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    Medula óssea: o que é e como doar?

    Entenda qual a importância desse tecido no organismo e como salvar vidas ao se tornar um doador

    Por Danielle SanchesPublicado em 19/01/2024, às 17:02 - Atualizado em 11/04/2024, às 17:59

    Medula óssea

    A medula óssea é um tecido gelatinoso localizado no interior dos ossos que desempenha um papel importante na produção de células sanguíneas do nosso organismo. Em algumas situações, é possível doar uma parte desse material para que pacientes com alguns tipos de doença se recuperem. Siga a leitura para entender mais sobre como e quando isso acontece.  

    O que é medula óssea? 

    A medula óssea é um tecido gelatinoso que fica no interior dos ossos, sendopopularmente conhecida como “tutano” do osso. Ela é responsável pela produção das células do sangue, como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. 

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    Quando o transplante de medula óssea é indicado? 

    O transplante de medula óssea pode ser indicado para tratar pacientes com doenças onco-hematológicas. Algumas dessas condições são: 

    • Leucemias; 
    • Linfomas, como o linfoma de Hodgkin; 
    • Mieloma; 
    • Anemia aplásica; 
    • Hemoglobinopatias (doenças que acometem a hemoglobina). 

    Como o transplante de medula óssea é feito? 

    Existem dois tipos de transplante de medula óssea: 

    • Autotransplante ou transplante autólogo: o paciente recebe suas próprias células-tronco da medula óssea, que são coletadas antes do tratamento. 
    • Transplante alogênico: o paciente recebe células-tronco de um doador, que podem ser de um parente ou um doador voluntário desconhecido. 

    A doação das células-tronco utilizadas no transplante, por sua vez, pode ser feita de duas formas: 

    • o paciente ou o doador recebe um medicamento por alguns dias para estimular a produção dessas células, que são lançadas na corrente sanguínea e coletadas a partir de uma punção na veia. Então, uma máquina específica separa as células-tronco do sangue e as deposita em uma bolsa de plástico e devolve o restante do sangue para o paciente/doador –um circuito que dura cerca de 2 horas. Essa estratégia é utilizada em transplantes autólogos e alguns casos de alogênicos. 
    • O doador recebe uma anestesia e sedação para a realização de punções na região posterior da bacia para coleta de células-tronco diretamente do “tutano”do osso, ou seja, da medula óssea. O procedimento dura cerca de 90 minutos. Essa estratégia é utilizada somente em transplantes alogênicos.

    Antes do transplante, o paciente é submetido a um tratamento para atacar a células doentes e destruir a medula. Ele, então, recebe as novas células-tronco via endovenosa, semelhante ao procedimento da transfusão de sangue. Uma vez na corrente sanguínea, as células da nova medula devem se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem e passam a produzir novas células. 

    Quais são os riscos? 

    Embora o transplante de medula óssea ofereça esperança para os pacientes, é um procedimento delicado que não está isento de riscos.  

    O primeiro risco são os efeitos adversos da quimioterapia feita antes de receber a nova medula. Queda de cabelo, enjoos, vômitos, diarreia e perda de apetite são alguns sintomas conhecidos desse tipo de tratamento.  

    Outro risco importante é o da imunossupressão, já que o paciente fica com uma quantidade muito baixa de glóbulos brancos (células de defesa do corpo) enquanto o enxerto não “pegar” (o que pode levar de duas a três semanas). Mesmo após a “pega”, a recuperação imunológica completa pode demorar de meses a anos para ocorrer dependendo do tipo de transplante, da doença de base, do uso de imunossupressores e de possíveis complicações. Por isso, essa é uma das principais preocupações dos médicos pois, nesse cenário, qualquer infecção relativamente simples pode se tornar grave para o paciente. 

    Por fim, no caso do transplante alogênico, há alguns riscos associados, como: rejeição da medula nova, doença do enxerto contra o hospedeiro (quando a nova medula passa a atacar o corpo do paciente) e outros quadros mais raros.  

    Quem pode doar medula óssea? 

    No Brasil, para ser doador de medula óssea, é preciso:  

    • Ter entre 18 e 35 anos de idade; 
    • Estar em bom estado de saúde; 
    • Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV); 
    • Não apresentar história de câncer, doença hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).

    Como funciona a doação de medula óssea? 

    No Brasil, a doação de medula óssea é coordenada pelo Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).  

    Quando um paciente precisa de um transplante de medula óssea, o médico (geralmente, um hematologista) entra em contato com o Redome para solicitar uma busca de doador. O Redome usa um sistema de computador para comparar o tipo de HLA (antígeno leucocitário humano) do paciente com o tipo de HLA de doadores cadastrados. 

    Se for encontrado um doador compatível, o paciente e o doador são convocados para realizar exames complementares para confirmar a compatibilidade. Se a compatibilidade for confirmada, o transplante pode ser realizado. 

    Como se tornar doador? 

    As pessoas que desejam se tornar doadoras de medula óssea devem se dirigir a algum hemocentro público e realizar um cadastro no Redome utilizando um documento original de identidade e preencher um formulário com informações pessoais.

    Além disso, é necessário realizar uma coleta de sangue (amostra de 5 ml) para realizar um teste e identificar o tipo de HLA (antígeno leucocitário humano) d aquele indivíduo, o que é fundamental para o cruzamento de dados e avaliação de compatibilidade. 

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    Fonte: Dra. Andresa Lima Melo, hematologista do Hospital Brasília 
    * com informações do Ministério da Saúde e do INCA (Instituto Nacional do Câncer) 

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