Coriza: o que pode deixar o nariz escorrendo?
Alergias e infecções respiratórias são as causas mais comuns para o problema
Os pais de crianças pequenas a conhecem bem, especialmente durante o ano letivo. A coriza é um incômodo que aparece algumas vezes ao longo da vida de todo mundo. Embora pareça só um incômodo passageiro, o famoso “nariz escorrendo” é um sinal de diferentes quadros clínicos, do simples resfriado a condições alérgicas e inflamatórias, e merece atenção principalmente quando persiste por muitos dias ou se torna crônico. Continue a leitura para saber mais.
Neste artigo, você vai ler:
O que é a coriza?
Coriza é o termo médico para descrever a secreção excessiva de muco nasal, geralmente de consistência líquida e transparente em seus estágios iniciais – mas que pode variar de coloração e consistência a depender da causa.
A função principal do muco é umedecer e proteger as mucosas nasais, “prendendo” e impedindo que partículas estranhas como poeira, vírus e bactérias entrem no organismo. A produção aumentada de coriza, assim, é uma resposta natural do organismo a alguma irritação ou inflamação nas vias respiratórias.
Embora esteja frequentemente associada a infecções virais, como o resfriado e a gripe, a coriza pode ser desencadeada por uma série de fatores, incluindo alergias, mudanças de temperatura, poluição e até mesmo por emoções intensas. Ela também pode vir acompanhada de outros sintomas, como espirros, congestão nasal, coceira no nariz e/ou dor facial.
Principais causas para a coriza?
Entre as causas mais comuns para a coriza, podemos citar:
- Infecções virais, como resfriados e a gripe, que provocam inflamação da mucosa nasal e levam à produção excessiva de muco.
- Rinite alérgica, causada por uma reação ao entrar em contato com alérgenos como pólen, ácaros, pelos de animais, entre outros.
- Mudanças climáticas, principalmente quedas de temperatura, favorecem a irritação das vias aéreas e estimulam o aumento da produção de muco.
- Exposição a agentes irritantes, como fumaça, perfumes fortes ou poluição, pode estimular o sistema respiratório a liberar mais muco.
Outras condições menos comuns, mas que também podem causar coriza, incluem:
- Ar seco: a baixa umidade do ar pode irritar as mucosas nasais, levando ao aumento da produção de muco.
- Desvio de septo nasal: uma alteração na estrutura do nariz pode dificultar a drenagem nasal e contribuir para o acúmulo de muco.
- Uso excessivo de descongestionantes nasais: o uso prolongado desses medicamentos pode levar a um efeito rebote, causando congestão nasal e coriza.
- Pólipos nasais: crescimentos anormais no revestimento nasal ou dos seios da face podem obstruir a passagem do ar e aumentar a produção de muco.
Formas de prevenir a gripe e seus sintomas
A coriza é o sintoma mais comum de infecções respiratórias, incluindo a gripe. E a melhor forma de evitar essas doenças é a prevenção.
Nesse sentido, a vacina da gripe é a principal forma de proteção contra o vírus Influenza, especialmente para grupos mais vulneráveis como idosos, gestantes, puérperas, crianças e pessoas com doenças crônicas.
Uma das versões do imunizante que está disponível no mercado brasileiro é a Efluelda, vacina que contém uma concentração maior de antígenos e é indicada para pessoas com 60 anos ou mais por oferecer uma resposta imunológica mais potente.
Além da vacinação, outras medidas ajudam a reduzir o risco de infecção:
- Higienizar as mãos com água e sabão ou solução alcoólica com frequência;
- Evitar contato próximo com pessoas com sintomas respiratórios (como nariz escorrendo e tosse);
- Manter os ambientes bem ventilados e evitar aglomerações;
- Utilizar máscara quando precisar estar em locais com alta circulação de pessoas.
Coriza constante: o que pode ser?
Quando a coriza persiste por semanas ou se torna frequente, é necessário investigar o que pode estar por trás do problema. A rinite é uma das principais suspeitas nesses casos, especialmente quando os episódios se intensificam em determinados períodos do ano ou em ambientes específicos.
A coriza contínua também pode estar relacionada distúrbios hormonais, uso prolongado de descongestionantes nasais ou até alterações anatômicas, como desvio de septo nasal.
Quando procurar por um médico?
Se a coriza vier acompanhada de febre, dor de cabeça intensa, secreção purulenta, sangramento nasal e/ou dificuldade para respirar, é hora de procurar orientação médica.
No entanto, a simplesmente presença da coriza por um período prolongado também é um indicativo de que é preciso consultar um otorrinolaringologista para avaliar o que pode estar provocando o problema.
Exames que auxiliam no diagnóstico das causas
O diagnóstico das causas da coriza pode exigir a realização de alguns exames, principalmente quando os sintomas são recorrentes ou não respondem bem aos tratamentos convencionais. Entre os exames que podem ser requisitados pelo médico, estão:
- Testes alérgicos, para verificar a sensibilidade a alérgenos específicos;
- Nasofibroscopia, que permite uma avaliação detalhada das vias aéreas superiores;
- Tomografia dos seios da face, usada em casos de suspeita de sinusite crônica e presença de pólipos nasais;
- Exames de sangue, que ajudam a identificar infecções e/ou processos inflamatórios;
- Cultura de secreção nasal, para identificar a presença de bactérias ou fungos em casos de suspeita de infecção.
Tratamentos para a coriza
O tratamento para a coriza é definido após o diagnóstico da causa do problema. Quadros de gripe e resfriados, por exemplo, devem ser tratados com medidas paliativas como repouso, hidratação e uso de medicamentos sintomáticos, como analgésicos e antitérmicos, para aliviar os sintomas.
Soluções salinas nasais também podem ajudar a fluidificar a secreção e diminuir o incômodo da congestão nasal.
No caso de alergias, é importante evitar o contato com os alérgenos identificados. Medicamentos anti-histamínicos, corticosteroides nasais e, em alguns casos, imunoterapia (vacinas antialérgicas) podem ser prescritos para controlar os sintomas.
Nos quadros de sinusite, o tratamento pode envolver o uso de antibióticos (em casos de infecção bacteriana), corticosteroides nasais, descongestionantes e lavagem nasal com solução salina. Nos casos de sinusite crônica, pode ser necessária intervenção cirúrgica para melhorar a drenagem dos seios da face.
Por fim, é importante reforçar que a automedicação, especialmente o uso de descongestionantes nasais, não é recomendada, pois o uso excessivo pode levar a um efeito rebote e piorar a congestão nasal.
Fonte: Dra. Ligia Pierrotti – Infectologista