do médico que a executa e ainda se haverá a presença de outras patologias ou não.

Tratamento para síndrome do túnel do carpo

Nas fases iniciais, o tratamento pode ser feito com repouso e imobilização do membro, com o uso de uma tala ou munhequeira, principalmente à noite. Além disso, pode ser necessário: 

• Exercícios de alongamento: geralmente, nas estruturas miotendineas (região que interage com o tendão e o tecido muscular), vasculares  e nervosas ao nível do punho podem ter algum resultado. 
• Medicamentos: analgésicos e anti-inflamatórios a fim de reduzir a inflamação local e consequentemente aliviar a dor causada pela síndrome.
• Cirurgias: nos casos mais graves, o tratamento pode ser cirúrgico, com possibilidade de resultados positivos a médio e longo prazo, devendo ser considerada a sua realização o mais brevemente possível. Nas lesões crônicas, ou seja, naquelas em que o diagnóstico é muito tardio, pode haver comprometimento do resultado ao tratamento cirúrgico devido a lesões na estrutura nervosa. Durante a cirurgia, é feito um corte no local em que o nervo está sendo comprimido, aliviando a pressão sobre ele.

Por fim, vale ressaltar que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da síndrome do túnel do carpo devem ser realizados por médicos capacitados, visando sempre a melhoria da qualidade de vida dos pacientes acometidos.

Fonte: Claudio Ortiz, ortopedista e professor do curso de Medicina da UNIFRAN (Universidade de Franca).