Borderline: sintomas do transtorno e como tratar
A transtorno de personalidade borderline provoca comportamentos impulsivos, instabilidade nas relações interpessoais e problemas de autoimagem
Apesar de pouco conhecido, estima-se que o Transtorno de Personalidade Borderline afete cerca de 2% da população em geral. A condição provoca comportamentos impulsivos, instabilidade nas relações interpessoais e problemas de autoimagem.
Geralmente, as pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline apresentam mudanças rápidas de humor e agem sem pensar nas consequências.
Portanto, acarreta muito sofrimento para o indivíduo e também para quem convive com ele, interferindo nas relações familiares, profissionais e afetivas.
Neste artigo, você vai ler:
O que é o transtorno de personalidade borderline?
O transtorno de personalidade borderline pode ser definido como uma condição mental que provoca comportamentos emocionais instáveis.
De forma geral, afeta a forma como a pessoa pensa e se sente sobre os outros e também sobre si mesma. Por conta disso, atrapalha a maneira com que o indivíduo se relaciona.
Por causar mudanças bruscas de humor, é comum que seja confundido com o Transtorno Bipolar. Mas vale destacar que são transtornos diferentes.
A principal diferença entre eles é que, no caso do transtorno bipolar, as oscilações de humor são cíclicas e o indivíduo alterna períodos de depressão com fases de mania ou hipomania — quando surgem sentimentos de superioridade, pensamentos acelerados e autoestima elevada.
Já o transtorno de personalidade borderline provoca mudanças de humor mais rápidas e imprevisíveis e atrapalha a forma com que a pessoa pensa e se relaciona com os outros.
Sintomas e características do borderline
Geralmente, as pessoas com transtorno de personalidade borderline apresentam grande instabilidade emocional e sentimentos intensos, que podem perdurar por horas ou dias. Na maioria das vezes, aumentam após algum evento estressante ou frustrante.
Entre os principais sintomas do transtorno de personalidade borderline estão:
- Instabilidade emocional e alterações bruscas de sentimentos; com momentos de tristeza, ansiedade e raiva;
- Dificuldades para lidar com a raiva;
- Relacionamentos instáveis e conflituosos;
- Medo constante de abandono e rejeição;
- Maior risco de automutilação e tentativas de suicídio;
- Impulsividade;
- Delírios e alucinações breves;
- Distúrbios de autoimagem;
- Sensação de vazio crônico.
Quais as causas do transtorno de borderline?
As causas do transtorno de personalidade borderline não estão completamente esclarecidas. No entanto, há evidências de que ele aconteça devido a uma combinação de fatores: questões biológicas, psicológicas e ambientais.
Na maioria das vezes, é preciso ter uma forte vulnerabilidade genética para desenvolver o transtorno. Portanto, é uma condição que pode ser herdada de familiares, como os pais.
Também é comum que aconteça com mais frequência em pessoas com histórico de traumas na infância, como casos de abuso físico e psicológico.
Como é feito o diagnóstico de borderline?
O diagnóstico do transtorno de personalidade borderline é clínico e costuma ser realizado durante uma avaliação psiquiátrica. Muitas vezes o diagnóstico é feito depois de algumas consultas de seguimento.
Geralmente, o psiquiatra avalia e observa o padrão dos sintomas ao longo do tempo. Além disso, analisa por meio de entrevistas a intensidade dos sintomas e se está atrapalhando a rotina do indivíduo.
O médico pode usar os critérios definidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
Borderline tem cura?
O transtorno de personalidade borderline tem tratamento, mas não tem cura. Em alguns casos, com o avançar da idade, uso de medicamentos e psicoterapia, os sintomas tendem a amenizar. Apesar dessa tendência, não há um padrão fixo de evolução.
Tratamento para o transtorno de personalidade borderline
O tratamento envolve a psicoterapia e o uso de medicamentos para amenizar os sintomas.
Vale destacar que não há medicamentos específicos para tratar o transtorno de personalidade borderline. Geralmente, são usados estabilizadores de humor e antidepressivos, que visam controlar os sentimentos de tristeza e ansiedade.
Já a psicoterapia é recomendada para que o indivíduo consiga regular melhor suas emoções, se torne mais tolerante ao estresse e consiga ter estabilidade nos relacionamentos.
Fonte: Ricardo Castilho, psiquiatra do Hospital Nove de Julho (SP).
