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    Gravidez ectópica: tipos, sintomas e tratamento

    Apesar de ser incomum, pode trazer riscos à vida da mulher

    Por Raquel RibeiroPublicado em 06/12/2022, às 11:06 - Atualizado em 25/07/2023, às 16:50
    Gravidez ectópicaFoto: Shutterstock

    Crescimento do embrião dentro do útero, troca de oxigênio e nutrientes entre mulher e bebê. Esta provavelmente deve ser a gravidez que você conhece, chamada de gestação tópica. Mas você sabia que existem outros tipos? É o caso da gravidez ectópica, que apesar de ser pouco frequente, atingindo cerca de 2% das gestações, faz o embrião se fixar fora da cavidade uterina, o que pode trazer riscos à vida da mulher. 

    Por isso, trazemos agora os sintomas, os tipos de gravidez ectópica e as formas de tratamento dessa condição.

    O que é gravidez ectópica?

    É quando há a implantação e desenvolvimento do embrião fora da cavidade endometrial. Endométrio é o tecido que reveste o útero por dentro. Quando a gravidez ocorre fora da cavidade endometrial, ela é considerada uma gravidez ectópica.

    Tipos de gravidez ectópica

    Veja a seguir, os principais tipos de gravidez ectópica:

    • Tubária: sendo o tipo de gravidez ectópica mais comum, com cerca de 95% dos casos, é aquela em que o embrião se desenvolve nas trompas. 
    • Cervical: é a gravidez que ocorre no colo do útero, porém fora da cavidade endometrial. Por isso, também é um tipo de gravidez ectópica.
    • Abdominal: como o próprio nome diz, o embrião pode se desenvolver na cavidade abdominal. Esse tipo é mais raro, com menos de 1% de incidência dos casos.
    • Ovariana: acontece quando o embrião se aloja nos ovários. Também é menos prevalente, com cerca de 3% e 4% de incidência. 
    • Cicatriz de cesárea: há possibilidade de acontecer com mulheres que tiveram parto cesárea anteriormente;

    Sintomas de gravidez ectópica

    Entre os principais sintomas da gravidez ectópica estão:

    • Dor abdominal pélvica, que pode ser ao lado direito ou esquerdo;
    • Sangramento vaginal;
    • Inchaço na região abdominal;
    • Fraqueza;
    • Enjoos; 
    • Vômitos;
    • Desmaios;
    • Palidez (em alguns casos); 
    • Choque hipovolêmico (quando a gestante perde grande quantidade de líquidos e sangue), causando assim uma grande hemorragia interna.

    Fatores de risco

    Podemos citar como fatores de risco da gravidez ectópica:

    • História de doença inflamatória pélvica, ou seja, aquela mulher que já teve uma inflamação pélvica anteriormente; 
    • Endometriose (crescimento anormal de tecido fora do revestimento uterino);
    • Má formação das trompas uterinas; 
    • IST (Infecção Sexualmente Transmissível): quando não são tratadas de forma correta, podem danificar as tubas uterinas e, consequentemente, serem fatores de risco;  
    • Uso de DIU (dispositivo intrauterino);
    • Mulheres que se submetem a laqueadura tubária; 
    • Mulheres que tiveram cesárea: isso porque existe uma gravidez que se desenvolve na cicatriz da cesária.

    Diagnóstico

    Em primeiro lugar, é avaliado o histórico clínico da mulher. Sendo assim, é necessário ouvir suas queixas, sabendo que dor é um de seus principais sintomas.  

    Depois, pode ser feito um exame físico ginecológico. Além disso, há a possibilidade de serem realizados exames de imagem, como a ultrassom transvaginal.

    Com ele, é possível identificar o desenvolvimento de uma possível gravidez ectópica nas regiões de ovário e tuba.

    Outro procedimento é a ressonância nuclear magnética de pelve, também capaz de localizar a gravidez fora do útero. 

    Por fim, ainda existe o exame Beta HCG, feito por meio de uma coleta de sangue. Com ele, é possível quantificar a presença do hormônio gonadotrofina coriônica humana no sangue e, assim, revelar se há chances de gravidez. 

    Mulheres com gravidez ectópica não têm uma ascensão normal de BHCG. Nesse caso, os hormônios podem ficar em níveis elevados, flutuando ou baixos, diferente daquelas com gravidez tópica.   

    Qual o tratamento para gravidez ectópica?

    Geralmente, pode ser feito de forma clínica e cirúrgica. O método vai depender da avaliação individual de cada paciente.

    Por exemplo: quando a gravidez ectópica é pequena, ou seja, de modo que o saco gestacional ainda esteja entre 2 ou 3 cm, o BHCG baixo e a mulher em condições de saúde estáveis, pode-se optar pelo tratamento clínico, que é feito com medicação. O papel do fármaco é fazer a gravidez ectópica regredir, deixando a cirurgia de lado.

    Em uma gravidez abdominal, a depender do período em que é descoberto, há possibilidade do parto ser feito com antecedência, pois a mulher pode ter complicações.

    Já o tratamento cirúrgico pode ser feito por videolaparoscopia (conhecida como cirurgia de vídeo), em que, durante a operação, o cirurgião analisa a situação da trompa e decide se a gravidez será interrompida. Costuma ser um procedimento rápido e seguro.

    Fonte: Pedro Doria, ginecologista do Hospital Nove de Julho.

     

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