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Tumor cerebral: conheça os principais sintomas e as perspectivas de cura

Entenda como o tumor cerebral pode se manifestar e o papel dos exames genéticos no tratamento

Fonte: Dr. Diogo Goulart CorreaNeurorradiologistaPublicado em 10/07/2025, às 17:52 - Atualizado em 10/07/2025, às 17:52

tumor cerebral

Entenda como o tumor cerebral pode se manifestar e o papel dos exames genéticos no tratamento 

Nem todo tumor cerebral é maligno, mas uma boa parte é – e a porcentagem de malignidade depende do tipo de tumor nessa região do nosso corpo.  

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 11 mil novos casos de câncer do sistema nervoso central (SNC) – que engloba cérebro e medula espinhal – a cada ano. E o tumor cerebral corresponde a 85-90% deles. 

Se você ou alguém que você conhece se deparou com sintomas sugestivos desse tipo de tumor, receber informação de qualidade sobre a doença faz toda a diferença. Siga a leitura e saiba mais sobre os sinais, o processo de diagnóstico e as formas de tratamento de um tumor cerebral.

 

Tumor cerebral: o que é? 

Um tumor cerebral é uma massa de células que cresce de forma anormal no cérebro ou em suas proximidades. Essa proliferação descontrolada pode acontecer dentro do tecido cerebral ou em estruturas vizinhas. 

Tumores cerebrais podem ser benignos ou malignos. Os benignos, geralmente, crescem mais devagar e não se espalham para outras partes do corpo. Podem causar danos algumas vezes pela expansão local. Já os malignos são considerados cânceres. E estes têm a capacidade de crescer rapidamente e invadir tecidos próximos.  

Mesmo um tumor benigno pode causar problemas, pois ocupa espaço e pode pressionar áreas importantes do cérebro. 

Tipos de tumor cerebral 

A classificação do tumor cerebral depende principalmente do tipo de célula de onde ele se originou e de seu comportamento. E podemos classificá-los em dois grupos principais: 

  • Primários: começam diretamente nas células do cérebro ou em estruturas próximas, como membranas ou nervos. Eles se desenvolvem sem que haja um câncer em outra parte do corpo. 
  • Secundários (metastáticos): são tumores que se originam em outros órgãos do corpo, como pulmão ou mama. E as células cancerosas viajam pela corrente sanguínea e se instalam no cérebro. É um câncer que se espalhou. 

E dentro dos grupos descritos acima, há subtipos importantes como: 

  • Gliomas: surgem das células gliais, que são um tipo de célula de suporte no cérebro. Incluem astrocitomas, oligodendrogliomas e ependimomas. O glioblastoma é um tipo de glioma. 
  • Glioblastoma: é o tipo mais comum e agressivo de tumor cerebral primário em adultos. Ele cresce muito rápido e é difícil de tratar. 
  • Meningiomas: formam-se nas meninges, as membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Geralmente, são tumores benignos. Eles crescem devagar. 
  • Meduloblastomas: são mais frequentes em crianças. Eles nascem no cerebelo. 

Principais causas 

As causas exatas do tumor cerebral nem sempre são conhecidas, mas sabe-se que a genética desempenha um papel relevante. Isso porque mutações genéticas (alterações no DNA das células) podem levar ao crescimento descontrolado destas células. E pessoas com certas síndromes genéticas hereditárias têm um risco maior de desenvolverem tumores, inclusive cerebrais. 

A exposição prévia à radiação também é um fator de risco importante. Pacientes que receberam radioterapia na cabeça no passado podem ter uma chance maior de desenvolver um tumor cerebral. Isso acontece porque a radiação pode alterar as células. 

Outros fatores, como um sistema imunológico enfraquecido ou o tabagismo, também podem influenciar. No entanto, muitas vezes o tumor aparece sem uma causa aparente. 

Sintomas de um tumor cerebral 

Os sintomas de um tumor cerebral dependem do tamanho do tumor, da sua localização e da velocidade de crescimento. Uma dor de cabeça persistente e diferente do usual é um sinal comum. Mas outros sintomas frequentes são: 

  • Dores de cabeça fortes e que não melhoram com analgésicos comuns. 
  • Crises convulsivas em pessoas que nunca tiveram antes. 
  • Alterações na visão, como visão turva ou dupla. 
  • Vômitos e náuseas sem uma causa aparente, sem relação com alimentos. 
  • Problemas de equilíbrio ou coordenação. 
  • Dificuldades na fala ou para encontrar palavras. 

Outros sinais que podem surgir são: 

  • Mudanças na personalidade ou no comportamento. 
  • Fraqueza ou dormência em um braço ou uma perna. 
  • Dificuldade de concentração ou problemas de memória. 
  • Tontura constante. 
  • Problemas de audição. 
  • Hipersonia: sonolência excessiva durante o dia. Isso porque tumores cerebrais podem afetar as áreas do cérebro que controlam o sono.

Se você notar algum desses sintomas, principalmente se forem persistentes, procure um médico.  

Como é feito o diagnóstico? 

O diagnóstico do tumor cerebral começa com um exame físico e neurológico. Neste momento, o médico quer entender a gravidade e a natureza dos sinais apresentados. Então, exames de imagem podem ser solicitados e a ressonância magnética (RM) é o mais detalhado para o cérebro. Ela cria imagens em alta resolução que ajudam a localizar o tumor, determinar seu tamanho e como ele afeta as estruturas próximas. 

A tomografia computadorizada (TC) fornece imagens transversais do cérebro, e pode ajudar a identificar tumores, porém com uma sensibilidade menor que a RM. 

Depois que uma massa suspeita é identificada, a biópsia é o próximo passo. Neste procedimento cirúrgico, uma pequena amostra do tumor é retirada e enviada para análise em laboratório. E esta análise confirma o tipo exato de tumor, determinando se é benigno ou maligno.  

Em alguns casos, exames de sangue também podem ser solicitados. Eles ajudam a descartar outras condições e também buscar marcadores tumorais específicos.

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Como os exames genéticos podem auxiliar? 

Os exames genéticos analisam as características moleculares e genéticas das células tumorais. São testes que identificam mutações específicas no DNA do tumor que podem indicar a agressividade da doença. Podem ainda prever como o tumor responderá a certos tratamentos – o que permite a escolha de terapias mais eficazes.  

Um exemplo é o exame MethylBrain. Ele utiliza o perfil de metilação do tumor. Muito complicado? Então, pense no DNA como um grande livro de receitas que diz como nossas células funcionam. E a “metilação” seria como pequenos marcadores ou anotações nesse livro.  

Essas anotações não mudam a receita (o DNA), mas podem indicar quais partes dela devem ser “lidas” (ativadas) ou “ignoradas” (desativadas) pela célula. No caso dos tumores, esses marcadores de metilação podem estar desorganizados. E o exame MethylBrain analisa esses padrões de metilação do DNA nas células do tumor. 

É como se ele lesse as “anotações” específicas do tumor. Ao fazer isso, o exame consegue classificar o tumor com muito mais precisão, oferecendo informações importantes para o diagnóstico e o prognóstico da doença.  

Formas de tratamento para um tumor cerebral 

O tratamento do tumor cerebral depende do tipo de tumor, seu tamanho, localização e a saúde do paciente. Mas, em muitos casos, a cirurgia é a primeira opção. 

Se o tumor for acessível e puder ser removido completamente, a cirurgia pode ser curativa. Em situações específicas, ela é feita com o paciente acordado – o que permite monitorar funções importantes do cérebro durante o procedimento. 

Mas, dentre as opções terapeutas, temos ainda:  

  • Radioterapia: usa feixes de radiação de alta energia e visa destruir as células tumorais, ou, ao menos, impedir que continuem crescendo. 
  • Quimioterapia: medicamentos atacam as células cancerosas em todo o corpo.  
  • Hormonioterapia: visa reduzir os hormônios que estimulam o crescimento de determinados tipos de tumor. 
  • Imunoterapia: estimula o próprio sistema imunológico do paciente. O corpo aprende a combater as células do tumor ou são usados anticorpos feitos em laboratório. 
  • Terapia alvo: são medicamentos desenvolvidos para agir em alvos específicos presentes nas células tumorais. 
  • Transplante de medula óssea: usado em alguns tipos de câncer que afetam o sangue. Não é um tratamento direto para o tumor cerebral, mas pode ser parte do manejo. 

O tratamento geralmente envolve uma equipe multidisciplinar, que pode incluir neurocirurgiões, radioterapeutas e um oncologista – este, o médico especializado no diagnóstico e tratamento do câncer. 

Tumor cerebral tem cura? 

A resposta para essa dúvida comum é: depende. Depende de vários fatores, sendo o tipo específico de tumor o principal. Para tumores benignos, muitas vezes a cura é possível e a remoção cirúrgica completa pode ser o suficiente.  

Para tumores malignos, a situação é mais complexa. Tumores como o glioblastoma são muito agressivos. E, para eles, a cura total ainda é um desafio. Nesses casos, o foco do tratamento é controlar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente. Outros tipos de tumor podem ter uma possibilidade de cura. 

A localização do tumor no cérebro também influencia o prognóstico. Assim como a idade do paciente e a resposta individual ao tratamento. Os avanços na medicina trazem esperança e novas abordagens são constantemente pesquisadas.

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