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    Vírus Langya: há o risco de uma nova pandemia?

    Veja o que já se sabe e como ocorre a transmissão

    Por Samantha CerquetaniPublicado em 23/08/2022, às 19:21 - Atualizado em 25/05/2023, às 15:23
    Foto: shutterstock

    Quem acompanha as notícias de saúde, provavelmente ouviu falar do novo vírus Langya henipavirus (LayV), encontrado na China. A descoberta foi revelada no dia 4 de agosto, após divulgação na revista científica The New England Journal of Medicine. Até o momento, foi registrado que o vírus afetou cerca de 35 pessoas, no período de 2018 a 2021.

    E como era de se esperar, criou-se um alerta mundial: será que estamos diante de uma nova pandemia? De acordo com os pesquisadores, não há motivo para pânico.

    “Apesar de os casos terem sido publicados em uma revista científica conceituada, as amostras do Langya são antigas (de 2018 a 2021). O que preocupa é que é um vírus novo e faz parte da mesma família do Nipah vírus, que é mais mortal e agressivo. No entanto, não há motivo para preocupação”, explica José Eduardo Levi, virologista e coordenador do Genov, projeto científico de vigilância genômica da Dasa.

     

    Transmissão

    Os cientistas já sabem que a propagação ocorre em contato com animais, provavelmente de musaranhos, um mamífero bastante pequeno, semelhante a um camundongo. O vírus pertence ao gênero Henipavirus, grupo que já causou infecções graves na Ásia e Oceania.

    Também já identificaram que ele não é transmitido pelo contato entre humanos: apenas entre animais e homens. Isso impede que ocorra uma disseminação da doença em larga escala, ou seja, felizmente, é improvável que a história da covid-19 se repita.

     

    O que sabemos sobre os infectados?

    Ao todo, foram relatados 35 casos na China no período de três anos, ou seja, essas pessoas não foram infectadas ao mesmo tempo. Os pesquisadores conseguiram avaliar 26 pacientes e seus sintomas. Eles apresentaram sintomas variados como febre, fadiga, tosse, dor de cabeça, vômitos; alguns tiveram problemas no fígado e nos rins. No entanto, mesmo sendo um grupo de vírus letais, não foram reportadas mortes.

    As pessoas infectadas moravam nas províncias de Shandong e Henan e eram agricultores. Os pesquisadores avaliaram familiares e pessoas próximas dos infectados e não encontraram evidências de que a doença é transmitida de pessoa para pessoa.

    “Em relação ao vírus Langya, as pessoas próximas dos infectados foram analisadas e comprovou-se que não foram expostas ao vírus. E o fato de todos os casos terem sido identificados na zona rural, mostra que é preciso ter um contato muito próximo com o vetor do vírus Langya, provavelmente o musaranho”, complementa Levi.

     

    O vírus precisa ser acompanhado

    Portanto, o que se sabe até o momento é que, apesar de não ser uma ameaça para a humanidade, é preciso acompanhá-lo, já que os vírus estão em constante evolução.

    Além disso, o comportamento humano geralmente determina como os surtos virais se manifestam. Por isso, é fundamental prestar atenção neste vírus para evitar o quanto antes a sua disseminação.

    Ainda é preciso mais estudos para confirmar as informações descobertas sobre o Langya, tais como, o quanto ele está presente na natureza e o quão perigoso é para a saúde dos homens.

    Vale lembrar que, como o Langya é um vírus novo, não há um tratamento específico ou vacina para conter sua propagação, apenas controle de sintomas.

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