Dieta FODMAP: o que é e como é feita
Aliada contra distúrbios digestivos, dieta não é indicada para todas as pessoas
Barriga inchada, cólica, gases e alterações do hábito intestinal. Esses são apenas alguns dos sintomas causados pela má absorção de certos carboidratos pelo organismo. Estamos falando de frutose, lactose, fruto-oligossacarídeos e galacto-oligossacarídeos e álcoois de açúcar, presentes em alimentos como beterraba, maçã, manga e mel.
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E foi para reduzir a presença desses carboidratos na alimentação que surgiu a dieta FODMAP (Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides and Polyols ou, em português, Fermentáveis, Oligossacarídeos, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis).
Por ser uma dieta que elimina muitos alimentos ricos em carboidratos, ela não é para qualquer pessoa. Deve ser feita somente com orientação profissional e por quem tem problemas intestinais, como a SII (Síndrome do Intestino Irritável) ou sofre de sintomas da DII (Doença Inflamatória Intestinal), caracterizados por distúrbios que envolvem a inflamação do trato digestivo.
“Se a pessoa não apresenta problemas intestinais não tem motivos para excluir alimentos ricos em FODMAPs da dieta. Inclusive, pode até ser prejudicial, pois muitos deles são saudáveis e importantes para manter a saúde”, afirma Eline de Almeida Soriano, nutróloga e Diretora da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia).
O que é FODMAP?
Em primeiro lugar, a dieta FODMAP consiste em excluir da alimentação carboidratos de difícil digestão para algumas pessoas, uma vez que, quando mal digeridos pelo organismo, pode ocorrer a fermentação provocando os sintomas como cólica, inchaço na barriga e gases.
Portanto, uma dieta com uma menor ingestão de alimentos com alto teor de FODMAPs tende a reduzir esses sintomas.
Dividida em três fases, a FODMAP pode ser seguida por seis ou até no máximo oito semanas.
“Tem que ter uma indicação para ser feita e não é fazer de qualquer jeito. Inclusive, a literatura indica que o tempo de duração é no máximo oito semanas”, explica Lívia Hasegawa, nutricionista esportiva e funcional de São Paulo.
Fases da dieta FODMAP
Veja agora o que ocorre em cada fase da dieta FODMAP.
Fase 1: Eliminação
Nesta primeira etapa, temos o que chamamos de fase de maior restrição. Sendo assim, é hora de eliminar da dieta todos os alimentos considerados ricos em FODMAPs, como maçã, leite de vaca, feijão, arroz etc.
(Confira a tabela com outras opções de alimentos a seguir).
Essa fase deve durar entre duas e seis semanas. A intenção de diminuir esses alimentos é reduzir os sintomas indesejáveis e, assim, dar início a fase 2, com o organismo “limpo”.
Fase 2: Reintrodução
A segunda fase é considerada a “hora da verdade”, pois você saberá quais alimentos provocam os sintomas e em quais quantidades.
Nesse sentido, você irá introduzir um alimento de determinado grupo de FODMAPs por vez, e vai consumi-lo durante três dias. A cada dia irá aumentar a quantidade desse alimento. Ou seja, você vai comer um pouquinho no primeiro dia, um pouco mais no segundo e um pouco mais no terceiro dia, observando e anotando como seu corpo reage a cada uma dessas doses.
O objetivo é encontrar uma dose tolerável de cada FODMAP para a alimentação da pessoa. Depois desses três dias, é importante ficar outros três dias sem ingerir nenhum FODMAPs para só então começar com um outro alimento do grupo. Esse intervalo é importante para garantir que os sintomas serão apenas do novo alimento inserido e não do anterior.
“Geralmente com três ou quatro semanas de dieta já conseguimos obter ótimos resultados. Depois, fazemos a reintrodução dos alimentos aos poucos para que a pessoa não volte a apresentar os sintomas”, explica a nutricionista Lívia Hasegawa.
Fase 3: Adaptação
Por fim, é chegada a hora de reintroduzir lentamente os alimentos que já foram identificados pelo seu organismo como toleráveis. Aqueles que, durante as fases anteriores, não causaram sinais ou sintomas de desconforto.
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O que posso comer e o que devo evitar?
Preparamos uma tabela com alguns dos alimentos com alto e baixo teor de FODMAPs.
Na maioria dos casos, você poderá voltar a comer alguns alimentos com alto teor de FODMAPs, mas evite ingerir com frequência e em grandes quantidades, especialmente aqueles que você identificou, durante a dieta, que o seu organismo não tolera bem.
Cuidados e contraindicações da FODMAP
Contudo, o primeiro passo antes de iniciar a dieta é procurar a orientação de um profissional. “Um nutricionista e/ou nutrólogo são profissionais que conduzirão o processo da forma correta e farão substituições quando necessárias”, diz a nutróloga Eline de Almeida Soriano.
A dieta FODMAP é contraindicada para quem não tem alterações gástricas, ou seja, para pessoas que não tenham nenhuma necessidade de reduzir os sintomas causados pelos alimentos fermentáveis. Além disso, não deve ser utilizada em indivíduos que estão com deficiências nutricionais ou debilitados.
“Por ser uma dieta muito restrita, temos que tomar cuidado para a pessoa não acabar comendo pouco e ficar com grandes deficiências nutricionais”, lembra a nutricionista Lívia Hasegawa.
Por isso, antes de iniciar qualquer dieta, consulte sempre um profissional de sua confiança.
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