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    Síndrome de Patau: o que é a trissomia do cromossomo 13?

    Causada por um erro na divisão celular, a síndrome não tem cura. Os cuidados buscam oferecer conforto e qualidade de vida ao bebê

    Fonte: Dr. Gustavo Guida Godinho da FonsecaGeneticista e Coordenador médico da Triagem Neonatal da DasaPublicado em 09/09/2025, às 11:54 - Atualizado em 09/09/2025, às 11:54

    sindrome de patau

    Durante o pré-natal, alguns exames investigam a possibilidade de condições genéticas. E uma delas é a Síndrome de Patau, uma alteração no número de cromossomos do feto. 

    Também conhecida como trissomia do cromossomo 13, a condição é considerada grave. Embora seja rara, é importante entender o que está por trás dessa alteração genética, seus sinais e como ela pode ser detectada.

    Síndrome de Patau: o que é? 

    A síndrome de Patau é uma condição genética rara e grave que acontece quando uma pessoa nasce com uma cópia extra do cromossomo 13 em suas células. Em vez de ter duas cópias, como é o normal, ela tem três. Por isso, a síndrome também é chamada de trissomia do cromossomo 13. 

    Essa cópia adicional afeta profundamente o desenvolvimento do bebê. As alterações começam desde a formação do feto no útero, e resultam em múltiplas malformações e problemas de saúde. Na maioria dos casos, infelizmente, o bebê não sobrevive ao primeiro ano de vida. 

    Características da Síndrome de Patau 

    Geralmente, os bebês com a síndrome apresentam malformações graves no cérebro e no coração. Também são frequentes as fendas no lábio ou no céu da boca. 

    Muitos nascem com baixo peso e apresentam um crescimento lento. Além dos problemas mais graves, outras características podem estar presentes, como: 

    • Microcefalia (cabeça com tamanho menor que o normal). 
    • Holoprosencefalia (uma malformação em que o cérebro não se divide corretamente). 
    • Distância reduzida entre os olhos. 
    • Olhos pequenos (microftalmia) ou ausência de um ou ambos os olhos. 
    • Orelhas malformadas e em uma posição mais baixa. 
    • Dedos extras nas mãos ou nos pés (polidactilia). 
    • Defeitos na parede do abdômen, com exposição de órgãos. 
    • Problemas nos rins, como a formação de cistos. 

    O que causa a síndrome de Patau? 

    A principal causa da síndrome é um erro durante a divisão celular. Isso acontece de forma aleatória na formação do óvulo ou do espermatozoide. Ou seja, não é algo que os pais fizeram ou deixaram de fazer. 

    Esse erro leva à presença do cromossomo 13 extra, sendo que a forma mais comum é a chamada “trissomia livre”, em que todas as células do corpo têm a cópia extra.  

    Em casos mais raros, a síndrome pode ser causada por: 

    • Translocação Robertsoniana: uma cópia do cromossomo 13 se liga a outro cromossomo, gerando um novo cromossomo que é a fusão dos 2 originais. O bebê ainda tem duas cópias normais do 13, mas recebe material genético extra. A translocação é o único caso em que a trissomia do 13 pode ser herdada, sendo de extrema importância a avaliação dos pais. 
    • Mosaicismo: o erro na divisão celular surge após a fecundação. Nesse caso, apenas algumas células do corpo têm a trissomia, enquanto outras são normais. 

    Como detectar o risco para síndrome de patau durante a gravidez? 

    A síndrome de Patau pode ser rastreada na gravidez. Mas é importante entender que rastrear não é o mesmo que diagnosticar. Os exames de rastreio servem para detectar um risco aumentado para a condição. 

    Esse rastreamento é feito com exames não invasivos como o ultrassom morfológico. Realizado no primeiro e segundo trimestres, ele avalia a formação do bebê. O médico procura por marcadores que possam sugerir uma síndrome, como malformações.  

    Outra ferramenta importante é o NIPT (Teste Pré-Natal Não Invasivo), exame que analisa fragmentos de DNA do feto que circulam no sangue da mãe. Ele consegue rastrear o risco para trissomias, como a de Patau, a partir da décima semana de gestação com alta sensibilidade. 

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    Exames que auxiliam no diagnóstico da síndrome de Patau 

    Se os exames de rastreio indicam um alto risco, o médico pode sugerir um exame de diagnóstico invasivo, o cariótipo. Este exame é uma espécie de fotografia dos cromossomos. Ele permite a contagem e a análise da estrutura deles, identificando a cópia extra do cromossomo 13. 

    Para fazer o cariótipo na gestação, é preciso coletar material do feto. E isso é feito por meio de dois procedimentos: 

    • Amniocentese: coleta de uma pequena amostra do líquido amniótico. 
    • Biópsia de vilo corial: retirada de um fragmento da placenta.

    O diagnóstico invasivo durante a gravidez também pode ser realizado com outras técnicas de teste genético, como FISH, PCR ou Array, que analisam o material genético de forma mais rápida ou detalhada. 

    Esses outros testes genéticos são realizados a partir da mesma amostra de líquido amniótico ou de placenta coletada para o cariótipo. A diferença está na abordagem.  

    A análise de microarranjos (Array), por exemplo, é considerada um “cariótipo molecular” de alta resolução. Ela faz uma varredura detalhada do DNA, o que pode identificar alterações genéticas menores que não seriam visíveis no exame convencional. 

    Testes Pré-implantacionais nos casos da Fertilização in vitro 

    Para casais que recorrem à Fertilização in Vitro (FIV), existe a opção do teste genético pré-implantacional (PGT). Esse exame é feito no embrião antes que ele seja transferido para o útero, sendo uma uma forma de rastrear alterações cromossômicas. 

    O exame específico para este fim é o PGT-A. A sigla significa “Teste Genético Pré-Implantacional para Aneuploidias”. Ele analisa o número de cromossomos nos embriões formados em laboratório e seleciona aqueles que não apresentam alterações numéricas, como a trissomia 13.  

    Dessa forma, aumentam-se as chances de uma gravidez saudável.

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    Tratamentos para a síndrome de Patau 

    Não existe uma cura para a síndrome de Patau. Por ser uma condição cromossômica, ela não pode ser revertida. Por isso, o tratamento é focado em cuidados paliativos. 

    O objetivo principal é oferecer conforto e a melhor qualidade de vida possível ao bebê. Para isso, o acompanhamento é feito por uma equipe médica multidisciplinar.  

    O tratamento inclui suporte para as dificuldades de respiração e alimentação e, em alguns casos, cirurgias para corrigir problemas específicos, como os cardíacos, e, assim, aliviar sintomas e melhorar o bem-estar do bebê.

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