Esclerodermia: conheça os sintomas dessa condição
Doença autoimune crônica afeta a pele e, em alguns casos, órgãos internos
A esclerodermia é uma doença autoimune crônica que afeta o tecido conjuntivo, causando endurecimento da pele e, em alguns casos, complicações em órgãos internos.
Os sintomas variam, mas é comum que surjam manchas cutâneas e endurecimento da pele. A causa exata ainda não foi completamente esclarecida. Sabe-se que envolve fatores ambientais, genéticos e imunológicos.
Continue a leitura para saber quais são os tipos de esclerodermia, como é feito o diagnóstico, o tratamento e qual médico procurar.
Neste artigo, você vai ler:
O que é esclerodermia?
A esclerodermia é uma doença autoimune crônica do tecido conjuntivo, que afeta principalmente a pele. Em alguns casos, atinge também os órgãos internos.
Essa condição provoca o endurecimento (fibrose) da pele devido ao acúmulo anormal de colágeno, uma proteína que forma a estrutura básica da pele e outros tecidos. Há comprometimento dos pequenos vasos sanguíneos e formação de anticorpos contra as estruturas do próprio organismo.
Existem dois tipos principais de esclerodermia:
Esclerose sistêmica
Afeta a pele e também órgãos internos, como articulações, pulmões, coração, rins e trato gastrointestinal. É mais grave do que a forma localizada. É mais comum em mulheres e após os 40 anos.
Esclerose localizada
Há dois tipos principais de esclerodermia localizada: a morfeia circunscrita (ou em placas) e a morfeia linear. O primeiro tipo é mais comum e surge uma ou mais placas de pele espessada com graus variados de pigmentação. Já na esclerodermia linear, as áreas de espessamento da pele são em forma de linha no sentido vertical do corpo. Na maioria dos casos, ela é autolimitada, com redução do espessamento entre 3 e 5 anos.
A morfeia linear é o subtipo mais comum em crianças e adolescentes. Essas áreas de espessamento da pele são em forma de linha no sentido vertical do corpo, principalmente na face (lesão conhecida como “golpe de sabre”), no tórax e nas extremidades.
O que causa esclerodermia?
A causa exata da esclerodermia ainda não foi completamente esclarecida. Sabe-se que envolve fatores ambientais, genéticos e imunológicos. Existe uma predisposição genética para surgir a esclerodermia.
Além disso, trata-se de uma doença autoimune, ou seja, acontece quando o sistema imunológico ataca erroneamente o próprio tecido do corpo. Nesse caso, o tecido conjuntivo é afetado.
Em alguns casos, pode surgir após a exposição de substâncias tóxicas e infecções virais.
Quais são os sintomas de esclerodermia?
Entre os sintomas de esclerodermia, podemos citar:
- Manchas e espessamento na pele;
- Mudanças na cor da pele;
- Alterações da coloração das extremidades do corpo, que se tornam pálidas ou azuladas quando expostas à temperatura fria ou estresse (fenômeno de Raynaud);
- Inchaço;
- Desconforto ou dor em músculos e articulações;
- Endurecimento da pele e órgãos internos;
- Úlceras nas extremidades, como dedos;
- Dores nas articulações e músculos;
- Fadiga;
- Falta de ar e tosse;
- Dor no peito.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de esclerodermia envolve uma avaliação clínica, exames de imagem, testes laboratoriais e, em alguns casos, biópsias.
Um exame físico avalia a extensão e a gravidade dos sintomas, como o endurecimento da pele, mudanças na cor, úlceras nas extremidades, entre outros sintomas.
Alguns anticorpos específicos podem estar associados à esclerodermia. Por isso, podem ser solicitados exames específicos.
Em alguns casos, exames de imagem, como raio-x e tomografia detectam alterações nos ossos e articulações, além de checar se há danos em órgãos internos, como os pulmões ou rins.
A capilaroscopia ungueal é um método complementar para aumentar a acurácia diagnóstica em pacientes com fenômeno de Raynaud.
Por fim, uma biópsia de pele ou de um órgão afetado pode ser realizada para confirmar o diagnóstico.
Tratamento para esclerodermia: como é feito?
Até o momento, não existe cura para a esclerodermia. Os tratamentos disponíveis visam controlar os sintomas e proporcionar mais qualidade de vida.
No caso da esclerodermia localizada, podem ser indicados medicamentos orais e tópicos, além de fototerapia para diminuir a progressão da doença.
Vale destacar que a esclerodermia localizada se torna inativa e melhora espontaneamente dentro de 3 a 5 anos.
Já para a esclerodermia sistêmica, podem ser indicados medicamentos imunossupressores para reduzir a atividade do sistema imunológico e controlar a inflamação.
Alguns casos necessitam de medicamentos vasodilatadores, transplante de órgãos (pulmão e coração) e tratamento específico para complicações pulmonares, cardíacas ou gastrointestinais.
Qual médico procurar?
Por ser considerada uma doença autoimune, a esclerodermia deve ser tratada pelo reumatologista.
Fonte: Dr. Guilherme Brezenski, reumatologista