Pré-diabetes: sintomas, causas e tratamento
Tratamento é extremamente importante para minimizar o risco de diabetes tipo 2
O pré-diabetes é o estágio que precede a diabetes tipo 2. Hoje, no Brasil, temos cerca de 15 milhões de diabéticos, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF).
O diabetes, vale esclarecer, é uma doença metabólica marcada por altas taxas de açúcar no sangue. Esse excesso surge quando há algum problema relacionado à insulina, hormônio que ajuda a glicose a sair da corrente sanguínea e entrar nas células.
Neste artigo, você vai ler:
No diabetes tipo 2, que é a mais comum, o corpo não aproveita a insulina de forma apropriada ou não consegue produzir insulina o bastante, resultando em uma glicemia aumentada.
Já no diabetes tipo 1, a hiperglicemia é causada por um distúrbio do sistema imunológico, que promove uma destruição das células do pâncreas responsáveis pela produção da insulina.
O que é pré-diabetes?
O pré-diabetes é uma condição na qual os níveis de glicose no sangue são considerados anormais. Nesse quadro, há mais açúcar circulando na corrente sanguínea do que o adequado, mas ainda não se registra uma quantidade alta o suficiente para ser caracterizada como diabetes.
A glicemia (açúcar no sangue) de uma pessoa sem diabetes, em jejum, deve ser no máximo 100 mg/dL. Para diagnosticar diabetes, deve estar acima de 126 mg/dL em jejum. O pré-diabetes, portanto, corresponde a valores entre 100 mg/dL e 126 mg/dL em jejum.
A principal complicação atrelada à pré-diabetes é o maior risco de desenvolver diabetes tipo 2, uma doença crônica séria que, se não tratada, pode prejudicar vários órgãos – os olhos, os rins, os pés e o coração, por exemplo.
Além disso, como o pré-diabetes é capaz de afetar nervos e artérias, o paciente pode ficar mais vulnerável a doenças cardiovasculares, infartos e AVCs.
Quais são os sintomas do pré-diabetes?
O pré-diabetes é uma doença silenciosa, já que, nessa condição, a glicemia não está tão elevada a ponto de gerar manifestações no organismo.
No entanto, algumas pessoas com pré-diabetes podem notar o escurecimento da pele nas axilas ou nas laterais do pescoço.
A maioria dos pacientes, porém, é assintomática. Por isso, muitas vezes o diagnóstico da pré-diabetes é feito quando surge um problema mais grave decorrente desse quadro (como a própria diabetes tipo 2).
O pré-diabetes é detectada por meio de um exame de sangue. No exame de glicemia em jejum, o resultado entre 100 mg/dL e 126 mg/dL indica a doença.
Ainda podem ser utilizados para o diagnóstico do pré-diabetes o exame de hemoglobina glicada e o teste oral de tolerância à glicose (também chamado de exame da curva glicêmica).
No caso de pessoas que apresentam maior propensão a desenvolver a doença, pode ser interessante consultar um especialista e avaliar a necessidade de realizar exames de rastreamento.
Os principais fatores de risco para pré-diabetes incluem:
- Obesidade;
- Ter pais ou irmãos com diabetes tipo 2;
- Antecedente de diabetes gestacional;
- Ter 45 anos ou mais;
- Hipertensão;
- Síndrome do ovário policístico.
Tratamento para pré-diabéticos
O tratamento do pré-diabetes é extremamente importante para minimizar o risco de diabetes tipo 2. Ele é pautado, basicamente, por um estilo de vida saudável.
O paciente deve adotar bons hábitos a longo prazo, praticando atividades físicas regularmente e aderindo a uma alimentação natural, diversificada e equilibrada.
Pré-diabetes tem cura?
Pode haver reversão, sendo possível alcançar um controle metabólico. Com dieta equilibrada e exercícios, o paciente pode atingir índices normais de glicose e insulina, e não necessariamente evoluir para diabetes.
Ou seja, é possível reverter o pré-diabetes, assim evitando ou retardando o desenvolvimento de diabetes 2.
As chances de isso acontecer dependem de características individuais de cada paciente, mas, de forma geral, elas são maiores quando o tratamento é adotado em um estágio inicial da doença.
Dieta para pré-diabetes
Manter hábitos saudáveis é fundamental para a melhora da qualidade de vida de qualquer paciente – e com os pré-diabéticos não é diferente.
Além de fazer atividades físicas com frequência, essas pessoas precisam ter um cuidado a mais com a alimentação. E tudo isso deve ser persistente, não somente temporário.
Embora não exista um único cardápio ideal para todos que têm pré-diabetes, é bom ter em mente o básico: evitar o excesso de açúcar, gordura e álcool e priorizar alimentos naturais e integrais – como grãos, legumes, verduras e frutas.
Fonte: Roberta Frota Villas-Boas, endocrinologista do Hospital Nove de Julho.