Sintomas de febre maculosa: como diagnosticar e tratamento

Fonte: Alberto Chebabo, presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e infectologista de Dasa.

Na maioria das vezes, os sintomas da febre maculosa surgem em até 7 dias após a contaminação; mas esse período pode chegar 14 dias.

A doença é uma infecção provocada por bactéria do gênero Rickettsia e transmitida por meio da picada do carrapato-estrela, que vive em áreas de pasto ou floresta e se alimenta do sangue de animais de grande porte como cavalos, bois, vacas e capivaras.

Se tratada de forma precoce, a infecção evolui de forma benigna e sem grandes problemas. No entanto, a demora no início do tratamento pode causar quadros graves e levar à morte. Continue a leitura para saber mais sobre os sintomas e tratamentos da febre maculosa.

Sintomas de febre maculosa: quais são?

A febre maculosa pode ser considerada uma febre hemorrágica. Quando a bactéria entra na circulação sanguínea, ela provoca um quadro chamado vasculite – uma inflamação na camada interna dos vasos.

Em sua fase inicial, a febre maculosa apresenta sintomas muito parecidos com os de outras doenças, como a dengue. Confira:

• Febre alta;
• Dores no corpo;
• Dor de cabeça;
• Falta de apetite;
• Fadiga;
• Diarreia e dor abdominal;
• Náuseas e vômitos.

Com a evolução do quadro e em fase mais grave, é comum o surgimento de manchas vermelhas no corpo e que podem aumentar de tamanho.

Quanto tempo duram os sintomas de febre maculosa?

Os sintomas provocados pela febre maculosa duram cerca de uma semana.

O que fazer ao sinal dos primeiros sintomas de febre maculosa?

Se o indivíduo se expôs em áreas em que o carrapato-estrela é encontrado e passar a apresentar sintomas, é importante buscar atendimento médico rapidamente e informar ao médico sobre isso, para que o tratamento seja iniciado imediatamente.

Como prevenir a febre maculosa?

A principal forma de evitar a febre maculosa é não se expor em áreas em que o carrapato-estrela vive. Geralmente, são regiões de mata ou de pasto em que vivem animais como bois, vacas, cavalos e capivaras.

Por isso, é importante observar placas de sinalização ou se informar com moradores locais e guias quando for realizar atividades ao ar livre, como caminhadas em trilhas ou atividades em fazendas, por exemplo.

Caso a área seja de risco, é importante:

• Aplicar repelente (que tem menos eficácia para os carrapatos, mas ainda assim, considerado protetivo);
• Usar calças compridas e com a boca fechada por elástico;
• Usar roupas claras para facilitar enxergar caso o carrapato tente se agarrar;
• Ao voltar da atividade, durante o banho, observar todo o corpo, especialmente áreas de dobra (virilha, axilas) para garantir que não há nenhum carrapato preso ao corpo.

Se algum carrapato for encontrado no corpo, é importante remover o animal com cuidado para não esmagá-lo – isso faz com que ele injete um volume maior de bactérias, caso esteja mesmo contaminado.

Também é importante buscar auxílio médico rapidamente se aparecerem sintomas após exposição em áreas onde o carrapato-estrela é encontrado.

Como é o diagnóstico de febre maculosa?

O diagnóstico da febre maculosa é feito de forma clínica por meio da avaliação dos sintomas e do histórico de exposição do indivíduo às áreas de risco, como matas e fazendas.

Pode-se também pedir exames de sangue para confirmar o diagnóstico; no entanto, a orientação é iniciar o tratamento mesmo sem a confirmação laboratorial para garantir o tratamento precoce e maiores chances de recuperação.

Como é o tratamento?

O tratamento para a febre maculosa é feito com antibiótico específico para combater a bactéria Rickettsia.

No entanto, ele deve ser administrado nos primeiros dois ou três dias de infecção, quando o quadro infeccioso ainda é reversível. Na maioria dos casos, a partir do sétimo dia da doença, as lesões causadas pela infecção se tornam muito graves e levam a pessoa à morte.