Tosse com catarro: por que acontece e como tratar o problema?
Febre, chiado no peito ou sangue na secreção são sintomas que exigem avaliação médica imediata

A tosse com catarro, também chamada de tosse produtiva, é um sintoma bastante comum, especialmente no outono e no inverno. Ela é uma tentativa do corpo de limpar as vias aéreas e expulsar vírus, bactérias ou outra coisa que esteja irritando a região.
Na maioria dos casos, a tosse é sintoma de um quadro mais simples, como um resfriado. Mas e quando ela não passa? Ou quando a cor do catarro muda ou outros sintomas, como febre e cansaço, aparecem juntos? Esses podem ser sinais de que algo mais sério está acontecendo.
Neste artigo, você vai ler:
Tosse com catarro: principais causas
A tosse produtiva geralmente é causada por infecções virais. Ou seja: resfriados, gripes e bronquites agudas. Nesses casos, o corpo produz mais muco para se defender e a tosse entra em ação para eliminá-lo.
Infecções por bactérias, como pneumonias, também estão entre as causas frequentes. Mas, além delas, outras condições de saúde podem apresentar a tosse como sintoma:
- Doenças crônicas: asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são exemplos.
- Refluxo gastroesofágico: a acidez do estômago pode atingir e irritar as vias aéreas.
- Exposição contínua à fumaça de cigarro ou poluição.
- Alergias à poeira, pólen e pelos de animais.
Além disso, a tuberculose é uma infecção bacteriana grave que tem a tosse persistente como um de seus principais sintomas.
Respiração com chiado e tosse com catarro
Ouvir um chiado no peito ao respirar junto com a tosse produtiva é um sinal de alerta. Essa combinação frequentemente está associada à bronquite ou à asma. Na bronquite, os brônquios, que levam o ar aos pulmões, ficam inflamados.
Já na asma, essa inflamação é crônica. E a presença de um gatilho alérgico, infeccioso ou ainda mudanças das condições climáticas, só para citar alguns exemplos, pode piorar o quadro, gerando o chiado e a tosse.
Tosse com catarro há mais de uma semana
Uma tosse que não vai embora é chamada de persistente ou crônica. Mas o marco para essa definição é uma duração superior a oito semanas. A tosse é considerada aguda quando dura até quatro semanas e, subaguda, de quatro a oito semanas.
A persistência pode indicar desde uma alergia não controlada até quadros mais complexos, como bronquite crônica, tuberculose ou até mesmo câncer de pulmão. Por isso, se a tosse não melhorar, a avaliação médica é indispensável.
O que a cor do catarro pode indicar?
A cor da secreção pode oferecer algumas pistas, mas é preciso cuidado com as conclusões. Um estudo da Universidade de Pittsburgh, publicado no periódico científico JAMA, mostrou que a cor do catarro não é um fator decisivo para o uso de antibióticos. Ainda assim, as tonalidades podem ajudar a entender o que acontece no corpo.
Um catarro verde ou amarelado, por exemplo, geralmente aponta para uma infecção bacteriana. A cor é resultado da ação das células de defesa do corpo combatendo os microrganismos.
Já uma secreção mais clara ou branca costuma estar ligada a quadros virais, alérgicos ou irritativos. Em fumantes, o catarro pode se tornar mais escuro.
É possível prevenir a tosse com catarro?
É possível adotar medidas para reduzir o risco. E a prevenção passa principalmente por evitar as doenças que causam a tosse. Algumas medidas simples fazem a diferença:
- Lave as mãos com frequência.
- Mantenha a vacinação em dia, especialmente contra a gripe e a pneumonia, além de outras já disponíveis, como contra o vírus sincicial respiratório.
- Beba bastante água para manter as vias aéreas hidratadas.
- Evite o contato próximo com pessoas que estejam doentes.
- Use máscaras em ambientes com muita poeira ou poluentes.
Além disso, para cuidar da saúde pulmonar, é essencial não fumar e evitar o fumo passivo.
Quando a tosse com catarro pode ser preocupante?
A tosse com catarro se torna preocupante – e exige investigação médica imediata -quando vem acompanhada de sinais como:
- Febre alta e persistente;
- Dificuldade para respirar ou sensação de falta de ar, que podem indicar saturação baixa de oxigênio;
- Sangue no catarro (hemoptise);
- Cansaço excessivo;
- Dores no peito.
Qual médico procurar?
Para adultos, o médico mais indicado para investigar uma tosse persistente é o pneumologista, o especialista em doenças do sistema respiratório. Já em casos de suspeita de sinusite associada ao catarro verde, um otorrinolaringologista também pode ser consultado
No caso das crianças, o primeiro passo é sempre levá-las ao pediatra. Este profissional fará a avaliação inicial e, caso necessário, deve encaminhar o paciente para um especialista.
Algumas vezes, especialmente nas tosses agudas em indivíduos vulneráveis a doenças mais graves, como crianças e idosos, o paciente deve procurar um médico na emergência. É importante lembrar que a automedicação nunca é recomendada, especialmente para crianças pequenas e idosos.
Exames indicados para identificar as causas para a tosse com catarro
Depois da consulta, o médico pode solicitar alguns exames, e o raio-X de tórax costuma ser um dos primeiros, pois oferece uma visão geral dos pulmões.
Se a suspeita for de algo mais complexo, ele pode pedir uma tomografia computadorizada de tórax, que gera imagens mais detalhadas da região.
Além deles, também podem ser solicitados:
- Espirometria: também conhecido como prova de função pulmonar, mede a capacidade dos pulmões.
- Exames de sangue, que ajudam a verificar a presença de infecções ou inflamações.
- Cultura de escarro, que analisa uma amostra do catarro para identificar bactérias.
Vale mencionar ainda o IGRA. Este exame de sangue serve para identificar a infecção por tuberculose. Ele é muito útil para detectar a bactéria mesmo quando ela está “adormecida” no corpo (infecção latente). Sua principal vantagem é que o resultado não é afetado pela vacina BCG, tornando o diagnóstico mais preciso.
Formas de tratamento para a tosse com catarro?
O tratamento depende diretamente da causa do problema. Para infecções virais, como gripes e resfriados, o foco é aliviar os sintomas. Isso inclui repouso e, principalmente, uma boa hidratação. Beber bastante água ajuda a fluidificar o catarro, facilitando sua eliminação. Nos casos de infecções bacterianas, o tratamento inclui antibiótico. Nas outras doenças, como no refluxo gastroesofágico, a condição de base deve ser tratada para a melhora da tosse.
Para aliviar o desconforto, ter um umidificador de ar no quarto e fazer limpeza nasal frequentemente com soro fisiológico podem ajudar.
Dependendo do quadro, o médico pode prescrever analgésicos para o alívio da dor de garganta e antitérmicos, para o controle da febre. Os corticoides e broncodilatadores também são muito prescritos pelos pneumologistas em algumas situações.