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    Cirrose: a condição clínica que prejudica o funcionamento do fígado

    As causas mais comuns incluem alcoolismo, hepatite B, hepatite C e esteatose hepática

    Por Tiemi OsatoPublicado em 13/05/2024, às 17:41 - Atualizado em 14/05/2024, às 11:52

    Cirrose hepatica

    O fígado é um órgão fundamental para os seres humanos. Entre as suas tarefas, estão a produção de bile (substância que atua na digestão), a regulação dos níveis de açúcar e a síntese de proteínas, colesterol e fatores de coagulação, além da remoção de toxinas do sangue e do metabolismo das drogas. Uma das principais doenças que pode afetá-lo é a cirrose. 

    O que é cirrose hepática?  

    A cirrose hepática é uma condição crônica caracterizada pelo excesso de tecido de cicatrização no fígado, levando à atrofia do órgão. Em pessoas saudáveis, a superfície do fígado tende a ser lisa. Já no caso de pessoas com cirrose, há nódulos. 

    Isso atrapalha o trabalho das células saudáveis e pode dificultar a circulação sanguínea da região, assim prejudicando o funcionamento do fígado. 

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    O que causa cirrose?  

    O tecido de cicatrização se forma a partir de uma inflamação crônica que gera fibrose (ou seja, um processo de deposição de fibras de colágeno), que é uma resposta do organismo a lesões encontradas no fígado. Quando a fibrose é generalizada nesse órgão, há menos tecido funcionante e, consequentemente, ocorre insuficiência hepática. 

    Existem fatores que podem favorecer o surgimento de lesões hepáticas e aumentar o risco de desenvolvimento de cirrose, como: 

    • Alcoolismo; 
    • Hepatite B; 
    • Hepatite C; 
    • Esteatose hepática (gordura no fígado); 
    • Doenças autoimunes; 
    • Uso excessivo de determinados medicamentos. 

    Dessas causas, tem crescido o número de pessoas acometidas por cirrose secundária à esteatose hepática — que, por sua vez, está relacionada à obesidade, a diabetes e à síndrome metabólica. 

    Tipos de cirrose  

    A cirrose pode receber diferentes denominações a depender da causa. Alguns exemplos são: 

    Cirrose alcoólica  

    A cirrose alcoólica está associada ao consumo de bebidas alcoólicas. Esta é uma prática considerada danosa ao fígado, pois ele é o responsável por metabolizar o álcool – e, se o álcool estiver presente em excesso ou com frequência no organismo, o órgão fica sobrecarregado. 

    Cirrose metabólica 

    A cirrose metabólica decorre da esteatose hepática, uma condição que corresponde ao acúmulo de gordura no fígado e acomete principalmente indivíduos com sobrepeso, obesidade, diabetes, dislipidemia ou hipertensão arterial. 

    Cirrose hepática viral 

    A cirrose hepática viral é desencadeada pela infecção crônica pelos vírus B ou C das hepatites. Desenvolve-se em muitos anos após a infecção inicial e pode ser tratada com antivirais. 

    Cirrose medicamentosa  

    Embora não seja muito comum, a cirrose pode ser desencadeada pelo uso excessivo de medicamentos, como antibióticos, anticonvulsivantes, anti-inflamatórios, anabolizantes e fitoterápicos. 

    Cirroses autoimunes  

    A hepatite autoimune, a colangite esclerosante primária e a cirrose biliar primária são marcadas pela inflamação crônica das células hepáticas e/ou dos canais biliares, que leva à fibrose. 

    Quais são os sintomas de cirrose?  

    Geralmente, os estágios iniciais da cirrose não causam sintomas. Conforme a doença progride e o dano ao fígado aumenta, pode haver: 

    • Fadiga; 
    • Icterícia (tom amarelado na pele e nos olhos); 
    • Urina escura; 
    • Perda de peso sem motivo aparente; 
    • Hemorragias; 
    • Alterações neurológicas; 
    • Acúmulo de líquido nas pernas (edema) ou na cavidade abdominal (ascite).

    Como é feito o diagnóstico?  

    O diagnóstico da cirrose é feito a partir da história clínica do paciente, da avaliação física conduzida pelo médico e do resultado de exames de sangue (como hemograma e hepatograma) e de imagem (como ultrassonografia abdominal e elastografia hepática por ultrassom). 

    Tratamento para cirrose  

    O tratamento da cirrose consiste em tratar a sua causa, bem como as complicações resultantes da sua ocorrência. Ou seja, as abordagens terapêuticas envolvem medidas como suspender o consumo de álcool, regular o peso, tratar hepatites virais e controlar comorbidades (a exemplo do diabetes). Em alguns casos, também podem ser utilizados medicamentos. 

    Para os quadros mais avançados, em que há insuficiência hepática, o transplante de fígado é uma opção. 

    Cirrose tem cura?  

    A cirrose não tem cura, mas os tratamentos na fase inicial podem impedir a evolução para formas mais graves. Quando há progressão, diversos medicamentos podem ajudar a controlar as manifestações da cirrose, oferecendo uma melhor qualidade de vida para os indivíduos. 

    Especificamente nos casos mais graves, pode haver indicação de transplante de fígado. Assim, o paciente recebe um órgão saudável, sem cirrose.  

    Autocuidados para cirrose  

    Para evitar a progressão da doença, é fundamental que pessoas com cirrose sigam o tratamento indicado pelo médico hepatologista e construam um estilo de vida saudável. 

    É importante, por exemplo, manter uma alimentação diversificada e equilibrada. Em geral, recomenda-se privilegiar alimentos in natura e minimamente processados, bem como fazer refeições menores ao longo do dia.  

    Além disso, outros cuidados devem ser adotados, como abolir o consumo de álcool e consultar um médico antes de tomar medicamentos e suplementos. 

    Qual médico procurar  

    O médico hepatologista é o profissional especializado no diagnóstico e no tratamento de condições que afetam o fígado. 

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