Como melhorar sua relação com a comida e o corpo?
Faça as pazes com a balança com 6 estratégias certeiras
Hoje em dia, somos bombardeados com textos e dicas sobre nutrição, métodos para emagrecer, dietas restritivas, exercícios para perder barriga e fórmulas mágicas visando atingir um determinado padrão de beleza.
Neste artigo, você vai ler:
No entanto, tudo isso pode levar a uma relação complicada com a comida e o corpo. Nesse processo, você pode experimentar comportamentos como:
- Sentir culpa ao comer;
- Evitar alimentos considerados “ruins”;
- Fazer dietas restritivas;
- Contar calorias;
- Comer por outros motivos além de fome;
- Sentir falta de controle diante da comida.
Por isso, é importante estar atento e prestar atenção se alimentação e seu corpo são temas que só de pensar provocam sofrimento e estresse. Reverter essa situação não é algo que se consegue da noite para o dia: é preciso tempo, paciência para trabalhar sua relação com a comida e o corpo e abertura para rever suas crenças sobre nutrição.
Trata-se de algo muito mais profundo do que simplesmente nutrir o corpo, pois também comemos por prazer, levados pelas nossas emoções, pela cultura e por diversos gatilhos ambientais que nem sempre nos damos conta de que existem.
Perceber a alimentação para além dos nutrientes e das calorias pode ser o pontapé inicial para ingressar nessa jornada. Para ajudar nisso, apresento 6 dicas para ter uma relação mais saudável com a comida e o corpo.
1. Pare de se pesar o tempo todo
Fomos ensinados a acreditar que o peso define nossa saúde. Por essa lógica, quanto mais pesados, menos saudáveis somos; e, quanto mais leves, mais saudáveis.
Mas não é bem assim. Perder peso não é sinal de ganho de saúde e pode até ter como causa alguma doença. Por outro lado, alguém pode ser avaliado com excesso de peso e apresentar-se saudável do ponto de vista metabólico, com pressão, níveis de açúcares no sangue e colesterol adequados.
Isso porque existem pessoas saudáveis de todos os tamanhos e formas e a saúde não diz respeito apenas à ausência de doenças, mas também à qualidade de vida, saúde mental e ao bem-estar social.
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Entender que peso não define saúde é importante, mas não é fácil. Muitas pessoas acreditam que, se pararem de se pesar, perderão o controle diante da comida. Porém, essa obsessão pode levar a comportamentos desordenados e restrição alimentar, que definitivamente não favorecem uma boa relação com a comida e o corpo.
2. Não faça dietas restritivas
Se você já fez dietas restritivas, provavelmente sofreu com o famoso efeito sanfona: uma rápida perda de peso inicial seguida de um reganho de peso.
Isso acontece porque corpo e cérebro não compreendem que estamos tentando perder peso e sim que estamos passando por um momento de ameaça e privação. Assim, por um instinto de sobrevivência, nosso organismo utiliza diversos mecanismos para reduzir o metabolismo, acumular energia e aumentar o apetite e a busca por comida.
Ou seja, nosso cérebro odeia dietas. É por isso também que quem faz dietas restritivas comumente se sente cansado, desanimado, indisposto, estressado e ansioso.
Por isso, lembre-se de que fracassar na dieta não é falta de força de vontade e sim o seu cérebro agindo de forma normal e esperada quando os limites do seu corpo não são respeitados.
3. Coma melhor e não menos
Se restringir a alimentação não é o caminho, você pode estar se perguntando o que fazer. Posso afirmar que comer melhor e não menos é uma das opções e está entre as melhores estratégias para uma relação mais saudável com a comida e o corpo.
Comer bem e de forma saudável não tem nada a ver com evitar um grupo alimentar ou controlar a quantidade de comida consumida e sim escolher alimentos de melhor qualidade, ou seja, mais frescos e caseiros, variados e coloridos, com um comportamento alimentar mais consciente.
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Faça um cardápio, prepare uma lista de compras, compre alimentos frescos e cozinhe mais. Cozinhando, você pode preparar refeições para toda a semana e congelar as porções para ter comida de qualidade à mão, bem como usufruir de uma relação mais íntima com os alimentos.
4. Tenha permissão para comer
A permissão para comer é um bom sinal de relação saudável com a comida e com o corpo. É uma pena que muita gente não entenda muito bem do que se trata e acredite que seja sinônimo de sair por aí comendo tudo sem critério.
Quando você cria regras rígidas quanto à alimentação ou classifica os alimentos em “bons” e “ruins”, o mais provável é que sinta um forte desejo por quebrar essas regras e comer os alimentos que foram definidos como proibidos.
Por outro lado, se você entende que qualquer alimento pode fazer parte da sua alimentação, seja uma salada ou um brigadeiro, fica mais fácil ter moderação e comer de tudo com prazer.
5. Respeite sua fome
Considero que se reconectar com suas sensações de fome e saciedade é uma das estratégias mais preciosas para ter uma relação mais saudável com a comida e o corpo.
Quem faz dietas restritivas há muito tempo acaba se desligando dos sinais que o corpo envia quando precisa de combustível ou quando está saciado, além de ser comum ter medo da fome.
Mas, quando sentimos fome, é porque nosso organismo precisa de nutrição. Por isso, não faz sentido ignorar esse chamado e ficar sem comer, “enganar” essa vontade ou alimentar-se apenas de três em três horas sem dar atenção ao que o corpo está pedindo.
Nesse sentido, é importante entender a diferença entre fome fisiológica e fome psicológica. Nós humanos comemos para nos nutrir e também para sentir conforto quando estamos tristes, ou simplesmente porque estamos felizes e queremos celebrar. A princípio, não há problema nisso, mas quando se torna algo corriqueiro e gera sofrimento, pode indicar uma relação difícil com a comida.
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Entender que a comida não irá resolver seus problemas e buscar outras recompensas, como passear com o cachorro, conversar com um amigo, caminhar, dançar, ou assistir um filme pode ser mais interessante.
6. Aceite seu corpo como ele é
É compreensível que tanta gente esteja insatisfeita com o próprio corpo, já que somos frequentemente bombardeados com imagens de um padrão de beleza inatingível para a maioria de nós.
Buscar ter esse corpo a qualquer custo não é gentil com você. Por isso, a autoaceitação é tão importante: ela nos convida a contestar esses padrões e a termos mais compaixão com nós mesmos.
Aceitar não quer dizer amar seu corpo e sim parar de lutar contra ele. Em vez de se criticar, perceba-se de uma maneira diferente, acolha suas imperfeições, pare de se comparar, respeite sua genética e seu biotipo e foque no que seu corpo lhe permite fazer: trabalhar, cantar, dançar, caminhar e tudo o mais.
Assim fica mais fácil mudar hábitos e ter mais saúde, sem focar somente no peso, mas sim no seu bem-estar. Que tal tentar?
Tente levar essas dicas de uma maneira leve e gentil com você. E, se a alimentação e a imagem refletida no espelho estão sendo fruto de sofrimento para você, não hesite em buscar profissionais de saúde especializados e experientes em comportamento para ajudarem a cuidar disso.
Bon appétit!
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