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    Doença inflamatória pélvica tem causa bacteriana

    Quadros de DIP estão, frequentemente, relacionados a ISTs como gonorreia e clamídia

    Fonte: Dra. Adriana Bittencourt CampanerGinecologistaPublicado em 30/12/2024, às 16:02 - Atualizado em 22/08/2025, às 11:17

    doença inflamatoria pelvica

    A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma condição que afeta o sistema reprodutor feminino. O principal sintoma desse quadro é a dor na região inferior do abdômen ou na pelve. Porém, muitas vezes o problema é silencioso. É importante iniciar o tratamento o quanto antes para evitar o surgimento de sequelas. 

    O que é Doença inflamatória pélvica (DIP)?

    A doença inflamatória pélvica, ou DIP, é uma infecção que afeta os órgãos do sistema reprodutor feminino (podendo atingir útero, tubas uterinas e ovários). 

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    Tudo começa quando bactérias que estavam na vagina ou no colo do útero (muitas vezes de uma IST como clamídia ou gonorreia) se instalam no útero (endometrite), continuam pelas tubas uterinas (salpingite) e, nos casos mais graves, atingem os ovários e toda a cavidade pélvica, causando uma inflamação ampla e perigosa. 

    Doença inflamatória pélvica no homem 

    O termo “Doença Inflamatória Pélvica” (DIP) é usado especificamente para descrever a infecção dos órgãos reprodutivos femininos. Não existe um quadro clínico exatamente correspondente nos homens com o mesmo nome. 

    No entanto, a condição masculina que mais se assemelha em termos de localização da dor é a Síndrome da Dor Pélvica Crônica, também conhecida como prostatite crônica.  

    Diferentemente da DIP feminina, que é majoritariamente bacteriana, a dor pélvica masculina muitas vezes não tem uma causa infecciosa identificável, sendo classificada como prostatite crônica não bacteriana. 

    As causas podem envolver inflamação da próstata, disfunções musculares do assoalho pélvico, fatores neurológicos ou estresse. E os sintomas incluem: dor na região entre o escroto e o ânus (períneo); dor nos testículos, pênis ou na bexiga; dor durante ou após a ejaculação e ainda dificuldade para urinar ou necessidade frequente de ir ao banheiro. 

    O tratamento pode passar por medicamentos (como anti-inflamatórios e relaxantes musculares), fisioterapia pélvica e apoio psicológico, sendo bem diferente do tratamento da DIP feminina, que se baseia em antibióticos. 

    O que causa a doença inflamatória pélvica na mulher?

    Essa condição é causada por bactérias, podendo ser um desdobramento de uma infecção sexualmente transmissível (IST) ou podendo ocorrer quando outras bactérias presentes região vaginal se espalham para as demais estruturas (útero, tubas uterinas e ovários).  

    As bactérias mais comumente envolvidas na DIP são a Neisseria gonorrhoeae, responsável pela gonorreia, e a Chlamydia trachomatis, causadora da clamídia. Ambos os patógenos podem ser adquiridos durante relações sexuais desprotegidas (sexo vaginal, oral ou anal sem preservativo).  

    Também é possível que o desenvolvimento da DIP esteja associado a bactérias que vivem normalmente na vagina. Quando estão na região vaginal, tais microrganismos não geram problemas. Porém, eles podem ascender para as partes superiores do sistema reprodutor e causar infecção. Isso pode acontecer, por exemplo, devido à ducha vaginal (prática que não é recomendada justamente porque lavar a parte interna da vagina pode prejudicar o pH e a microbiota vaginal, assim trazendo riscos à saúde), dentre outros. 

    Formas de prevenção

    A doença inflamatória pélvica é causada por bactérias. Portanto, a principal orientação para prevenir a DIP é sempre utilizar preservativos durante relações sexuais, pois isso diminui os riscos de contrair uma IST 

    Também recomenda-se fazer exames periodicamente para detectar eventuais ISTs que podem ser até assintomáticas e não realizar duchas vaginais (pois lavar a parte interna da vagina pode prejudicar o pH e a microbiota vaginal, assim trazendo riscos à saúde). 

    Sintomas da DIP

    Os sintomas da doença inflamatória pélvica podem variar de leves a graves, e em muitos casos, a doença é assintomática (ou seja, não há sinais evidentes de infecção). No entanto, quando os sintomas se manifestam, eles geralmente incluem:  

    • Dor na região inferior do abdômen ou na pelve (dependendo da gravidade, pode se estender para todo o abdômen);  
    • Corrimento vaginal anormal (com odor forte e desagradável, por exemplo);  
    • Dor ao urinar ou durante a relação sexual;  
    • Menstruação irregular;  
    • Mal-estar geral;  
    • Calafrios;  
    • Febre alta (acima de 38ºC). 

    Qual médico procurar? 

    O médico ginecologista é o mais adequado para avaliar alterações no sistema reprodutor feminino. Esse profissional está devidamente capacitado para diagnosticar e tratar casos de DIP. Em muitos casos há necessidade de procura à emergência. 

    Diagnóstico da doença inflamatória pélvica

    O diagnóstico da doença inflamatória pélvica envolve uma avaliação clínica detalhada para obter informações sobre histórico médico, sintomas e histórico sexual da paciente. Também é fundamental realizar um exame físico ginecológico para avaliar a dor e verificar possíveis sinais de inflamação.  

    Para confirmar o diagnóstico e descartar outras condições, o médico pode solicitar testes para detectar clamídia e gonorreia, exames laboratoriais, exames de imagem (como ultrassonografia e ressonância magnética) e exames de urina. 

    Possíveis riscos e complicações da DIP 

    Se não for tratada, a DIP pode prejudicar sobretudo as tubas uterinas, deixando-as lesionadas e mais estreitas. Consequentemente, aumenta o risco de haver complicações como gravidez ectópica (implantação do embrião fora do útero) e infertilidade. 

     Além disso, outra possível sequela da doença inflamatória pélvica é a dor crônica na região abdominal e/ou pélvica.  

    Em casos graves, pode haver formação de abscessos (pus) na pelve, com sintomas como febre e mal-estar geral, necessitando muitas vezes de cirurgia para limpeza da infecção. 

    Formas de tratamento  

    O tratamento da doença inflamatória pélvica é feito, essencialmente, com antibióticos. É imprescindível consultar um médico para que ele prescreva o medicamento mais adequado para cada caso, indicando por quanto tempo a paciente deve tomá-lo.  

    Em casos leves ou moderados de DIP, os antibióticos são administrados por meio de comprimidos ou injeções, sendo também recomendada a abstinência sexual durante o tratamento. Já nos casos mais graves, pode ser necessário o uso de antibióticos intravenosos no hospital e, se houver lesões na pelve (como abcessos), pode ser indicada uma cirurgia. 

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