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    Fibrilação Atrial: o que é, sintomas e tratamento

    Batimentos irregulares do coração podem aumentar o risco de AVC

    Fonte: Dr. Fabrício Assami BorgesMédico cardiologista do Hospital Santa PaulaPublicado em 16/11/2023, às 17:23 - Atualizado em 16/11/2023, às 17:44

    fibrilação atrial


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    Em ritmo normal, o coração bate 60 a 100 bpm (batimentos por minuto) de forma rítmica, ou seja, regular. Quando ele bate sem um ritmo regular, temos uma arritmia. E uma das causas de arritmia caracterizada por batimentos irregulares originados nos átrios, uma parte específica do nosso coração, é a fibrilação atrial, uma condição que requer atenção, pois pode levar a problemas mais sérios. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto. 

    O que é fibrilação atrial? 

    A fibrilação atrial é uma arritmia, ou seja, uma alteração no ritmo cardíaco que ocorre especificamente nos átrios do coração.  

    Durante essa arritmia, o coração bate de forma irregular, aumentando risco de algumas condições, como:  

    • Aparecimento de   coágulos ou trombos sanguíneos. 
    • AVC (Acidente vascular cerebral): quando os vasos que levam sangue ao cérebro entopem devido a algum trombo que se deslocou do átrio para os vasos cerebrais, provocando a falta de oxigenação da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. 
    • Insuficiência cardíaca: incapacidade de o coração bombear o sangue de forma correta.

    Quais são os fatores de risco da fibrilação atrial?

    O risco de fibrilação atrial aumenta com o avançar da idade. No entanto, existem alguns fatores de risco que também podem contribuir para o surgimento da condição. São eles:  

    • Hipertensão arterial 
    • Diabetes 
    • Tabagismo 
    • Doenças do coração  
    • Obesidade 
    • Apneia do sono 
    • Doença renal crônica 
    • Doença pulmonar crônica 
    • Sedentarismo ou atividade física muito intensa de longa duração 
    • Aumento de colesterol 
    • Consumo de álcool 

    Qual é a diferença entre arritmia cardíaca e fibrilação atrial? 

    A arritmia cardíaca é qualquer irregularidade no ritmo cardíaco. Já a fibrilação atrial é um tipo específico de arritmia nos átrios do coração, espécie de câmara do coração que recebe o sangue de diversas partes do corpo.

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    Quais são os sintomas da fibrilação atrial? 

    A fibrilação atrial pode ser completamente assintomática, mas, frequentemente, pode causar:  

    • Sensação de palpitações no coração; 
    • Fraqueza; 
    • Tonturas;  
    • Mal-estar; 
    • Falta de ar;  
    • Sensação de pressão no tórax. 

    Como é feito o diagnóstico? 

    A fase inicial do diagnóstico pode envolver a simples palpação dos pulsos que ficam irregulares, mas deve ser confirmado por meio de um eletrocardiograma, exame que analisa as atividades do coração.

    No entanto, atualmente, podemos também usar os smartwatches, espécie de relógios inteligentes com funcionalidades variadas, para monitorarmos o sono e os batimentos cardíacos. Esses dispositivos podem ser especialmente úteis para o rastreamento de arritmias.

    Além disso, alguns aparelhos automáticos de aferição da pressão arterial também têm a capacidade de identificar arritmias, exibindo um ícone correspondente. 

    Eletrocardiograma  

    O eletrocardiograma pode ser realizado de duas maneiras:  

    • Tradicional: onde o indivíduo fica deitado com o peito exposto e com alguns eletrodos, dispositivos com fios ligados a uma máquina. Esses eletrodos enviam para o aparelho o registo da atividade elétrica do coração, mostrando ritmos anormais.
    • Holter: é solicitado quando o médico quer verificar a atividade do coração por um tempo maior. Neste caso, um aparelho compacto conectado aos eletrodos no peito do paciente fica monitorando as batidas do coração por 24 horas.

    Fibrilação atrial é grave? 

    A fibrilação atrial é uma condição potencialmente grave, uma vez que eleva substancialmente o risco de formação de trombos no interior do coração, que podem se soltar e migrar para várias partes do corpo. Isso, por sua vez, aumenta em até cinco vezes a chance de ocorrer um AVC, além de representar um risco de obstrução em outros vasos sanguíneos que irrigam praticamente qualquer órgão do corpo.

    Além disso, devido à natureza irregular e, muitas vezes, acelerada dos batimentos cardíacos na fibrilação atrial, há também um aumento significativo no risco de desenvolver insuficiência cardíaca. Nessa condição, o coração não consegue suprir adequadamente as necessidades de bombeamento do corpo, o que pode resultar em maior probabilidade de hospitalização e até mesmo de óbito.

    Contudo, vale destacar que um tratamento adequado pode ajudar a diminuir esse risco.

    Qual é o tratamento para fibrilação atrial? 

    O tratamento dessa condição clínica pode ser dividido em três partes, o chamado ABC das diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia.  

    • A – Anticoagulação: pelo risco de formação de coágulos, é primordial que o paciente seja avaliado para definir a necessidade de usar um anticoagulante.  

    Há casos raros em que a anticoagulação é contraindicada, especialmente pelo risco elevado de sangramentos ou alterações importantes em níveis de plaquetas, as células do nosso sistema sanguíneo que fazem a coagulação do sangue.

    Para esses casos, existem procedimentos feitos por cateterismo que podem servir como opção para reduzir o risco de embolias.   

    • B – Melhor controle de sintomas (Better Symptoms control): Inicialmente pode-se optar por uma estratégia de controle de frequência cardíaca, que pode envolver medicamentos e um estilo de vida saudável.Além disso, atualmente, existe um procedimento chamado ablação em que pode se tentar retomar o ritmo normal do coração com um sucesso cada vez maior e baixo risco de complicações. Esse procedimento é feito por um cardiologista subespecialista denominado eletrofisiologista. 
    • C – Controle de comorbidades: a gestão eficaz de comorbidades, tais como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, apneia do sono e dislipidemia, é crucial não apenas para aprimorar a qualidade de vida e aliviar sintomas, mas também para minimizar o risco de recorrência da arritmia após a ablação. 

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