Cisto no ovário: entenda o que é, suas causas e tratamento
A consulta periódica com um ginecologista é fundamental para acompanhar o cisto
O diagnóstico de cisto no ovário é relativamente comum e, em geral, não precisa ser motivo de preocupação.
Vale lembrar que os ovários são dois órgãos – um em cada lado do útero – que produzem os óvulos e os hormônios sexuais femininos. Quando estimulados pelos hormônios, eles podem desenvolver cistos que, em boa parte dos casos, são benignos e desaparecem sozinhos.
Neste artigo, você vai ler:
Ainda assim, a consulta periódica com um ginecologista é fundamental para acompanhar o cisto e avaliar a melhor conduta para o tratamento.
O que é cisto no ovário?
O cisto no ovário é uma espécie de bolsa contendo líquido que cresce dentro do tecido ovariano ou em sua superfície.
Na maioria das vezes, são autolimitados e costumam regredir em torno de três meses após o seu aparecimento. Do mesmo modo, o cisto no ovário é conhecido como cisto ovariano.
Tipos de cisto no ovário
Primeiramente é importante que você saiba que existem alguns tipos de cistos no ovário.
Os cistos funcionais consistem em folículos ovulatórios que, às vezes, crescem um pouco mais do que o normal. Alguns exemplos são: os cistos foliculares ou cistos de corpo lúteo.
Já outros cistos não se relacionam aos ciclos menstruais. Por exemplo: cisto dermoide, cistoadenoma e o endometrioma.
Confira mais informações sobre os tipos mais comuns de cistos no ovário:
Cistos foliculares
Os cistos foliculares ou funcionais são aqueles que costumam surgir quando o óvulo está em desenvolvimento, ou seja, dentro do ciclo menstrual. Durante esse período, líquidos são acumulados ao seu redor ou dentro do ovário, originando-se assim um cisto folicular.
Esse é o tipo de cisto mais comum entre as mulheres em idade fértil, entre 15 e 35 anos. Seu tamanho pode variar entre 2,5 e 10 cm.
Cisto de corpo lúteo
Ao contrário dos cistos foliculares, o cisto de corpo lúteo ocorre logo após o período fértil.
Eles levam esse nome por estarem localizados no corpo lúteo, uma estrutura formada nos ovários após a ovulação – como se fosse uma cicatriz no local onde o óvulo foi liberado – e que tem a função de preparar o útero para a gravidez.
Geralmente, é assintomático e afeta somente um lado do ovário, podendo causar dor na região apenas quando seu tamanho é maior do que 5 cm.
Cisto hemorrágico
O cisto hemorrágico ocorre se houver o sangramento de alguma parte interna de um cisto ovariano.
Podem desaparecer espontaneamente ao longo do período menstrual. Em alguns casos, o cisto pode crescer excessivamente e provocar dores intensas no abdome inferior.
Contudo, além dos cistos mencionados anteriormente, existem outros tipos que estão relacionados a doenças como o câncer de ovário. Neste caso, será necessária uma biópsia de ovário, procedimento feito durante a cirurgia para a remoção do cisto.
O que causa cisto no ovário?
A principal causa do cisto no ovário é a alteração hormonal que pode ou não estar associada ao uso de medicamentos hormonais. Mas ele pode surgir até mesmo durante o processo ovulatório natural, sem relação com essa alteração dos hormônios.
Além disso, também podem contribuir com o surgimento dos cistos:
- Endometriose (quando o tecido que reveste o útero cresce fora dele);
- Hemorragias;
- Causas genéticas;
- Infecções;
- Inflamações.
Sintomas de cisto no ovário
Geralmente, os cistos são pequenos e assintomáticos. No entanto, se seu tamanho eventualmente ultrapassar 10 cm no maior diâmetro, eles podem causar sintomas associados à compressão de outros órgãos. Alguns deles são:
- Alteração do hábito urinário;
- Constipação;
- Desconforto pélvico;
- Dor associada à movimentação.
Como o cisto no ovário afeta a fertilidade
Aquele cisto no ovário que é esporádico e de pequeno volume não afeta a fertilidade.
Já a síndrome dos ovários policísticos, também conhecida pela sigla SOP, pode causar infertilidade e até câncer. A diferença entre cisto no ovário e ovário policístico está no tamanho e na quantidade de cistos.
A SOP é um distúrbio hormonal comum e, nele, há a presença de múltiplos cistos persistentes na superfície dos dois ovários.
Esse distúrbio pode afetar a menstruação e o ciclo natural de fertilização e está associado à anovulação (ausência de ovulação) e dificuldade de gestar.
Tratamentos para cisto no ovário
Por fim, tratamentos para cisto no ovário nem sempre são necessários, pois geralmente costumam desaparecer sozinhos em até três meses. É o caso dos cistos ovarianos menores e benignos, por exemplo.
Nesse sentido, na maioria dos casos, é preciso apenas repetir o exame de ultrassom para acompanhar se os cistos estão regredindo.
Por outro lado, para os cistos maiores e mais persistentes, ou seja, aqueles que não somem no tempo esperado, o recomendado é que sejam:
Drenados: procedimento menos invasivo recomendado para cistos menores que causam muitas dores na paciente.
Removidos: Removidos: por meio de uma cirurgia invasiva. Nesses casos, deve-se preservar o ovário e a tuba uterina sempre que possível.
Contudo, lembre-se: no caso de cisto no ovário, a supervisão do ginecologista é fundamental para o acompanhamento dos cistos, garantindo a fertilidade e as condições gerais de saúde da mulher.
Fonte: Marcelo Simonsen, médico da equipe de ginecologia oncológica do Hospital Nove de Julho.