nav-logo
Compartilhe

    Doença inflamatória pélvica tem causa bacteriana

    Quadros de DIP estão, frequentemente, relacionados a ISTs como gonorreia e clamídia

    Por Tiemi OsatoPublicado em 30/12/2024, às 16:02 - Atualizado em 30/12/2024, às 16:15

    doença inflamatoria pelvica

    Quadros de DIP estão, frequentemente, relacionados a ISTs como gonorreia e clamídia 

    A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma condição que afeta o sistema reprodutor feminino. O principal sintoma desse quadro é a dor na região inferior do abdômen ou na pelve. Porém, muitas vezes o problema é silencioso. É importante iniciar o tratamento o quanto antes para evitar o surgimento de sequelas. 

     

     

    Doença inflamatória pélvica (DIP): o que é? 

    A doença inflamatória pélvica, ou DIP, é uma infecção que afeta os órgãos do sistema reprodutor feminino (podendo atingir útero, tubas uterinas e ovários).  

    Se não for tratada, a DIP pode prejudicar sobretudo as tubas uterinas, deixando-as lesionadas e mais estreitas. Consequentemente, aumenta o risco de haver complicações como gravidez ectópica (implantação do embrião fora do útero) e infertilidade. Além disso, outra possível sequela da doença inflamatória pélvica é a dor crônica na região abdominal e/ou pélvica. Em casos graves, pode haver formação de abscessos (pus) na pelve, com sintomas como febre e mal-estar geral, necessitando muitas vezes de cirurgia para limpeza da infecção. 

     

    O que causa a doença inflamatória pélvica? 

    Essa condição é causada por bactérias, podendo ser um desdobramento de uma infecção sexualmente transmissível (IST) ou podendo ocorrer quando outras bactérias presentes região vaginal se espalham para as demais estruturas (útero, tubas uterinas e ovários). 

    As bactérias mais comumente envolvidas na DIP são a Neisseria gonorrhoeae, responsável pela gonorreia, e a Chlamydia trachomatis, causadora da clamídia. Ambos os patógenos podem ser adquiridos durante relações sexuais desprotegidas (sexo vaginal, oral ou anal sem preservativo). 

    Também é possível que o desenvolvimento da DIP esteja associado a bactérias que vivem normalmente na vagina. Quando estão na região vaginal, tais microrganismos não geram problemas. Porém, eles podem ascender para as partes superiores do sistema reprodutor e causar infecção. Isso pode acontecer, por exemplo, devido à ducha vaginal (prática que não é recomendada justamente porque lavar a parte interna da vagina pode prejudicar o pH e a microbiota vaginal, assim trazendo riscos à saúde). 

     

    Sintomas da DIP 

    Os sintomas da doença inflamatória pélvica podem variar de leves a graves, e em muitos casos, a doença é assintomática (ou seja, não há sinais evidentes de infecção). No entanto, quando os sintomas se manifestam, eles geralmente incluem: 

    • Dor na região inferior do abdômen ou na pelve (dependendo da gravidade, pode se estender para todo o abdômen); 
    • Corrimento vaginal anormal (com odor forte e desagradável, por exemplo); 
    • Dor ao urinar ou durante a relação sexual; 
    • Menstruação irregular; 
    • Mal-estar geral; 
    • Calafrios; 
    • Febre alta (acima de 38ºC). 

     

    Agendar Exames

     

    Qual médico procurar? 

    O médico ginecologista é o mais adequado para avaliar alterações no sistema reprodutor feminino. Esse profissional está devidamente capacitado para diagnosticar e tratar casos de DIP. 

     

    Diagnóstico da doença inflamatória pélvica 

    O diagnóstico da doença inflamatória pélvica envolve uma avaliação clínica detalhada para obter informações sobre histórico médico, sintomas e histórico sexual da paciente. Também é fundamental realizar um exame físico ginecológico para avaliar a dor e verificar possíveis sinais de inflamação. 

    Para confirmar o diagnóstico e descartar outras condições, o médico pode solicitar testes para detectar clamídia e gonorreia, exames de imagem (como ultrassonografia e ressonância magnética) e exames de urina. 

     

    Agendar Exames

     

    Formas de tratamento 

    O tratamento da doença inflamatória pélvica é feito, essencialmente, com antibióticos. É imprescindível consultar um médico para que ele prescreva o medicamento mais adequado para cada caso, indicando por quanto tempo a paciente deve tomá-lo. 

    Em casos leves ou moderados de DIP, os antibióticos são administrados por meio de comprimidos ou injeções, sendo também recomendada a abstinência sexual durante o tratamento. Já nos casos mais graves, pode ser necessário o uso de antibióticos intravenosos no hospital e, se houver lesões na pelve (como abcessos), pode ser indicada uma cirurgia. 

     

    Formas de prevenção 

    A doença inflamatória pélvica é causada por bactérias. Portanto, a principal orientação para prevenir a DIP é sempre utilizar preservativos durante relações sexuais, pois isso diminui os riscos de contrair uma IST. 

    Também recomenda-se fazer exames periodicamente para detectar eventuais ISTs e não realizar duchas vaginais (pois lavar a parte interna da vagina pode prejudicar o pH e a microbiota vaginal, assim trazendo riscos à saúde).

     

     

    Fonte: Dra. Adriana Campaner – médica ginecologista

     

    Encontrou a informação que procurava?
    nav-banner

    Veja também

    Escolha o dia, horário e onde fazerAgendar Exame