Palpitação: conheça as causas e riscos
Palpitação é a percepção de que os batimentos cardíacos estão acelerados ou irregulares. Ela pode ocorrer em situações normais ou ser causada por doenças.
Fonte: Cristiano Pisani, cardiologista do Hospital Nove de Julho
Nosso coração está sempre trabalhando: são cerca de 60 a 100 batimentos por minuto, que costumam passar despercebidos. Mas, às vezes, nós conseguimos sentir essas batidas cardíacas de maneira involuntária. Quando isso ocorre, chamamos de palpitação.
Neste artigo, você vai ler:
O que é palpitação?
Palpitação é um sintoma, uma percepção de que os batimentos cardíacos estão acelerados ou descompassados (irregulares).
Como é a sensação de palpitação?
As características da palpitação variam. Os batimentos podem estar acelerados, fortes, vibrantes ou sem ritmo. Eles podem ser sentidos na região do peito ou do pescoço, sendo mais comum notar batimentos acelerados no peito.
As pessoas podem detectar palpitações pela palpação do pulso. Basta posicionar o dedo indicador e o dedo médio logo no início do punho, na direção do polegar, onde fica a artéria radial.
Também é possível identificar palpitações por meio de relógios que medem a frequência cardíaca. Geralmente, valores acima de 100 batimentos por minuto (em repouso) configuram batimentos acelerados.
O que causa palpitação?
Diferentes fatores podem desencadear a palpitação. É comum que ela apareça durante a prática de exercícios físicos, por exemplo. Na maioria das vezes, esses casos são considerados normais desde que a palpitação não esteja acompanhada de outros sintomas e cesse após o fim do esforço.
A mesma lógica se aplica a situações nas quais o indivíduo está submetido a emoções intensas, como medo, estresse, ansiedade e dor.
Mas também existem outras causas de palpitação:
- Arritmias;
- Anemias;
- Pressão arterial baixa;
- Febre;
- Desidratação;
- Hipertireoidismo;
- Uso de alguns medicamentos e drogas (incluindo álcool, cafeína e nicotina);
- Mudanças hormonais que ocorrem na menstruação, na gravidez ou na menopausa.
Vale dizer que existem diferentes tipos de arritmias (distúrbios em que o coração não bate corretamente). Elas podem ser causadas por cardiopatias, ou então por doenças de outra natureza, podendo apresentar riscos pequenos ou grandes para o indivíduo.
Palpitação no coração é perigoso?
A palpitação por si só não é algo perigoso. No entanto, esse é um sintoma que revela a possibilidade de haver uma condição de saúde (ligada ou não a doenças no coração) a ser investigada. Por isso, todas as pessoas com palpitação devem se consultar com um cardiologista ou arritmologista.
Embora a recomendação de procurar um médico seja ampla, dois cenários merecem uma avaliação mais imediata:
- quando a palpitação ocorre em um indivíduo com cardiopatia estrutural (ou seja, com alguma doença conhecida na estrutura cardíaca);
- quando a palpitação vem acompanhada de desmaio, sensação de quase desmaio, dor no tórax ou falta de ar.
Nessas situações, o ideal é buscar um serviço de emergência para que um especialista analise o caso o quanto antes.
Diferença entre taquicardia e palpitação
Palpitação é a percepção de que os batimentos cardíacos estão acelerados ou descompassados. Já taquicardia é o ritmo cardíaco acelerado, que pode ou não ser percebido pelo indivíduo.
Apresentar palpitações ou taquicardia não necessariamente significa que a pessoa tem algum problema no coração e nem que esteja tendo um infarto.
Ambas as condições podem surgir em situações normais, como durante uma corrida ou ao subir uma escada. Nesses casos, o esperado é que os batimentos cardíacos voltem ao normal após o término do esforço.
Porém, palpitações e taquicardias também podem ter uma origem patológica — sendo, por isso, importante contar com uma avaliação médica.
Qual médico procurar?
Em casos de palpitação, o mais indicado é procurar um médico cardiologista ou arritmologista.
Para investigar as palpitações, geralmente são utilizados exames como:
- Eletrocardiograma – mede o ritmo dos batimentos cardíacos e a atividade elétrica do órgão enquanto o paciente está em repouso;
- Holter 24h – feito com um aparelho de eletrocardiograma portátil, serve para acompanhar a atividade cardíaca ao longo de 24 horas, enquanto o paciente segue com a própria rotina;
- Looper – exame no qual o paciente fica com um monitor por 15 dias e, quando tiver alguma palpitação, aperta um botão para que o aparelho faça o registro eletrocardiográfico;
- Teste ergométrico – analisa como o sistema cardiovascular reage ao esforço físico. É o eletrocardiograma realizado enquanto o paciente faz um exercício;
- Ecocardiograma – exame de imagem que ajuda a detectar a presença de alguma cardiopatia estrutural.