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    Pancreatite: o que é, causas, sintomas e tratamento

    A inflamação do pâncreas pode ser aguda ou crônica, podendo ser fatal se não for diagnosticada e tratada

    Fonte: Dra. Vanessa PradoMédica coloproctologista e cirurgião do aparelho digestivoPublicado em 31/07/2023, às 19:01 - Atualizado em 12/04/2024, às 11:50

    pancreatite

    Emagrecimento acelerado, dores abdominais intensas e vômitos frequentes são alguns dos sintomas da pancreatite, condição inflamatória do pâncreas, órgão fundamental na digestão dos alimentos e na regulação dos níveis de açúcar no organismo. 

    Muitas vezes relacionada ao consumo excessivo e prolongado de álcool, a pancreatite ocorre com mais frequência nos homens e pode ser fatal, especialmente se não for diagnosticada precocemente e devidamente tratada. Saiba mais, a partir de agora, sobre a doença, causa, sintomas e tratamentos.  

    O que é pancreatite? 

    A pancreatite é um processo inflamatório que afeta o pâncreas, um órgão localizado na região esquerda do corpo, logo abaixo das costelas.  

    Essa inflamação pode ser desencadeada por várias causas, como consumo excessivo de álcool e hereditariedade, resultando em dois tipos principais de pancreatite: a aguda e a crônica. 

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    Pancreatite aguda  

    A pancreatite aguda é uma inflamação súbita do pâncreas, sendo a pedra na vesícula biliar a principal causa. Essa pedra, por sua vez, pode ser causada por uma dieta rica em gorduras e carboidratos e pobre em fibras.  

    A presença destas pedras pode levar à obstrução dos ductos biliares (tubos de drenagem), impedindo a passagem do suco pancreático responsável pela digestão.  

    Se os ductos pancreáticos ficarem obstruídos, o pâncreas não consegue enviar suas enzimas digestivas para o intestino, resultando no retorno dessas enzimas ao pâncreas e causando a inflamação.  

    Pancreatite crônica 

    A pancreatite crônica é um processo inflamatório de longo prazo do pâncreas, caracterizado por ciclos repetidos de inflamação e desinflamação.  

    Esse processo resulta na formação de um tecido fibroso, tornando o pâncreas mais rígido e causando danos crônicos à digestão e ao sistema digestivo como um todo. 

    Quais são os sintomas de pancreatite? 

    Entre os principais sintomas da pancreatite estão: 

    • Dor abdominal intensa: um dos sintomas mais marcantes da pancreatite. Geralmente é descrita como uma dor intensa e persistente na região do abdômen, podendo se estender para as costas.   
    • Vômitos e enjoos: a sensação de enjoo é constante e pode causar grande desconforto. Já a presença da inflamação no pâncreas afeta a digestão, causando náuseas e vômitos.
       
    • Dificuldade em se alimentar: devido à dor intensa e aos vômitos frequentes, a ingestão de alimentos torna-se um desafio, resultando em perda de apetite e uma possível desnutrição.
       
    • Icterícia: nos casos de pancreatite grave, o sistema de ductos biliares pode ser afetado, resultando em um acúmulo de bilirrubina no organismo. Esse processo leva à icterícia, caracterizada pelo amarelamento da pele e dos olhos, indicando um comprometimento mais grave da função pancreática. 

    Como é feito o diagnóstico? 

    O diagnóstico da pancreatite é baseado em um conjunto de informações essenciais que são coletadas a partir de: 

    • Anamnese: história pessoal do paciente para saber se há casos na família ou consumo excessivo e prolongado de álcool, por exemplo. 
    • Tomografia computadorizada: principal exame de imagem utilizado para diagnosticar a inflamação do pâncreas, permitindo visualizar eventuais alterações.  
    • Exames de sangue: mostram alterações nas enzimas hepáticas, denominadas amilase e lipase, que são marcadores de inflamação pancreática. 

    Pancreatite é grave? 

    A pancreatite, quando diagnosticada precocemente, pode ser tratada. Mas, quando negligenciada, pode evoluir para casos mais graves. Pode ocorrer, por exemplo, o acúmulo de pus ao redor do pâncreas, levando a uma infecção.  

    Além disso, existe uma forma mais grave chamada pancreatite necro-hemorrágica, na qual ocorre a morte de tecido pancreático acompanhada de hemorragia. Esses casos podem requerer intervenção cirúrgica.  

    Portanto, é fundamental buscar cuidados médicos imediatos ao identificar os sintomas da pancreatite, a fim de evitar complicações graves. 

    Como é feito o tratamento? 

    O tratamento varia de acordo com o tipo de pancreatite. 

    Tratamento pancreatite aguda 

    Esse tratamento requer internação hospitalar. O doente vai ficar em jejum – a atividade do pâncreas durante a digestão pode dificultar a recuperação – e deve receber hidratação por soro na veia. 

    Uma sonda nasogástrica pode ser necessária em algumas situações, onde um tubo é introduzido das narinas ao estômago para fornecer nutrição ao paciente 

    O paciente deve ficar em repouso até que a inflamação regrida, o que costuma acontecer em 80% dos casos. 

    Antibióticos são administrados em situações específicas, quando há suspeita ou confirmação de infecção bacteriana associada. 

    Agora, se a causa da pancreatite for pedra na vesícula, é indicada a cirurgia. 

    Tratamento pancreatite crônica 

    O tratamento inicial é parecido com o da pancreatite aguda, para o gerenciamento da dor, se houver. 

    Além de deixar o pâncreas em repouso, o paciente será orientado a adotar uma dieta à base de cereais, raízes, tubérculos e leguminosas, além de evitar alimentos gordurosos. Em alguns casos de diarreia, pode ser prescrita a administração por via oral das enzimas pancreáticas que não são produzidas. 

    No caso de diabéticos, é fundamental um acompanhamento para ajustes na alimentação (e controle do metabolismo da glicose), além do eventual uso de medicamentos. 

    Qual médico procurar? 

    Em geral, o médico responsável pelo tratamento da pancreatite é o cirurgião do aparelho digestivo ou o gastroenterologista. Esses especialistas possuem o conhecimento necessário para diagnosticar e gerenciar os casos de pancreatite.  

    Ambos estarão envolvidos no planejamento e na implementação das estratégias de tratamento, incluindo o manejo medicamentoso, a intervenção cirúrgica, se necessário, e o acompanhamento do paciente ao longo do processo de recuperação.  

    Portanto, é fundamental buscar a orientação de um desses profissionais para obter o melhor tratamento.  

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