Sarcoma de Kaposi: o que é e feito o tratamento?
Condição é mais comum em pessoas com o sistema imunológico comprometido
O sarcoma de Kaposi é um tipo raro de câncer de pele que está relacionado ao enfraquecimento do sistema imunológico. Apesar de ser mais prevalente em pessoas imunossuprimidas (com o sistema imunológico enfraquecido ou em tratamento com imunossupressores), o sarcoma de Kaposi pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sua condição de saúde.
Siga a leitura e saiba mais sobre o sarcoma de Kaposi, seus sintomas, causas e formas de tratamento.
Neste artigo, você vai ler:
O que é sarcoma de Kaposi?
O sarcoma de Kaposi é um câncer de pele que causa uma série de manchas e inchaços em várias partes da pele.
O que causa sarcoma de Kaposi?
O sarcoma de Kaposi é causado por um subtipo de vírus da família do herpes vírus chamado HHV8 ou KSHV, Kaposi sarcoma herpes vírus. E, embora sejam da mesma família, o HHV8 que causa o sarcoma de Kaposi não causa herpes simples labial ou herpes simples genital.
Apesar de ser o responsável pelo surgimento desse tumor, apenas a infecção pelo vírus HHV8 não é suficiente para o desenvolvimento da doença. Na verdade, a condição é mais comum em pessoas imunossuprimidas, ou seja, pessoas com sistema imunológico enfraquecido ou em tratamento com imunossupressores.
Qual é a relação entre sarcoma de Kaposi e HIV?
A relação do sarcoma de Kaposi com o HIV ocorre devido à sua prevalência aumentada em pacientes com essa condição. Nesse sentido, é importante destacar que existem diferentes formas deste câncer:
- Sarcoma de Kaposi clássico: forma rara e que não está ligada ao HIV. Surge em pessoas saudáveis, geralmente idosos. É um tipo mais lento e menos agressivo.
- Sarcoma de Kaposi endêmico: ocorre principalmente em áreas específicas da África Equatorial, não está associado à imunossupressão e afeta mais frequentemente jovens e crianças.
- Sarcoma de Kaposi relacionado ao HIV: tornou-se mais comum com a disseminação do HIV a partir da década de 1980. Afeta predominantemente homens. É mais agressivo e pode ocorrer em pessoas de qualquer faixa etária, mas é mais comum em adultos jovens. Ao contrário da forma clássica, o sarcoma de Kaposi no HIV pode ser uma doença de rápida evolução e de mortalidade significativa.
Enquanto o sarcoma de Kaposi clássico e o endêmico não estão ligados à imunossupressão, o sarcoma de Kaposi relacionado ao HIV está intimamente associado à condição e ao sistema imunológico comprometido.
Quais são os sintomas de sarcoma de Kaposi?
O envolvimento da pele é o sintoma mais característico e comum; as lesões acometem principalmente os membros inferiores, a face, a mucosa oral e a genitália. São lesões que variam entre manchas e nódulos violáceos, amarronzados, arroxeados, que podem ser assintomáticas ou não.
Além dessas típicas lesões de pele, em pacientes com HIV é comum o acometimento da mucosa oral. O palato e a gengiva são muitas vezes afetados também.
Como é feito o diagnóstico?
A suspeita deve ser clínica, ou seja, partir do exame dermatológico levando em consideração os fatores de risco como pacientes com HIV, imunossupressão e de áreas geograficamente endêmicas. Para a confirmação do diagnóstico, é realizada a biópsia de pele.
Sarcoma de Kaposi tem cura? Como é feito o tratamento?
Sim. No tipo clássico e endêmico, o tratamento inclui quimioterapia e radioterapia conforme o estágio e a localização do tumor.
No sarcoma relacionado ao HIV ou imunossupressão, o principal objetivo é restabelecer o sistema imune, o que consiste em uma terapia antirretroviral, ajudando a restaurar o sistema imunológico.
Atualmente, com o tratamento bastante efetivo dos antirretrovirais no controle do HIV, o Kaposi nessa população não costuma mais ser um tumor tão agressivo como era antes nas décadas de 1980 e 1990.
Qual médico procurar?
O ideal é que o paciente seja acompanhado por uma equipe de profissionais, o que inclui um infectologista e um dermatologista. Caso necessário, será feito o encaminhamento para um oncologista para auxiliar na prescrição da quimioterapia ou radioterapia.
Fonte: Dra. Maria das Graças Leto, dermatologista da clínica AMO