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    Tetralogia de Fallot: conheça as causas, sintomas e tratamentos

    Pele azulada nos lábios, na língua, na gengiva e nas mucosas é o principal sintoma da condição

    Fonte: Dra. Alessandra Geisler Daud LopesPediatra e cardiologista pedriatricaPublicado em 19/02/2024, às 13:18 - Atualizado em 11/04/2024, às 17:37

    tetrologia de fallot

    A Tetralogia de Fallot é uma cardiopatia congênita, ou seja, uma má formação cardíaca, que acontece durante o desenvolvimento do feto e que afeta a circulação e oxigenação do sangue. 

    Trata-se de uma das cardiopatias congênitas mais comuns, representando de 7% a 10% dos casos. Nos últimos tempos, com o cuidado mais abrangente dos pacientes, a morbidade e a mortalidade relacionados ao quadro diminuíram consideravelmente.  

    Siga a leitura e saiba mais sobre as causas, sintomas, formas de diagnóstico e tratamentos para a Tetralogia de Fallot.

    O que é tetralogia de Fallot? 

    A Tetralogia de Fallot é uma cardiopatia congênita, ou seja, uma má formação cardíaca, que acontece durante o desenvolvimento do feto e que afeta a circulação e oxigenação do sangue. 

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    Ela é chamada de Tetralogia porque nela ocorrem quatro alterações anatômico-funcionais: defeito no septo interventricular, desvio da aorta para a direita na saída do coração, estenose pulmonar e a hipertrofia ventricular direita. 

    Estas alterações fazem com que o sangue venoso, não oxigenado, misture-se ao sangue arterial, oxigenado, antes de ser distribuído pelo corpo. Por isso, o sangue que circula nos órgãos do bebê é mais pobre em oxigênio do que deveria.

    Quais são os sintomas de tetralogia de Fallot? 

    Como o sangue do bebê é mais pobre em oxigênio do que deveria, a pele fica azulada nos lábios, na língua, na gengiva e nas mucosas. Esse é o principal sintoma da tetralogia de Fallot: a cianose.

    O bebê com dois a seis meses ainda pode apresentar respiração ofegante (que pode dificultar a amamentação), choro constante, irritação, fadiga, sonolência e/ou desmaio, além de dificuldade em ganhar peso. 

    Se o bebê apresentar uma súbita acentuação dessa cor azulada, ele deve ser imediatamente encaminhado ao pronto-socorro pois trata-se de uma emergência cardiológica.

    Quais são as causas da tetralogia de Fallot?

    A Tetralogia de Fallot é uma doença de origem multifatorial. Pode haver um fator genético: se a mãe teve uma cardiopatia genética, há um risco maior de a criança desenvolver. Se ela já tem um filho com uma doença cardiovascular, as chances também aumentam.

    Outros fatores ligados à saúde da gestante também podem contribuir para malformações no coração do feto.  Entre eles estão:

    • Infecção por rubéola;
    • Consumo de bebidas alcoólicas na gravidez;
    • Diabetes tipo 1 ou gestacional;
    • Hipotireoidismo;
    • Hipertensão;
    • Lúpus

    A Tetralogia de Fallot ainda pode estar associada a síndromes congênitas como a de Down, Alagille e DiGeorge.  

    LEIA TAMBÉM: Saúde do coração: por onde começar a cuidar?

    Como é feito o diagnóstico?

    Idealmente, o diagnóstico da Tetralogia de Fallot é feito ainda no pré-natal, no Ecocardiograma fetal de rotina, realizado por volta de 24 a 28 semanas de gestação.

    Após o nascimento, o diagnóstico é feito com base nos sintomas e no resultado do ecocardiograma. Este exame costuma ser pedido pelo médico devido à presença da pele azulada ou de sopro cardíaco durante o exame físico.

    No ecocardiograma, encontram-se as quatro características específicas citadas anteriormente. São elas:  

    1. Desvio anterior de uma parte do septo interventricular, que acaba “carregando” com ela a aorta em direção ao ventrículo direito.    
    2. Uma comunicação entre os dois ventrículos, que também resulta desse desvio.  
    3. Estreitamento da valva pulmonar e da via de saída do ventrículo direito, que acabam “competindo por espaço” com essa aorta desviada.  
    4. Aumento da espessura do músculo cardíaco do lado direito do coração, que tem que bater com mais força para vencer essa resistência.

    Tetralogia de Fallot tem cura? 

    Não falamos em cura para Tetralogia de Fallot já que o paciente deve ser monitorado durante toda a vida. Mas hoje, com o manejo mais abrangente do paciente – que inclui cuidados médicos iniciais, reparo cirúrgico e manejo pós-operatório de complicações – é possível aumentar significativamente sua expectativa e qualidade de vida.  

    Tratamento para Tetralogia de Fallot 

    Ao descobrir a Tetralogia de Fallot, o primeiro passo é fazer um acompanhamento disciplinado com o cardiologista pediátrico. Ele irá avaliar o tipo predominante de lesão, explicar quais são os sinais de alerta e dizer qual é a programação cirúrgica para o bebê. 

    Sim, a cirurgia de reparação é o principal tratamento para tetralogia de Fallot. O objetivo da intervenção é o de corrigir os defeitos cardíacos e melhorar o fluxo de sangue para os pulmões.

    Cirurgia de Tetralogia de Fallot: como é feita? 

    A cirurgia geralmente é realizada eletivamente no primeiro ano de vida e a maioria dos reparos é realizada antes dos seis meses de idade. O momento e a escolha da intervenção cirúrgica são baseados nas características individuais do paciente.  

    Quando o bebê é muito pequeno ou tem alguma condição de saúde que impeça a correção completa dessas alterações, geralmente é feita uma cirurgia temporária. Nela, o médico insere um pequeno tubo ligando a artéria aorta e a pulmonar e, assim, melhorando a oxigenação do sangue.

    Depois que ele cresce e se desenvolve um pouco mais, é feita então a cirurgia de reparação completa. Este procedimento é feito com o coração aberto para permitir a correção das alterações cardíacas.

    Em alguns casos, pode ser necessária a realização de outros procedimentos cirúrgicos ou de cateterismo mais precocemente, dependendo do grau de comprometimento do fluxo de sangue para os pulmões, o que deve ser individualizado para cada caso.

    Acompanhamento pós-operatório 

    Hoje, cerca de 95% das crianças que possuem essa cardiopatia vivem bem após a cirurgia, desde que acompanhadas clinicamente pelo cardiologista pediátrico por toda a vida, por se tratar de uma doença congênita. 

    A correção cirúrgica resulta em excelente sobrevida a longo prazo, particularmente para pacientes que são operados em uma idade jovem: em mais de 90% dos casos, ela gira em torno de 25 anos após o reparo.  

    A insuficiência cardíaca e a arritmia podem ser as causas mais comuns de morte tardia após o reparo cirúrgico. Sequelas cardiovasculares em longo prazo são comuns entre adultos sobreviventes de correção da Tetralogia de Fallot. Aproximadamente um terço destes pacientes necessita de reoperação, mais comumente para substituição da valva pulmonar.  

    O acompanhamento longitudinal é necessário em todos os pacientes com Tetralogia de Fallot, em conjunto com um cardiologista pediátrico que é o especialista em cardiopatia congênita. Aspectos importantes da manutenção dos cuidados de saúde em longo prazo destas crianças incluem: 

    • Administração de vacinas infantis de rotina; 
    • Monitoramento de parâmetros de crescimento; 
    • Monitoramento de complicações em longo prazo; 
    • Orientações sobre a prática regular de exercícios; 
    • Profilaxia antibiótica antes de certos procedimentos odontológicos, visando a prevenção de endocardite. 

    Qual médico trata Tetralogia de Fallot? 

    O médico responsável pelo tratamento da Tetralogia de Fallot é o pediatra especialista em cardiologia pediátrica. 

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