Candidíase oral: conheça os sintomas e as causas do sapinho
Mãos e objetos contaminados, além da baixa imunidade, favorecem o surgimento da doença
A candidíase oral, também chamada de sapinho, é uma condição que pode afetar pessoas de todas as idades. Porém, mais do que uma infecção superficial, a doença pode ser um sinal de alerta sobre o sistema imunológico.
Nesse sentido, é importante entender o que é a candidíase oral, quais seus sintomas e tratamentos. Acompanhe a partir de agora.
Neste artigo, você vai ler:
O que é Sapinho (Candidíase oral)?
A candidíase oral, também chamada de sapinho, é uma doença provocada por um fungo chamado Candida albicans, o mesmo que causa a candidíase vaginal e a peniana.
Ao contrário da candidíase oral, que é mais comum em bebês, a candidíase vaginal e a peniana atingem mulheres e homens adultos, sendo mais comum em mulheres. Segundo dados da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), 75% das mulheres terão candidíase em algum momento da vida e metade delas terão uma segunda vez.
Apesar de comuns e, geralmente, inofensivos, os fungos podem causar infecções quando o sistema imunológico está fraco, o que pode acontecer por diferentes motivos, como:
- Pessoas imunossuprimidas: como aquelas afetadas pelo vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana), bem como aquelas que passaram por transplante de órgãos e estão tomando medicamentos imunossupressores.
- Crianças: elas têm maior risco de infecção devido à imaturidade do sistema imunológico.
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O que pode causar candidíase na boca?
A cândida é um fungo naturalmente encontrado na boca e trato digestivo, mas ela pode se desenvolver quando há contato com mãos e objetos contaminados, causando a candidíase na boca.
Quais são os sintomas de candidíase oral?
O principal sintoma é o surgimento de placas esbranquiçadas e cremosas na língua, lábios, céu da boca e parte interna das bochechas. Além disso, podem ocorrer lesões avermelhadas semelhantes a aftas nas gengivas ou amígdalas.
Outros sintomas incluem:
- Vermelhidão, queimação ou desconforto ao engolir, podendo causar dor;
- Sangramento leve nas áreas afetadas;
- Rachaduras nos cantos da boca;
- Perda ou alteração do paladar;
- Em bebês, além da recusa em se alimentar ou mamar, é comum observar choro frequente e irritabilidade;
- Mulheres lactantes, quando infectadas pelo bebê, podem apresentar mamilos vermelhos, sensíveis, rachados ou com coceira, bem como sentirem dor durante a amamentação;
- Em casos graves, especialmente em pessoas com sistema imunológico comprometido, as lesões podem se propagar para o esôfago, complicando ainda mais a deglutição.
Sapinho em bebê: como perceber os sinais?
No caso dos bebês, a melhor forma de perceber os sinais da candidíase oral é observar a boca e as bochechas da criança. Dessa forma, é possível identificar a presença de pontos brancos ou amarelados no céu da boca, nas bochechas e nos lábios, principalmente na parte interna.
Para não confundir com restos de alimento, basta observar que, por estarem aderidas às mucosas, as placas de candidíase oral não se soltam facilmente, ao contrário dos alimentos.
Além da aparência das placas, outros sinais a serem observados incluem identificar se o bebê está sentindo dor durante a amamentação ou quando usa a chupeta.
Ao perceber esses sinais, é fundamental levar o bebê ao pediatra para confirmação do diagnóstico e tratamento.
Como é feito o diagnóstico?
De modo geral, o diagnóstico da candidíase é clínico, ou seja, com base na avaliação do médico, considerando os aspectos da doença, como os prontos brancos ou amarelados na boca. Contudo, também podem ser solicitados alguns exames, como:
- Citologia exfoliativa: um exame que analisa as mudanças morfológicas e morfométricas, ou seja, alterações anatômicas das células.
- Biópsia: exame que consiste na retirada de um fragmento de uma parte do corpo, no caso da candidíase, da mucosa.
- Cultura microbiológica: trata-se de um exame que permite verificar a existência de infecções por diferentes microorganismos.
Qual é o tratamento para candidíase na boca?
O tratamento da candidíase oral é feito com medicamentos antifúngicos que devem ser usados durante todo o período prescrito para evitar que a infecção retorne. A maioria dos sintomas desaparecem nos primeiros dias de tratamento e, por isso, muitos pacientes acabam abandonando o tratamento, o que pode levar ao reaparecimento da infecção.
Além disso, também é importante avaliar se a higienização de objetos, como chupeta e mamadeira, está sendo feita corretamente.
Fonte: Dra. Viviana Sampietro Serafim, médica intensivista pediátrica e neonatal coordenadora Utip do Hospital Brasília.