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    Síndrome de Guillain-Barré: entenda a doença

    Doença tem causa autoimune e pode ser desencadeada por infecções comuns, como a gripe; conheça mais sobre ela

    Por Danielle SanchesPublicado em 16/08/2023, às 09:00 - Atualizado em 11/04/2024, às 19:05

    guillain barre

    A síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio autoimune considerado grave e raro. Ela acontece quando as defesas do corpo atacam parte do sistema nervoso periférico, prejudicando os nervos e músculos afetados. 

    O resultado é uma importante falta de reflexos e força muscular, prejudicando os movimentos e a qualidade de vida de quem desenvolve o quadro.  

    A estimativa do Ministério da Saúde é que a síndrome de Guillain-Barré acometa até 4 pessoas por 100 mil habitantes todos os anos. O diagnóstico geralmente ocorreem indivíduos de 20 a 40 anos. Continue a leitura para saber mais sobre a doença. 

    O que é síndrome de Guillain-Barré? 

    A síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio autoimune considerado grave e raro. Ela acontece quando o próprio sistema imunológico não reconhece o sistema nervoso periférico e passa a atacar suas células, prejudicando os nervos e músculos afetados.  

    Isso causa fraqueza muscular e perda dos reflexos profundos – um quadro que tem como característica típica começar em membros inferiores e “subir”, ou seja, seguir evoluindo em sentindo ascendente.  

    A síndrome, portanto, prejudica os movimentos e tem grande impacto na qualidade de vida de quem a desenvolve.  

    Uma das complicações mais temidas da doença é o acometimento da musculatura respiratória, o que pode levar o paciente a quadros mais graves, como a insuficiência respiratória. 

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    O que causa a síndrome de Guillain-Barré? 

    As causas exatas da síndrome de Guillain-Barré não são conhecidas e não há como prever se crianças ou adultos têm mais risco de desenvolver o quadro.  

    No entanto, sabe-se que, na maioria dos casos, a pessoa teve uma infecção semanas antes de manifestar o problema. O patógeno mais comum relacionado à doença é a bactéria Campylobacter jejuni, conhecida por causar quadros de gastroenterite severa com diarreia e vômitos.  

    Outros patógenos associados ao desenvolvimento da doença são: 

    • Zika vírus; 
    • Dengue; 
    • Sarampo; 
    • HIV; 
    • Chikungunya; 
    • Citomegalovírus; 
    • Influenza A; 
    • Enterovírus D68; 
    • Vírus da hepatite A, B e C; 
    • Vírus Epstein-Barr (causador da mononucleose). 

    Quais são os sintomas de Guillain-Barré? 

    A maioria dos pacientes acometidos pela síndrome de Guillain-Barré começa inicialmente a manifestar sensação de dormência ou queimação nos pés, nas pernas, nas mãos e nos braços (nessa ordem). Outros sintomas conhecidos da doença são: 

    • Dor lombar; 
    • Dor nas pernas; 
    • Fraqueza progressiva (primeiro nas extremidades dos membros inferiores, podendo subir para membros superiores, abdômen, cabeça e pescoço); 
    • Fraqueza facial; 
    • Diminuição dos reflexos musculares; 
    • Alterações de sensibilidade na pele (em casos mais raros); 
    • Dificuldade de movimentação e perda de coordenação motora.
       

    Quais complicações a doença pode causar? 

    O principal risco da síndrome de Guillain-Barré é a paralisia ou perda de força dos músculos que envolvem a respiração. Nesse caso, a síndrome pode levar o paciente a um quadro de insuficiência respiratória, que, quando não tratada, pode resultar em morte, já que prejudica órgãos vitais do corpo como pulmão e coração. 

    Outros problemas que podem envolver a paralisia desses músculos são a pneumonia aspirativa, embolia pulmonar, arritmias cardíacas e quadros infecciosos. 

    Por fim, há a possibilidade de que a recuperação dos sintomas leve alguns meses, mas, em alguns casos, os danos são permanentes.   

    Como é feito o diagnóstico da síndrome de Guillain-Barré? 

    O diagnóstico depende de uma história clínica compatível, associada a achados típicos no exame físico do paciente (perda de força de caráter ascendente e perda dos reflexos profundos), junto com achados de exames complementares.  

    Em geral, em casos de suspeita de síndrome de Guillain-Barré, recomenda-se a análise do líquor, além da realização eletroneuromiografia – nome dado ao exame que avalia a condução dos nervos. 

    Em algumas situações específicas, pode-se ainda solicitar exames de imagem, como ressonância de coluna lombar, para apoio no diagnóstico e descartar outras causas. 

    Qual é o tratamento para doença de Guillain-Barré? 

    O tratamento da síndrome de Guillain-Barré visa neutralizar os anticorpos produzidos pelo corpo. Dependendo da severidade da doença, o tratamento pode ajudar a devolver a função muscular através da recuperação da força motora.  

    Ainda dependendo de cada caso, muitos pacientes conseguem ficar sem sequelas da doença. É fundamental, junto do acompanhamento médico, o suporte de equipe multiprofissional, com fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais para otimizar o processo de reabilitação. 

    Surto de Guillain-Barré no Peru pode chegar ao Brasil? 

    De acordo com o Ministério da Saúde, o risco para o surto chegar ao país é considerado baixo. Isso porque a doença não é transmissível. No entanto, o governo segue monitorando a situação no Peru. 

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    Fonte: Dra. Letícia Costa Rebello, head de Neurologia Dasa no Hospital Brasília

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