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    Miopia: o que é, sintomas e como tratar

    Dificuldade para enxergar de longe acomete quem tem olho maior do que o comum ou córnea muito curva

    Por Tiemi OsatoPublicado em 09/12/2022, às 16:54 - Atualizado em 14/12/2022, às 16:59
    Imagem: Shutterstock

    De duas, uma: ou você tem miopia ou conhece alguém com essa condição. Afinal, estamos falando de um distúrbio visual bastante comum.

    A estimativa é de que, até 2050, cerca de metade da população mundial (aproximadamente 5 bilhões de pessoas) seja míope, conforme aponta um estudo publicado na revista científica Ophthalmology.

    O que é miopia?

    A miopia é um quadro caracterizado pela dificuldade de enxergar à distância. O indivíduo consegue ver os objetos mais próximos com nitidez, mas aqueles que estão mais longe parecem borrados.

    +LEIA MAIS: Astigmatismo: o que é, sintomas e tratamentos

    Em grande parte das pessoas, a miopia costuma surgir entre os 10 e os 21 anos de idade. No entanto, esse distúrbio pode se desenvolver a qualquer momento da vida – é possível, inclusive, nascer com o problema.

    Vale dizer que, especialmente no caso de crianças pequenas, é fundamental fazer exames e testes oftalmológicos mesmo que não haja nenhuma queixa. Como são novas, pode ser que elas não façam reclamações sobre a visão.

    Sintomas de miopia

    O embaçamento da visão para longe faz com que a pessoa esprema os olhos para tentar enxergar melhor, sendo esse um dos principais indicativos de miopia.

    O esforço para ver objetos distantes pode desencadear outros sintomas, como dor de cabeça, fadiga e sonolência.

    Causas

    Em termos técnicos, a miopia é classificada como uma ametropia – ou seja, um erro de refração. Na prática, isso significa que os raios de luz que entram no olho não são focalizados onde deveriam.

    Para um indivíduo enxergar bem, a luz precisa atravessar a córnea e o cristalino e, finalmente, ser focalizada na retina. Na miopia, os raios luminosos são focalizados antes do plano da retina.

    Isso acontece, geralmente, porque o olho de um míope é maior do que o usual. O olho humano normal tem cerca de 23,5 milímetros de comprimento (do centro da córnea até a retina). Se o olho de um paciente for 1 milímetro maior do que esse valor, ele pode ter uma miopia de aproximadamente 3 graus.

    Outras pessoas míopes podem ter o olho de tamanho normal, mas apresentar uma córnea excessivamente curva, o que também resulta em miopia.

    Não se sabe exatamente quais são as causas dessas duas alterações na estrutura ocular. Existem, porém, alguns fatores que aumentam o risco de alguém ter miopia.

    Os oftalmologistas sabem que a falta de exposição a ambientes abertos, principalmente na infância e na adolescência, contribui muito para o desenvolvimento da miopia.

    As hipóteses para explicar essa correlação são duas: em espaços abertos, nosso olho observa mais coisas à distância e, nesses ambientes, recebemos mais radiação violeta. As pesquisas mostram que o ideal, para a saúde ocular, seria passar cerca de 2 horas por dia (ou 14 horas semanais) em ambientes abertos.

    Também já é amplamente reconhecido o fato de que ter um pai ou uma mãe com miopia aumenta o risco de o filho apresentar o problema, especialmente se a família tiver descendência chinesa, japonesa ou coreana.

    Fora esses dois pontos que são comprovados por várias evidências bastante sólidas, há estudos que sugerem – com indícios menos robustos – que o risco de ter miopia pode crescer em indivíduos que usam telas (de tablets e smartphones, por exemplo) ou leem livros a uma distância pequena do rosto e em excesso.

    Tratamento

    O tratamento da miopia pode ser feito com óculos, lentes de contato ou cirurgia. Quem deve indicar a opção mais adequada para cada caso é o médico oftalmologista, responsável por identificar o distúrbio visual.

    O diagnóstico é feito em consultório, por meio de exames que avaliam o grau da miopia e a anatomia do olho como um todo.

    É importante que o profissional esteja atento também à pseudomiopia, que pode aparecer em decorrência do excesso de visualização de telas e de leitura próxima. Essa utilização intensa da visão para perto favorece o cansaço do olho e pode acarretar o surgimento de sintomas semelhantes aos da miopia, mas que desaparecem com o repouso.

    Uma vez excluída a pseudomiopia e confirmada a miopia, o oftalmologista prescreve óculos ou lentes de contato com o grau adequado para o paciente.

    Já a cirurgia de correção da miopia pode ser recomendada, no geral, para pacientes maiores de idade que estejam com o grau estabilizado e não tenham nenhuma doença da córnea. O procedimento é feito a laser e serve para pessoas que tenham até 9 graus de miopia.

    Fontes: Aníbal Mutti, chefe da equipe de oftalmologia do Hospital Nove de Julho e preceptor da Faculdade de Medicina do ABC; Wallace Chamon Alves de Siqueira, professor do Departamento de Oftalmologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e membro clínico voluntário da Universidade de Illinois em Chicago (UIC).

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