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    O Zika vírus ainda preocupa no Brasil

    Descubra o que fazer para evitar a doença e suas complicações

    Fonte: Dra. Luisa Frota ChebaboInfectologistaPublicado em 24/02/2025, às 11:11 - Atualizado em 24/02/2025, às 12:26

    zika virus

    O zika vírus é transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e da chikungunya. Ela ganhou destaque em 2015 e 2016, quando houve uma epidemia associada a casos de microcefalia em recém-nascidos. De lá para cá, a incidência da doença diminuiu, mas o vírus continua circulando e novas epidemias podem ocorrer.

    No primeiro trimestre de 2024, foram registados 1.300 casos prováveis de zika vírus, praticamente todos no Espírito Santo – um aumento de 16% em relação ao mesmo período de 2023. Por isso, o combate ao mosquito transmissor e a conscientização da população continuam fundamentais.

    Zika Vírus: o que é? 

    Zika vírus é uma infecção viral transmitida principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue e do chikungunya. Ele foi identificado pela primeira vez em 1947, em macacos da Floresta Zika, em Uganda, daí seu nome. Em humanos, ele foi registrado pela primeira vez em 1952, mas só começou a ganhar atenção global em 2015, quando foi detectado no Brasil.

    Embora muitos casos sejam assintomáticos ou apresentem sintomas leves, a doença ganhou notoriedade por sua associação a complicações neurológicas, como a síndrome de Guillain-Barré, e a problemas congênitos em bebês, como a microcefalia.

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    Como ocorre a transmissão do zika vírus?

    A transmissão do zika vírus acontece, na maior parte dos casos, por meio da picada de mosquitos infectados. No entanto, também existem outras formas de contágio: 

    • Transmissão vertical: de mãe para o bebê durante a gestação ou no parto. 
    • Transmissão sexual: o vírus pode ser encontrado no sêmen e em outros fluidos corporais. 
    • Transfusão de sangue: em raros casos, a doença pode ser transmitida por transfusões de sangue contaminado. 

    O Aedes aegypti se prolifera em ambientes com água parada, como vasos de plantas, pneus abandonados e caixas d’água destampadas. Por isso, eliminar criadouros é uma das principais medidas de combate ao zika. 

    Prevenção 

    A prevenção do zika vírus passa, principalmente, pelo controle do mosquito transmissor. Por isso, continuam valendo as medidas já propagadas pelos órgãos competentes, como: 

    • Evitar água parada: elimine recipientes que possam acumular água, como pneus, garrafas e pratos de plantas. 
    • Usar repelentes: especialmente em áreas de risco elevado. Prefira produtos aprovados por órgãos reguladores. 
    • Instalar telas e mosquiteiros: proteja janelas, portas e camas, especialmente em locais com alta incidência de mosquitos. 
    • Utilizar roupas de proteção: opte por peças de mangas longas e calças em ambientes onde o mosquito é prevalente. 
    • Engajar a comunidade: ações coletivas, como mutirões de limpeza, são fundamentais para reduzir criadouros do Aedes aegypti. 

    Além disso, campanhas de conscientização sobre a transmissão sexual do vírus – ele pode ser encontrado no sêmen e em outros fluidos corporais – têm reforçado o uso de preservativos como medida de prevenção. 

    Sintomas do zika vírus 

    A infecção pelo zika vírus pode ser silenciosa: estima-se que cerca de 80% das pessoas contaminadas não apresentam sintomas. Quando eles surgem, geralmente aparecem de dois a 12 dias após a picada do mosquito. De acordo com o Ministério da Saúdem, os sintomas mais comuns são:  

    • Dor de cabeça; 
    • Febre baixa (geralmente abaixo de 38,5 °C); 
    • Dores leves nas articulações; 
    • Vermelhidão nos olhos, sem secreção. 

    Em geral, os sintomas são leves e duram de dois a sete dias. No entanto, mulheres grávidas devem ter atenção redobrada, devido aos riscos para o feto. 

    Quando procurar por um médico? 

    Embora a maioria dos casos de zika não seja grave, é fundamental buscar atendimento médico se você estiver grávida e apresentar sintomas de zika; se os sintomas persistirem por mais de uma semana; se houver sinais de complicações, como fraqueza muscular intensa ou dificuldade para movimentar os membros e, ainda, no caso de crianças e idosos com sinais de desidratação ou agravamento do quadro. 

    Diagnóstico 

    O diagnóstico do zika vírus é feito com base nos sintomas e em dois exames laboratoriais específicos:  

    • Teste molecular (RT-PCR): detecta o material genético do vírus no sangue ou na urina. É mais eficaz nos primeiros dias de infecção. 
    • Sorologia (IgM e IgG): identifica a presença de anticorpos contra o zika vírus, sendo útil em estágios mais avançados. 

    Por causa da semelhança com outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como a dengue e a chikungunya, aos primeiros sintomas o ideal seria procurar um médico para obter o diagnóstico preciso. 

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    Tratamento do zika vírus 

    Ainda não existe um tratamento específico ou uma vacina contra o zika vírus. As medidas visam o alívio dos sintomas. Entres elas, está a orientação de beber bastante água para prevenir a desidratação causada pela febre e o uso de medicamentos como paracetamol para aliviar a dor e a febre. Além disso, o repouso é fundamental para a recuperação do organismo. 

    É importante evitar medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (aspirina), devido ao risco de complicações hemorrágicas. 

    Possíveis sequelas 

    Embora muitos pacientes se recuperem sem problemas, o zika vírus pode deixar sequelas graves, especialmente em casos de infecção durante a gravidez. As mais conhecidas são: 

    • Microcefalia: má formação congênita em que o bebê nasce com o crânio menor que o esperado, o que pode levar a déficits de desenvolvimento. 
    • Síndrome de Guillain-Barré: doença autoimune que causa fraqueza muscular e paralisia, embora a recuperação seja possível em muitos casos. 
    • Alterações neurológicas: tanto em bebês quanto em adultos, podem surgir problemas cognitivos e motores. 

    Essas complicações reforçam a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico. 

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