nav-logo
Compartilhe

Hipersonia é um distúrbio do sono que afeta qualidade de vida

A hipersonia é caracterizada por uma sonolência excessiva durante o dia mesmo após uma noite de sono adequada.

Por Danielle SanchesPublicado em 24/02/2025, às 12:12 - Atualizado em 24/02/2025, às 12:27

hipersonia

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, cerca de 72% dos brasileiros sofrem com algum distúrbio do sono. Enquanto a falta de sono adequado é a queixa mais frequente, há outros problemas menos conhecido, mas que também geram impactos na qualidade de vida. Um deles é a hipersonia, condição caracterizada por uma sonolência excessiva durante o dia mesmo após uma noite de sono adequada.

Embora muitas vezes seja confundida com a narcolepsia (outro distúrbio do sono), a hipersonia tem características próprias e requer atenção especial para seu diagnóstico e tratamento. Saiba mais sobre ela a seguir.

Hipersonia: o que é? 

A hipersonia é um transtorno do sono que se manifesta por meio de uma necessidade excessiva de dormir durante o dia, mesmo quando a pessoa já teve uma noite de sono completa.

As pessoas com essa condição podem sentir dificuldade para acordar pela manhã, se manterem alertas, experimentar episódios de sono prolongado durante o dia e sensação de cansaço constante.

Existem dois tipos principais de hipersonia:

  • Primária: está relacionada a disfunções no sistema nervoso central e fatores genéticos, sendo considerada menos comum; 
  • Secundária: geralmente causada por outras condições de saúde, como apneia do sono, depressão, doenças neurológicas ou uso de medicamentos.

Em ambos os casos, o impacto na qualidade de vida pode ser significativo, afetando desde o desempenho no trabalho até os relacionamentos pessoais. 

Fatores de risco 

A hipersonia pode se manifestar de maneira crônica ou esporádica, dependendo das causas e do estilo de vida do indivíduo. Entre os fatores de risco para o problema, destacam-se:  

  • Distúrbios do sono pré-existentes: condições como apneia do sono ou narcolepsia podem contribuir para o surgimento da hipersonia. 
  • Condições médicas: doenças como insuficiência cardíaca, doenças do fígado e hipotireoidismo podem levar à hipersonia. 
  • Doenças neurológias: como Parkinson, Síndrome de Guillain-Barré, pacientes que tiveram AVC (acidente vascular cerebral), entre outras. 
  • Lesões cerebrais: traumatismos cranianos e tumores cerebrais podem afetar as áreas do cérebro responsáveis pela regulação do sono. 
  • Problemas de saúde mental: transtornos como depressão e ansiedade estão frequentemente associados à sonolência excessiva durante o dia. 
  • Uso de medicamentos: alguns remédios, como sedativos e antidepressivos, podem desencadear ou agravar a hipersonia. 
  • Estilo de vida: hábitos como dormir em horários irregulares, sedentarismo, consumir álcool em excesso ou ter uma alimentação desequilibrada podem desregular o metabolismo do corpo e influenciar no aparecimento e/ou agravamento do problema. 

Hipersonia e narcolepsia são a mesma coisa?

Não. A hipersonia pode ser um sintoma da narcolepsia, mas as duas condições são diferentes.

A hipersonia é caracterizada por um excesso de sono durante o dia, mesmo após uma noite de descanso satisfatória. Ela pode ter causas genéticas ou ainda ser um sintoma de alguma outra condição de saúde, como transtornos de saúde mental, condições neurológicas ou uso de certos medicamentos.

Já a narcolepsia é um distúrbio do sono de causas neurológicas em que o indivíduo tem crises de sono repentinas e incontroláveis. A doença é frequentemente acompanhada de sintomas como cataplexia (fraqueza muscular repentina), alucinações e paralisia do sono. 

É possível prevenir a hipersonia? 

Nem sempre, já que a hipersonia pode ser desencadeada por condições de saúde pré-existentes e fatores genéticos não modificáveis.

No entanto, quando ela está ligada a fatores ambientais modificáveis, é possível realizar mudanças na rotina para evitar o aparecimento do problema. Uma delas é manter uma rotina de sono regular, respeitar a necessidade individual de sono (evitando restrição do repouso) e realizar a higiene do sono antes de dormir (para garantir que a noite de descanso seja restauradora para o corpo).

Além disso, manter hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos de forma regular, manter uma alimentação equilibrada e evitar o consumo excessivo de cafeína e álcool também são medidas que ajuda o corpo a regular o metabolismo e reduzem o risco de hipersonia.

Por fim, é importante que indivíduos que já tenham histórico de algum distúrbio do sono ou outras condições médicas que sabidamente aumentem o risco para a hipersonia, procurem ajuda médica e realizem o tratamento de forma adequada.  

Sinais da hipersonia

Entre os sintomas mais comuns de hipersonia, podemos citar:  

  • Dificuldade em acordar pela manhã, mesmo após horas suficientes de sono; 
  • Episódios de sonolência excessiva durante o dia, especialmente em situações monótonas, mesmo após ter dormido bem durante a noite; 
  • Dores de cabeça frequentes; 
  • Dificuldade de concentração e memória prejudicada; 
  • Necessidade de cochilos frequentes e prolongados que não aliviam a sonolência; 
  • Alterações de humor. 

Esses sintomas podem variar em intensidade, mas quando persistem por semanas, devem ser investigados por um especialista.

Agendar exames

 

Quando procurar por um médico? 

Quando a sonolência excessiva começa a interferir na realização das atividades diárias e nos relacionamentos, é hora de buscar ajuda médica. Se você perceber que está dormindo mais do que o habitual, sentindo dificuldade para se manter acordado durante tarefas simples ou apresentando queda no desempenho no trabalho ou nos estudos, um neurologista especialista em sono pode ajudar a identificar a causa do problema. 

Exames que podem auxiliar no diagnóstico da hipersonia 

O diagnóstico da hipersonia geralmente envolve uma avaliação clínica detalhada e a realização de exames específicos para avaliar os padrões de sono do indivíduo. Entre os mais comuns estão: 

  • Polissonografia: exame que monitora a atividade cerebral, os movimentos oculares, a frequência cardíaca e a respiração durante o sono. 
  • Teste de latência múltipla do sono (TLMS): avalia a rapidez com que a pessoa adormece durante o dia e ajuda a diferenciar a hipersonia de outros distúrbios, como a narcolepsia. 
  • Diário do sono: o paciente registra seus horários de dormir e acordar, além de episódios de sonolência ao longo do dia. 
  • Exames de sangue: podem ser solicitados para descartar outras condições médicas que provocam sonolência, como problemas na tireoide ou deficiências nutricionais. 

Agendar exames

 

Formas de tratamento 

O tratamento da hipersonia depende da causa do problema e também da gravidade dos sintomas. Em casos considerados leves, é possível que mudanças no estilo de vida, como ajustar a rotina de sono e o manejo do estresse, possam ser suficientes.

No entanto, quando a condição está relacionada a outros problemas de saúde, algumas intervenções podem ser necessárias. Entre elas, estão: 

  • Medicamentos: estimulantes e outros remédios específicos podem ser prescritos para ajudar a manter o estado de alerta durante o dia. 
  • Terapia cognitivo-comportamental: ajuda a lidar com questões emocionais que possam estar contribuindo para o aparecimento e o agravamento do distúrbio. 
  • Tratamento de condições associadas: se a hipersonia for um sintoma de outro problema de saúde, como apneia do sono ou depressão, tratar essas doenças pode aliviar os sintomas. 

Em todos os casos, a orientação e o acompanhamento médico são essenciais para garantir que o tratamento seja eficaz e seguro.

 

Fonte: Dra. Rosa Hasan – médica neurologista

Encontrou a informação que procurava?
nav-banner

Veja também

Escolha o melhor dia e lugarAgendar exames