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    Disfagia: o que é, quais as causas e como tratar o problema

    A dificuldade para engolir alimentos sólidos e líquidos é um desafio, mas tem tratamento

    Fonte: Dr. Décio ChinzonGastroenterologistaPublicado em 22/08/2025, às 09:31 - Atualizado em 22/08/2025, às 09:31

    Disfagia

    Sabe aquela sensação de que a comida não desce direito? Ou uma tosse insistente que aparece bem na hora da refeição? Se esses episódios forem frequentes, eles podem indicar a presença de disfagia, ou seja, a dificuldade de engolir.  

    Mais associada aos idosos, por conta do envelhecimento natural das estruturas da boca, garganta e alterações esofágicas, a disfagia pode acontecer em qualquer idade. Ela não é uma doença em si, mas sim um sintoma que merece ser investigado. 

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    Disfagia: o que é? 

    Disfagia é o termo médico para a dificuldade de deglutição. “Mas, como assim, dificuldade para engoli? É automático e tão simples…”, você pode estar penando. Mas, na verdade, envolve uma coordenação precisa de muitos músculos e nervos. E, quando essa sincronia falha, a disfagia acontece. 

    Essa dificuldade pode se manifestar de várias formas. Algumas pessoas sentem que a comida fica presa na garganta. Outras sentem um entalo no meio do peito, tossem ou engasgam com frequência. O problema pode ser leve ou tão intenso que impede a pessoa de se alimentar direito perdendo peso. 

    Tipos de Disfagia 

    A disfagia é dividida em dois tipos principais, dependendo de onde o problema acontece.  

    Disfagia orofaríngea 

    Aqui, o problema está no começo do processo, na transferência do alimento da boca para o esôfago. A dificuldade acontece logo após a pessoa tentar engolir. As causas geralmente estão ligadas a problemas neurológicos ou musculares que afetam a coordenação dessa fase inicial da deglutição. 

    Disfagia esofágica 

    Neste caso, a dificuldade acontece depois que o alimento já passou pela garganta e está descendo pelo esôfago, o tubo que liga a garganta ao estômago. A sensação é de que a comida ficou entalada no peito. Geralmente, é causada por obstruções ou problemas de motilidade do próprio esôfago. 

    Causas para a disfagia 

    As causas mais comuns de disfagia são as doenças neurológicas. Um Acidente Vascular Cerebral (AVC), por exemplo, pode afetar o controle dos músculos da deglutição. O mesmo acontece em doenças como Parkinson e Alzheimer, que progridem com o tempo. 

    O envelhecimento natural, que pode enfraquecer a musculatura, também é uma causa bastante frequente. Além dessas, outras situações que podem levar à dificuldade de engolir são: 

    • Câncer de cabeça e pescoço ou tumores no esôfago. 
    • Traumatismos na região da cabeça e do pescoço. 
    • Intubação por longos períodos em hospitais. 
    • Alterações na arcada dentária ou próteses mal adaptadas. 
    • Efeitos colaterais de alguns medicamentos que podem causar boca seca e atrapalhar a formação do bolo alimentar. 
    • Processos inflamatórios ou neopásiocos no esôfago 

    Sintomas de disfagia 

    Os principais sinais da disfagia são a tosse e o engasgo durante ou logo após as refeições. A pessoa também pode se queixar de uma sensação de que o alimento está “arranhando” ou parado na garganta 

    Muitas vezes, há também uma dor de garganta persistente ao tentar engolir, um sintoma conhecido como odinofagia. 

    Esses são os alertas mais imediatos, mas existem outros sinais que podem indicar o problema:  

    • Necessidade de engolir várias vezes para o mesmo pedaço de comida. 
    • Voz anasalada ou “molhada” depois de comer ou beber. 
    • Regurgitação nasal, quando o líquido volta pelo nariz. 
    • Mau hálito constante. 
    • Perda de peso sem motivo aparente. 
    • Pneumonias de repetição, que podem ser um sinal de que alimentos estão indo para o pulmão. 

    Qual médico procurar? 

    Ao perceber sinais de disfagia, os primeiros médicos a serem procurados são o otorrinolaringologista ou o gastroenterologista. O otorrinolaringologista foca mais nos problemas da boca e da garganta, ligados à disfagia orofaríngea. Já o gastroenterologista investiga as causas relacionadas ao esôfago, mais comuns na disfagia esofágica. 

    Mas o tratamento da disfagia é multidisciplinar. O fonoaudiólogo, por exemplo, pode avaliar e reabilitar a deglutição. O nutricionista faria adaptações na dieta, garantindo que o paciente receba todos os nutrientes que precisa, mas com alimentos em texturas adequadas. 

    Exames que auxiliam no diagnóstico 

    Após a consulta médica, o exame mais usado para avaliar a fase inicial da deglutição é o videodeglutograma seguido pelo esôfagograma da deglutição, um exame radiológico. No deglutograma o médico observa a deglutição do paciente que engole alimentos de diferentes consistências.  

    A laringoscopia – realizada principalmente através da videonasolaringoscopia – também pode contribuir. Com este exame, o médico pode observar em um monitor o processo dinâmico da deglutição com alimentos, identificando a causa da dificuldade para engolir e o risco de aspiração. 

    Para investigar o esôfago, o médico pode pedir uma endoscopia, que avalia o tubo digestivo   

    Tratamentos para disfagia 

    O tratamento visa reabilitar a função de engolir e adaptar a alimentação para que ela seja segura. A reabilitação é conduzida pelo fonoaudiólogo e envolve exercícios para fortalecer os músculos da boca, língua e garganta. O profissional também ensina manobras e posturas que facilitam a deglutição. 

    Já a modificação da dieta é feita com o auxílio de um nutricionista. Ele pode, por exemplo, indicar que alimentos sólidos sejam transformados em purês ou cremes.  

    Por ainda indicar que um espessantes em pó seja adicionado a líquidos como água e sucos para deixá-los mais grossos e fáceis de controlar na boca, evitando que sigam para o pulmão. 

    Em casos muito graves, quando a alimentação pela boca não é segura, pode ser indicada uma sonda para garantir a nutrição. 

    Quais são os riscos da disfagia não tratada? 

    A complicação mais imediata é o risco de engasgo e sufocamento. Quando o alimento ou líquido entra no caminho errado e vai para as vias respiratórias, acontece a chamada broncoaspiração. E isso pode causar uma infecção grave, a pneumonia aspirativa. 

    Além disso, com medo de engasgar ou pela dificuldade de comer, a pessoa pode reduzir a quantidade de alimentos e líquidos. E essa redução leva rapidamente à desnutrição e à desidratação, comprometendo a saúde e a recuperação de outras doenças. 

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