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    Medicamento para dengue: quais não devemos tomar?

    Anti-inflamatórios e determinados analgésicos devem ser evitados para não elevar o risco de sangramentos

    Por Danielle SanchesPublicado em 20/03/2024, às 09:53 - Atualizado em 27/05/2024, às 09:48

    A dengue é uma doença infecciosa em alta no Brasil: dados do Ministério da Saúde indicam que o país pode bater recorde da doença em 2024 pela influência de fatores como calor intenso, grande volume de chuvas e o ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus. Mas saiba que há medicamentos para dengue que são seguros e outros devem ser evitados. Continue a leitura para saber quais são eles.

     

    Quais são os riscos da dengue? 

    A dengue é uma infecção viral aguda transmitida por meio da picada da fêmea contaminada do mosquito Aedes aegypti. A doença pode se apresentar de duas formas: a dengue clássica, considerada mais branda; e a dengue grave, que é popularmente conhecida como “dengue hemorrágica”.  

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    Embora ela seja conhecida assim por muitas pessoas, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que a expressão “dengue hemorrágica” seja substituída por “dengue grave”, “dengue grave com fenômenos hemorrágicos” ou ainda “síndrome do choque da dengue”, quando estes ocorrem.   

    O quadro grave ocorre quando o sistema imunológico da pessoa apresenta uma reação exacerbada à presença do vírus. Por isso, a incidência do quadro é mais comum em indivíduos que contraem a doença pela segunda ou terceira vez. 

    O principal risco da infecção pela doença é justamente esse: que o quadro evolua de forma negativa e entre na categoria grave, o que pode levar o paciente à morte se ele não for tratado rápida e adequadamente.  

    Como é feito o diagnóstico da dengue? 

    Na maioria das vezes, o diagnóstico da dengue é feito de forma clínica, ou seja, por meio de avaliação médica dos sintomas e levando-se em conta o local em que a pessoa vive ou frequentou anteriormente – já que a dengue é uma doença endêmica em diversas partes do Brasil. 

    No entanto, como os sintomas são muitas vezes inespecíficos (como febre e dor de cabeça), também podem ser requisitados exames gerais, como o hemograma, e específicos, como testes de antígeno e anticorpos, além do próprio painel viral, para detectar a presença ou não do vírus. 

    Somente os testes específicos para dengue podem confirmar o diagnóstico de dengue. Em situações de surtos, no entanto, quando não é possível realizar o exame em todas as pessoas, os pacientes são tratados de acordo com os sintomas. 

    Importância do diagnóstico correto 

    O diagnóstico correto e feito de forma precoce é importante pois auxilia na tomada de decisões e implementação de tratamentos e manejo do quadro clínico que visam evitar e prevenir as complicações da dengue.  

    Qual é o tratamento para dengue? 

    O tratamento para a dengue é feito para aliviar os sintomas, usando medicamentos que aliviam a febre e as dores. Além disso, a hidratação e o repouso são fundamentais para que o corpo se recupere plenamente.

    Os sintomas podem continuar por até dez dias, mas a recuperação total leva entre duas e quatro semanas. 

    Vale reforçar que, mesmo quem já se recuperou da doença deve manter as medidas de prevenção, já que existem 4 sorotipos da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e, embora a pessoa fique imune ao tipo que contraiu, ainda existem outros três sorotipos que podem infectá-la.

    Lembrando que a vacina dengue exerce um importante papel na prevenção da doença causada pelo mosquito Aedes aegypti.  

    Medicamento para dengue: quais são indicados? 

    Para amenizar sintomas como dor e febre, pode-se usar medicamentos como paracetamol e dipirona. No entanto, é importante ressaltar que não se deve tomar nenhum remédio sem orientação médica; o melhor é buscar orientação especializada ao primeiro indício de sintomas.  

    Qual remédio não pode tomar para dengue? 

    Alguns remédios que são comumente vendidos em farmácias sem a necessidade de receita médica são contraindicados em caso de suspeita de dengue. São ele:  

    • Salicilatos, como ácido acetilsalicílico (AAS) e ácido salicílico, entre outros; 
    • Anti-inflamatórios não esteroidais, como ibuprofeno, diclofenaco, e naproxen, entre outros; 
    • Anti-inflamatórios corticoesteroides, como prednisona, prednisolona e hidrocortisona, entre outros.   

    Por que esses medicamentos são contraindicados para suspeita de dengue? 

    A explicação para isso é que os salicilatos e os anti-inflamatórios não esteroidais interferem no funcionamento das plaquetas do sangue, favorecendo o aparecimento de sangramentos e complicações em pacientes com dengue – que já têm um risco aumentado para hemorragias.  

    Já os corticosteroides não têm ação benéfica comprovada, aumentam o risco de sangramento gástrico e podem interferir na resposta imunológica do paciente. 

    Quando procurar o médico? 

    A recomendação de médicos e especialistas em saúde é que qualquer pessoa que esteja com suspeita de dengue busque ajuda médica, já que existe o risco de complicações e evolução para a forma grave da doença.  

    Na avaliação médica, o especialista poderá observar o estado geral de saúde do indivíduo e determinar o melhor tratamento – incluindo se há ou não a necessidade de internação hospitalar para acompanhamento.  

    Crianças, gestantes e idosos são especialmente vulneráveis à doença. Por isso, devem ir ao médico tão logo os primeiros sintomas apareçam. 

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    Fonte: Dra. Sumire Sakabe, infectologista do Hospital Nove de Julho (SP). 

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