Herpes nas costas: vírus da catapora pode causar lesões e dor
A condição provoca ainda coceira e vesículas, com desconforto persistente mesmo após a cicatrização
O herpes nas costas é geralmente causado pelo herpes zóster, também conhecido popularmente como cobreiro, uma reativação do vírus da catapora que pode ocorrer anos após a infecção inicial. No Brasil, cerca de um terço da população terá a doença ao longo da vida. Continue a leitura para saber detalhes das causas, se é possível prevenir e como seria o tratamento.
Neste artigo, você vai ler:
Herpes nas costas: o que é?
Herpes nas costas é uma infecção viral que, na maioria dos casos, está ligada ao Herpes zoster, conhecido popularmente como cobreiro. A condição é provocada pelo vírus Varicela Zóster, o mesmo que causa a catapora.
Após o episódio inicial da doença, geralmente na infância, o vírus permanece no organismo por muitos anos. Em situações como queda da imunidade ou envelhecimento, ele pode se reativar e dar origem ao herpes zóster.
Menos frequentemente, o herpes simples, causado pelos vírus HSV-1 ou HSV-2, também pode se manifestar em região dorsal.
Sintomas do herpes nas costas
Os sintomas do herpes nas costas costumam surgir de forma localizada e progressiva. A dor é um dos primeiros sintomas e pode vir acompanhada de ardência, formigamento ou coceira na pele, antes mesmo do aparecimento das lesões.
Em seguida, surgem pequenas bolhas agrupadas, geralmente em faixa e concentradas de um só lado do corpo. Essas pequenas bolhas evoluem para crostas e cicatrizam ao longo de duas a quatro semanas.
Entre outras manifestações que podem ocorrer, estão a febre, sensação de mal-estar e dor de cabeça. Em alguns casos, mesmo após a cicatrização das lesões, a dor persiste por semanas ou meses, causando a chamada neuralgia pós-herpética.
O que causa o herpes nas costas?
O herpes nas costas costuma ocorrer quando o vírus Varicela Zóster, responsável pela catapora, volta a se manifestar no organismo. Após o contato inicial com o vírus, geralmente na infância, ele permanece inativo nas raízes nervosas e pode ser reativado anos depois, em especial quando o sistema imunológico está fragilizado.
Essa reativação pode ser favorecida por diversos fatores, como estresse intenso, envelhecimento, uso de medicamentos que reduzem a imunidade, tratamentos oncológicos ou presença de doenças que comprometem as defesas do corpo, como o HIV. Pessoas com baixa resistência estão mais suscetíveis à infecção.
Como ocorre a transmissão do vírus herpes zóster?
A transmissão do vírus herpes zóster acontece de forma diferente da catapora, apesar de ambos serem causados pelo mesmo agente, o Varicela Zóster. Quem já teve catapora não adquire herpes zóster de outra pessoa, mas pode desenvolver a doença caso o vírus, que permanece latente no corpo, volte a se ativar.
No entanto, uma pessoa com herpes zóster pode transmitir o vírus para alguém que nunca teve catapora e que não tenha sido vacinado. Nesses casos, o contágio pode ocorrer por contato direto com o líquido das vesículas da pele e a pessoa infectada desenvolverá catapora, e não o zóster. A transmissão não acontece pelo ar, como ocorre com a catapora, e só é possível enquanto as vesículas estiverem presentes.
Tratamentos para o herpes nas costas
O tratamento do herpes nas costas busca aliviar os sintomas, acelerar a recuperação das lesões e evitar complicações. Medicamentos antivirais são mais eficazes quando iniciados logo nos primeiros dias após o aparecimento das vesículas, ajudando a controlar a multiplicação do vírus.
Para o controle da dor, podem ser prescritos analgésicos comuns ou, em casos mais intensos, medicamentos voltados para dor de origem nervosa, como alguns antidepressivos e anticonvulsivantes.
Medidas simples, como aplicar compressas frias ou loções calmantes, também podem trazer alívio para o desconforto na pele.
Formas de prevenir o herpes zóster
A principal forma de prevenir o herpes zóster, inclusive as manifestações nas costas, é por meio da vacinação. A vacina herpes-zóster reduz tanto o risco de desenvolver a doença quanto a chance de complicações, como a dor crônica que pode permanecer após a fase aguda.
Atualmente, disponível apenas na rede privada, a vacina herpes zóster recombinante (Shingrix) é a única disponível no Brasil para prevenir o herpes zóster e a neuralgia pós-herpética. Indicada para adultos a partir dos 50 anos, ela é aplicada em duas doses, com intervalo de dois a seis meses.
Pessoas que já tiveram catapora devem estar atentas a qualquer sinal suspeito, como dor localizada seguida de lesões na pele, e procurar orientação médica o quanto antes.
Quando procurar por um médico?
É recomendável procurar um médico assim que surgirem os primeiros sintomas, como dor localizada, sensação de queimação ou o aparecimento de pequenas bolhas agrupadas em um dos lados das costas. O início rápido do tratamento antiviral pode diminuir a duração da doença e reduzir o risco de complicações, como a dor crônica.
Também merece atenção qualquer sinal de agravamento, como lesões que se espalham, sinais de infecção ou dor que persiste mesmo após a cicatrização da pele.
Indivíduos com baixa imunidade, pessoas idosas ou em tratamento contra o câncer devem procurar avaliação médica o quanto antes, já que estão mais suscetíveis a formas mais graves da infecção. Nesses casos, a vacina herpes zóster pode ser administrada com pedido médico a partir dos 18 anos de idade.