Caxumba: entenda como prevenir a doença
Condição pode ser facilmente prevenida por meio da vacinação

Também chamada de papeira, a caxumba ou parotidite epidêmica é uma doença viral que vem se tornando menos comum no Brasil desde que a vacinação contra a doença foi introduzida no Calendário Nacional de Vacinação, em 1992. A partir de agora, saiba mais sobre a doença, formas de transmissão e tratamento.
Neste artigo, você vai ler:
O que é caxumba?
A caxumba é uma infecção viral aguda que pode afetar qualquer tecido glandular do corpo, sendo mais comum atingir as glândulas parótidas e também as glândulas submandibulares e sublinguais, que produzem saliva.
Embora a condição possa afetar pessoas de todas as faixas etárias, é mais prevalente em crianças e adolescentes não vacinados.
Caxumba em crianças
Em crianças, a caxumba costuma se manifestar de forma mais leve do que em adolescentes e adultos. O sintoma mais conhecido é o inchaço doloroso das glândulas salivares, localizadas na região da bochecha e da mandíbula. Esse inchaço pode acontecer em um ou nos dois lados do rosto.
Outros sintomas comuns são:
- Febre.
- Dor de cabeça ou dores musculares.
- Sensação de cansaço e fraqueza.
- Perda de apetite.
- Dor ao mastigar e engolir.
Embora as complicações sejam menos frequentes em crianças, elas podem acontecer. Por isso, o acompanhamento médico é essencial para garantir uma recuperação tranquila e segura.
Caxumba em adultos
Os sintomas nos adultos são parecidos com os apresentados pelas crianças, mas o risco de desenvolver complicações é consideravelmente maior, especialmente após a puberdade.
A principal preocupação são as complicações que a doença pode causar. Entre elas, a inflamação dos testículos (orquite) pode acontecer em homens que contraem caxumba após a puberdade. A orquite causa dor e inchaço nos testículos e, em casos raros, pode afetar a fertilidade.
Mulheres adultas também podem ter complicações. A inflamação dos ovários (ooforite), embora mais rara, causa dor abdominal, febre e vômitos.
Outras complicações graves, mas menos comuns, e que podem acometer todas as faixas etárias são:
- Meningite: Uma infecção das membranas que revestem o cérebro.
- Encefalite: Uma infecção do próprio cérebro.
- Surdez: A perda de audição, que pode ser temporária ou permanente.
A vacinação é fundamental para proteger toda a população contra a caxumba e suas possíveis consequências.
O que causa caxumba?
A caxumba é causada por um vírus do gênero Paramyxovírus. A transmissão do vírus da caxumba ocorre por meio das gotículas respiratórias, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas.
O período de incubação do vírus – intervalo entre o momento da infecção e o aparecimento dos sintomas – é de 12 a 25 dias.
Já a capacidade de transmitir o vírus da caxumba abrange um período que vai de 6 a 7 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos até 5 dias após o surgimento da parotidite (inflamação das glândulas parótidas).
Caxumba é contagiosa?
Sim, a caxumba é uma doença muito contagiosa. O vírus se transmite facilmente de uma pessoa para outra, o que reforça a importância de medidas de prevenção e isolamento.
Como já mencionado, a principal forma de transmissão é pelo ar, quando uma pessoa infectada tosse ou espirra, liberando gotículas respiratórias. O contato direto com a saliva da pessoa doente também transmite o vírus – o que pode acontecer ao compartilhar copos, talheres ou outros objetos.
Uma pessoa com caxumba pode transmitir o vírus antes mesmo de saber que está doente, alguns dias antes do inchaço das glândulas salivares. Mas o contágio ainda pode acontecer por cerca de cinco dias após o surgimento desse sintoma.
Por isso, o isolamento do paciente durante esse período é fundamental para evitar novos casos.
Quais são os sintomas de caxumba?
Os principais sintomas da caxumba são:
- Dor ao mastigar ou engolir;
- Fraqueza;
- Aumento das glândulas salivares;
- Perda de apetite;
- Dor de cabeça.
Sintomas iniciais
Sintomas como febre, dores musculares, perda de apetite, fraqueza e dor de cabeça podem preceder a dor e o aumento das glândulas salivares.
Complicações da caxumba
A grande maioria dos casos de caxumba apresenta uma recuperação gradual, sem complicações importantes, geralmente em um período de até duas semanas. No entanto, em alguns casos a doença pode evoluir para:
- Meningite asséptica: é o nome dado à meningite não bacteriana. O tratamento é predominantemente sintomático, ou seja, focado nos sintomas. O prognóstico costuma ser bom, porém há o risco de desenvolvimento de sequelas permanentes.
- Encefalite: trata-se de uma inflamação no cérebro causada pelo vírus, levando a sintomas como sonolência e convulsões. O tratamento deve ser feito no ambiente hospitalar, às vezes com necessidade de administração de medicações anticonvulsivantes.
- Perda auditiva: costuma ser transitória, mas em alguns casos pode ser permanente.
- Orquite: trata-se de uma inflamação nos testículos, causando dor e inchaço testicular. Em homens não vacinados, a incidência dessa complicação pode chegar a 30% dos casos de caxumba.
A incidência de todas essas complicações é reduzida em indivíduos vacinados, quando comparado a não vacinados.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico ocorre por meio de avaliação clínica e exame físico realizados pelo médico. É importante também ser avaliada a história epidemiológica, caso o paciente tenha tido contato recente com alguém doente.
Na suspeita clínica, a coleta de sangue do paciente costuma ser realizada para verificar se há elevação da enzima conhecida como amilase e para realização de sorologia para confirmar o diagnóstico.
Qual é o tratamento para caxumba?
Não existe tratamento específico para caxumba; recomenda-se que sejam feitas medicações sintomáticas caso necessário. Além disso, alguns cuidados podem ser tomados para diminuir o desconforto e complicações:
- Beber bastante água;
- Adequar a dieta, evitando alimentos ácidos, que podem causar desconforto, náuseas e até vômitos;
- Manter uma boa higiene bucal;
- Ficar em repouso;
- Medicação para alívio da dor e controle da temperatura.
Como prevenir a doença?
A vacinação é a melhor forma de prevenir a caxumba e garante proteção vitalícia, ou seja, para a vida toda.
A vacina que previne a caxumba é a vacina tríplice viral. A imunização é indicada a partir dos 12 meses de vida e é capaz de prevenir três doenças: sarampo, caxumba e rubéola.
No SUS, para indivíduos de até 29 anos de idade, são recomendadas duas doses da vacina tríplice viral. Indivíduos de 30 a 59 anos de idade não vacinados anteriormente devem receber uma dose da vacina. No sistema privado, recomendam-se duas doses da vacina tríplice viral para pessoas de até 59 anos de idade não vacinadas.
Vale lembrar que, por se tratar de vacina viva atenuada, a vacina tríplice viral é contraindicada para gestantes e pessoas com imunossupressão grave.
A vacina tríplice viral protege contra quais doenças?
A vacina tríplice viral oferece proteção contra três doenças infecciosas: o sarampo, a caxumba e a rubéola.
Sarampo: doença viral muito contagiosa e grave. Causa sintomas como febre alta, tosse, coriza e manchas vermelhas na pele. Pode levar a complicações graves, como pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro), que podem deixar sequelas permanentes ou até mesmo levar à morte.
Caxumba: infecção viral que causa inchaço doloroso nas glândulas salivares. Embora seja frequentemente associada a esse sintoma, a caxumba também pode levar a complicações como a meningite e, em adultos, a inflamação dos testículos (orquite) ou dos ovários (ooforite).
Rubéola: doença viral que geralmente causa sintomas mais leves, como febre e manchas na pele. Quando acomete gestantes, representa um grande perigo. Se uma mulher grávida for infectada, o vírus pode causar malformações graves no feto, resultando na Síndrome da Rubéola Congênita.